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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

05
Jun21

Delação contra Bretas é apenas a ponta do iceberg da Lava Jato do Rio

Talis Andrade

Marcelo Bretas e Almirante Othon

247 - O advogado Fernando Augusto Fernandes comentou nesse sábado (4) as acusações de que o juiz federal Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio de Janeiro, negociou penas, combinou estratégias com o Ministério Público e direcionou acordos, feitas em delação premiada pelo advogado Nythalmar Dias Ferreira

Fernandes é advogado do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, que foi condenado por Bretas a 43 anos de prisão, em 2016, para apavorar outros investigados na Lava Jato. "Esta matéria de hoje, me parece que é a ponta de um iceberg. Temos muitas coisas, provavelmente, para vir à tona. O principal relator da Lava Jato carioca, Abel Gomes, pediu aposentadoria. Isso logo após o segundo desembargador, Fausto de Sanctis, ter se declarado suspeito para julgar todos os casos da Lava Jato. Isso já é decorrência destas revelações do Nythalmar, e do que está por vir ainda", afirmou.

Fernandes defendeu ainda que Bretas fez política utilizando o cargo de juiz e irá pedir à Justiça Federal a suspeição do magistrado, nos moldes do que fez a defesa do ex-presidente Lula contra o ex-juiz Sérgio Moro. "Não é mais possível admitir juiz utilizar processo para fazer política. Não é só o general Pazuello que não pode ir para o palanque", acrescentou.

O jornalista Ricardo Bruno, que também participou do Boa Noite 247, afirmou que o juiz Bretas interferiu nas eleições estaduais de 2018 no Rio de Janeiro, beneficiando o ex-juiz e então candidato apoiado por Jair Bolsonaro, Wilson Witzel.

"Bretas convocou um ex-assessor de Eduardo Paes para um quarto depoimento, às vésperas das eleições de 2018, e divulgou depois este conteúdo, com acusações a Paes. Naquele momento, todo mundo suspeitou daquela atitude. Mas agora, o Nythalmar disse, de maneira clara, que tudo foi calculado para interferir no processo eleitoral", afirmou Ricardo Bruno, editor do site Agenda do Poder.

24
Mai20

Vazamento e abafa da Operação Furna da Onça que beneficiou Flávio Bolsonaro

Talis Andrade

 

queiroz sumiço.jpg

 

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal vazaram e abafaram a Operação Furna da Onça. Estão esquentando o noticiário para proteger Sergio Moro, que saiu atirando do governo Bolsonaro.

A TV Globo se faz de cega. Historia a Wikipedia:

Em dezembro de 2018, veio à tona um relatório de 422 páginas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que havia sido anexado pelo MPF à investigação que originou a Operação Furna da Onça e que ganhou grande repercussão nacional por envolver um ex-assessor parlamentar de Flavio Bolsonaro, filho Zero 1 do presidente Bolsonarol. É preciso lembrar que, a partir de 1 de janeiro de 2019, Sergio Moro passou a comandar a PF e a Coaf. 

O documento reúne informações a respeito de operações bancárias de 75 funcionários e ex-servidores da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) citadas em comunicados sobre transações financeiras suspeitas. As operações suspeitas, que envolvem pessoas que trabalham ou trabalharam em 20 gabinetes de deputados estaduais do Rio de Janeiro de diferentes matizes ideológicas, totalizam mais de R$ 207 milhões. Também são citados no relatório outros 470 funcionários e ex-servidores da Alerj na condição de remetentes ou destinatários de recursos.

Eis os deputados estaduais, cujos funcionários realizaram transações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, de acordo com o relatório do Coaf, e os valores movimentados por gabinete:[

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Um dia após a deflagração da Operação Furna da Onça, o desembargador relator da operação no TRF-2, Abel Gomes, afirmou que havia indícios de que parte dos investigados tinha conhecimento prévio da ação deflagrada no dia anterior. O suposto vazamento foi denunciado pela Polícia Federal, cujo teor encontra-se sob sigilo, e oficializado em decisão em que Gomes negou a revogação das prisões temporárias solicitada pela defesa de alguns dos alvos da operação. Antes da decisão, um post no blog do Lauro Jardim relata que havia parlamentar que, um dia antes da deflagração da Operação Furna da Onça, tinha conhecimento de uma operação da Polícia Federal que ocorreria no dia seguinte.

Diversos indícios indicam que deputados alvos da operação tinham de fato conhecimento prévio da operação. No dia da deflagração da Operação Furna da Onça, policiais federais encontraram na casa do deputado estadual Coronel Jairo somente um computador com todos os arquivos e históricos de navegação apagados. Também em relação a Jairo, investigadores descobriram que o parlamentar e a filha haviam saído de todos os grupos de WhatsApp que participavam no dia anterior ao da operação. Já Affonso Monnerat, outro alvo da operação, recebeu a equipe policial, que cumpria mandado de prisão temporária, vestido socialmente e com diploma de formação acadêmica devidamente separado. Nas casas de Affonso Monnerat e de Marcus Vinícius Neskau e no gabinete do segundo, não foram encontrados computadores.

 

Na época, que a grande imprensa e a lava jato apoiavam, inclusive realizaram campanhas partidárias e eleitorais, que forças ocultas retiraram da lista de presos os nomes de Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz? 

 

 

 

27
Dez18

LAVA JATO ACABOU COM A DEMOCRACIA, DIZ O JURISTA AFRÂNIO JARDIM

Talis Andrade

jurista afranio.jpg

 

 

"O Poder Judiciário não foi feito para combater nada. Ele foi feito para, distanciado do fato, preservar a sua imparcialidade e julgar de acordo com o Direito. Resolver os conflitos de forma imparcial, distante. Agora, quando o Poder Judiciário se irmana com a Polícia e com o MP você não tem a quem recorrer. O Poder Judiciário hoje tem lado. Ideologicamente ele assumiu um lado. É o caso do presidente Lula. Ele recorre a quem? O caminho está minado", ensina o jurista Afrânio Silva Jardim, considerado um dos maiores processualistas do Brasil, destacando que o método utilizado pela Operação Lava Jato para o combate à corrupção acabou com o Estado Democrático de Direito. 

Lia Bianchini, Brasil de Fato - Na última semana, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli, derrubou a liminar expedida pelo outro ministro da Corte Marco Aurélio Mello. A medida de Tofolli evitou que presos condenados em segunda instância, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pudessem responder em liberdade até o fim de todos os recursos judiciais.

Por conta disso, no dia seguinte à decisão de Tofolli, o jurista Afrânio Silva Jardim, considerado um dos maiores processualistas do Brasil, anunciou que estava se retirando da atividade jurídica. "A minha decepção e desgosto é muito grande. Como lecionar direito com um Supremo Tribunal Federal como este??? Estou me retirando deste 'mundo' falso e hipócrita", afirmou em sua conta no Facebook.

Afrânio atuou por quase 39 anos lecionando direito processual penal e 31 anos no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. O professor associado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) conversou com o Brasil de Fato uma semana após sua decisão. Na entrevista, o jurista demonstra sua total decepção e descrença em relação ao Poder Judiciário brasileiro e afirma que o método utilizado pela Operação Lava Jato para o combate à corrupção acabou com o Estado Democrático de Direito. "O Poder Judiciário hoje tem lado. Ideologicamente ele assumiu um lado", acredita.

 

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Lia Bianchini - Em que momento você decidiu sair do Direito?

Afrânio Silva Jardim - Eu estava planejando me aposentar, até porque estou com 68 anos, no final de 2020. Mas, eu resolvi antecipar para agora. A gota d'água foi as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). No meu entendidmento, o STF está julgando muito mal. Está se deixando levar por um ativismo absurdo judicial, com uma visão punitivista incompatível com o que se esperava dos ministros [da Suprema Corte].

Estou decepcionado, desencantado com a importação de aspectos do Direito norte-americano para o Direito brasileiro. Deram ao acordo de delação premiada uma amplitude que não era a prevista em lei. Permitindo que o negociado predomine sobre o legislado, no processo penal também. E isso a Lava Jato fez de forma absurda, com regime de penas não previstas na Lei de Execução Penal. Virou um processo penal negociado, violando nosso sistema tradicional. Virou um monstro. E a palavra-chave em um Estado Democrático é: controle. Controle interno e controle externo. Essas coisas criam um certo desencanto.

Isso é uma subversão do nosso sistema, uma coisa impensável. Perdeu-se o limite da coisa. E eu também verifiquei que talvez dois terços do Ministério Público (MP) e dois terços da magistratura são punitivistas à direita, e isso é decepcionante também. Eu vou ficar em outras trincheiras, sempre participando. Mas aula, corrigir prova e ficar falando em sala de aula coisas que na prática não acontecem .... É até enganar o aluno.

 

Lia Bianchini - Um artigo seu, em fevereiro deste ano, você afirma que o MP, a Polícia Federal (PF) e o Poder Judiciário se uniram para combater a corrupção. Quais as consequências disso?

Afrânio Silva Jardim - Exagerando um pouco eu poderia dizer que a consequência é acabar com o Estado Democrático de Direito. Porque o Poder Judiciário não foi feito para combater nada. Ele foi feito para, distanciado do fato, preservar a sua imparcialidade e julgar de acordo com o Direito. Resolver os conflitos de forma imparcial, distante. Agora, quando o Poder Judiciário se irmana com a Polícia e com o MP você não tem a quem recorrer. O Poder Judiciário hoje tem lado. Ideologicamente ele assumiu um lado. É o caso do presidente Lula. Ele recorre a quem? O caminho está minado.

 

  Lia Bianchini - Você diria que não tem saída jurídica para o caso do ex-presidente Lula?

Afrânio Silva Jardim - Tem que haver. O Lula só vai sair com alvará judicial. Ninguém pensa em tomar de assalto a PF, resgatar o presidente Lula, isso não tem sentido. Mas é uma situação inusitada o que está acontecendo ali. Eu acho que o [presidente do STF, Dias] Toffoli não tinha competência para fazer isso. Ele não é um revisor das decisões monocráticas dos ministros do Supremo. Ele extrapolou e as pessoas sabem disso.

Estamos politicamente segurando o Lula preso por pressão não sei se da mídia tradicional, da classe empresarial, das Forças Armadas ou de todos juntos. O fato é que a situação é absurda. O Direito já não me interessa mais. Tem que haver o Direito, já que uma sociedade sem normas não existe, mas não me interessa mais reproduzi-lo, ensiná-lo, porque a gente acaba legitimando a ordem absolutamente injusta que está aí.

 

Lia Bianchini - Você diria que o que vivemos hoje é um cenário que vem sendo projetado desde o chamado Caso do Mensalão?

Afrânio Silva Jardim - Eu acho que muito começou com aquelas passeatas de 2013. Com a Lava Jato fechando com a Rede Globo e aquela campanha sistemática contra a corrupção, como se descobrissem isso de um dia para o outro, como se isso não fosse uma coisa histórica, endêmica e muito própria das sociedades capitalistas, da ganância, do lucro. Porque os corruptores e empresários estão todos em casa, nas suas mansões, com tornozeleiras, essa é que a verdade.

A Lava Jato poderia combater a corrupção, dentro da lei, sem estardalhaço. Mas o esquema que o [ex-juiz da Lava Jato Sérgio] Moro fez com a TV Globo e com a mídia empresarial, no geral, foi um espetáculo. Isso criou nas passeatas um antagonismo à corrupção, como se a corrupção fosse uma coisa da esquerda. Existia também, mas é uma coisa disseminada, está em todos os partidos. Começa com patrocínio de campanha pelas empresas. Aí começou tudo, em termos de corrupção. A população ficou raivosa, manipulada pela visão punitivista.

 

Lia Bianchini - A previsão para 2019 é que se agrave o autoritarismo?

Afrânio Silva Jardim - Não tenho dúvidas. Seja no plano normativo, na legislação, seja na aplicação com juízes e promotores vinculados à direita, que é aquela visão punitivista, simplista. Eu sempre digo que se o endurecimento da lei penal resolvesse o problema da violência seria fácil. É uma visão ingênua. Ingênua ou de má-fé, não sei.

 

Lia Bianchini - Como você avalia que este tipo de questionamento, em relação ao autoritarismo judiciário, pode ajudar a mudar as práticas jurídicas brasileiras?

Afrânio Silva Jardim - O homem do povo não tem conhecimento em relação a este tipo de denúncia e as vezes até repele isso. A grande mídia fez um trabalho muito competente. Se você fizer hoje uma pesquisa as pessoas são à favor do sistema normativo, são à favor da pena de morte e até de linchamento. A direita ressuscitou o comunismo. Quem mais fala de comunismo hoje é a direita. A verdade é essa. O povo brasileiro não tem instrução.

Você anda na rua, pergunta às pessoas e elas não sabem de nada do que está acontecendo. Presa fácil para essa mídia empresarial. Por isso votaram nele [Jair Bolsonaro], o capitão truculento. A gente tem mania de pensar que todo mundo pensa como a gente, tem as mesmas informações, tem os mesmos interesses em política, na questão social. As pessoas não estão nem aí. As pessoas no Brasil são ignorantes no sentido puro da palavra, ignoram as coisas.

 

Lia Bianchini - Você disse que vai procurar novas trincheiras. Já tem alguma ideia de quais?

Afrânio Silva Jardim - Eu tenho uma ideia de me aproximar mais dos movimentos sociais. Teoricamente, através de textos, eu posso abordar menos a teoria do Direito e mais as questões sociais, mas especificamente o simpático MST [Movimento dos Trabalhadores Sem Terra].

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10
Dez18

Bolsonaro e a furna da onça

Talis Andrade

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Coaf x Flávio Bolsonaro. Por Gilmar Machado: "Ex-assessor e motorista de Flavio Bolsonaro movimentou R$ 1,2 milhão e fez transações em $$ vivo, relata o Coaf. Uma das transações citadas no relatório é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro."

 

Que ministro vai abafar essa estória? Sergio Moro? Paulo Guedes? É uma missão de cargo de confiança lá no andar de cima, da máxima confiança, cousa de ministro super.  A honra de engolir sapos da família real. O primeiro - dizem - ninguém esquece.  

 

Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em conta de um ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O documento foi anexado pelo MPF (Ministério Público Federal) à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, que levou à prisão dez deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Fabrício José Carlos de Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro deste ano, informa o 247.

 

Queiroz é também policial militar e, além de motorista, trabalhava como segurança do deputado.

 

Um dia após a deflagração da Operação Furna da Onça, o juiz federal relator da operação no TRF-2, Abel Gomes, afirmou que havia indícios de que parte dos investigados tinha conhecimento prévio da ação deflagrada no dia anterior. O suposto vazamento foi relatado pela Polícia Federal, cujo teor encontra-se sob sigilo, e relatado em decisão em que Gomes negou a revogação das prisões temporárias solicitada pela defesa de alguns dos alvos da operação. Antes da decisão, um post no blog do Lauro Jardim relatara que havia parlamentar que, um dia antes da deflagração da Operação Furna da Onça, tinha conhecimento de uma operação da Polícia Federal que ocorreria no dia seguinte.

 

Operação Furna da Onça foi uma operação policial brasileira deflagrada pela Polícia Federal no dia 8 de novembro de 2018. 

 

Segundo a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, "o Coaf informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas são 'incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira' do ex-assessor parlamentar. O relatório também cita que foram encontradas na conta transações envolvendo dinheiro em espécie, embora Queiroz exercesse uma atividade cuja 'característica é a utilização de outros instrumentos de transferência de recurso'."

 

A matéria acrescenta que "o nome de Queiroz consta da folha de pagamento da Alerj de setembro com salário de R$ 8.517. Ele era lotado com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III, símbolo CCDAL- 3, no gabinete de Flávio Bolsonaro. Conforme o relatório do Coaf, ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar."

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O nome de Queiroz não aparece entre os investigados na Operação Furna da Onça, e muito menos o deputado Flávio Bolsonaro. O governo Temer cuidou da proteção. A partir de 1 de janeiro, o caso fica com a Polícia Federal comandada por Sergio Moro. Que tudo indica que também comandará a Coaf.

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A operação Furna da Onça mirou um esquema de compra de apoio político de parlamentares iniciado em 2007, no primeiro mandato do governador fluminense Sérgio Cabral, e mantido até 2018. Investigações feitas antes da deflagração da operação apontaram que alguns deputados estaduais do Rio de Janeiro recebiam propinas mensais, que variavam entre 20 mil e 100 mil reais, e cargos a fim de votarem de acordo com os interesses do grupo político comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral, a exemplo da aprovação das contas do governo. A propina, resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais, era depositada em um fundo único e paga aos parlamentares em caso de necessidade de interferência em votações. O controle das transações bancárias envolvidas no esquema desvelado era feito através do "Sistema ST". Os deputados envolvidos também eram beneficiados, de forma ilícita, com o loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, como o Detran-RJ, onde alocavam mão de obra comissionada ou terceirizada. O esquema pode envolver cerca de 60 parlamentares. No primeiro governo de Sérgio Cabral, o secretário da Fazenda e Planejamento  era Joaquim Levy, que deve presidir o BNDES, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, cuja caixa-preta Bolsonaro quer abrir. 

 

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06
Dez18

Bolsonaro e a furna da onça

Talis Andrade

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Coaf x Flávio Bolsonaro. Por Gilmar Machado: "Ex-assessor e motorista de Flavio Bolsonaro movimentou R$ 1,2 milhão e fez transações em $$ vivo, relata o Coaf. Uma das transações citadas no relatório é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro."

 

Que ministro vai abafar essa estória? Sergio Moro? Paulo Guedes? É uma missão de cargo de confiança lá no andar de cima, da máxima confiança, cousa de ministro super.  A honra de engolir sapos da família real. O primeiro - dizem - ninguém esquece.  

 

Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em conta de um ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O documento foi anexado pelo MPF (Ministério Público Federal) à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, que levou à prisão dez deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Fabrício José Carlos de Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro deste ano, informa o 247.

 

Queiroz é também policial militar e, além de motorista, trabalhava como segurança do deputado.

 

Um dia após a deflagração da Operação Furna da Onça, o juiz federal relator da operação no TRF-2, Abel Gomes, afirmou que havia indícios de que parte dos investigados tinha conhecimento prévio da ação deflagrada no dia anterior. O suposto vazamento foi relatado pela Polícia Federal, cujo teor encontra-se sob sigilo, e relatado em decisão em que Gomes negou a revogação das prisões temporárias solicitada pela defesa de alguns dos alvos da operação. Antes da decisão, um post no blog do Lauro Jardim relatara que havia parlamentar que, um dia antes da deflagração da Operação Furna da Onça, tinha conhecimento de uma operação da Polícia Federal que ocorreria no dia seguinte.

 

Operação Furna da Onça foi uma operação policial brasileira deflagrada pela Polícia Federal no dia 8 de novembro de 2018. 

 

Segundo a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, "o Coaf informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas são 'incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira' do ex-assessor parlamentar. O relatório também cita que foram encontradas na conta transações envolvendo dinheiro em espécie, embora Queiroz exercesse uma atividade cuja 'característica é a utilização de outros instrumentos de transferência de recurso'."

 

A matéria acrescenta que "o nome de Queiroz consta da folha de pagamento da Alerj de setembro com salário de R$ 8.517. Ele era lotado com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III, símbolo CCDAL- 3, no gabinete de Flávio Bolsonaro. Conforme o relatório do Coaf, ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar."

 

O nome de Queiroz não aparece entre os investigados na Operação Furna da Onça, e muito menos o deputado Flávio Bolsonaro. O governo Temer cuidou da proteção. A partir de 1 de janeiro, o caso fica com a Polícia Federal comandada por Sergio Moro. Que tudo indica que também comandará a Coaf.

 

A operação Furna da Onça mirou um esquema de compra de apoio político de parlamentares iniciado em 2007, no primeiro mandato do governador fluminense Sérgio Cabral, e mantido até 2018. Investigações feitas antes da deflagração da operação apontaram que alguns deputados estaduais do Rio de Janeiro recebiam propinas mensais, que variavam entre 20 mil e 100 mil reais, e cargos a fim de votarem de acordo com os interesses do grupo político comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral, a exemplo da aprovação das contas do governo. A propina, resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais, era depositada em um fundo único e paga aos parlamentares em caso de necessidade de interferência em votações. O controle das transações bancárias envolvidas no esquema desvelado era feito através do "Sistema ST". Os deputados envolvidos também eram beneficiados, de forma ilícita, com o loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, como o Detran-RJ, onde alocavam mão de obra comissionada ou terceirizada. O esquema pode envolver cerca de 60 parlamentares. No primeiro governo de Sérgio Cabral, o secretário da Fazenda e Planejamento  era Joaquim Levy, que deve presidir o BNDES, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, cuja caixa-preta Bolsonaro quer abrir. 

 

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