Sobe para 25 o número de mortos chacina do Complexo da Penha; há 7 pessoas feridas
Nesta terça-feira (24), uma chacina realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, executou 25 pessoas negras, e feriu sete, gravemente.
Informa Metrópoles: No Hospital Estadual Getúlio Vargas, a pouco mais de 1 quilômetro de distância da favela, foi possível dimensionar o conflito, que é o segundo mais letal já registrado no RJ – fica atrás apenas do Jacarezinho, que registrou 28 mortos. Carros de moradores e viaturas policiais desembarcaram corpos ou feridos na portaria da unidade.
Um desses feridos foi identificado como Natan Werneck, de 21 anos, que pediu socorro por celular a um parente.
A família solicitou ajuda ao advogado Gilberto Santiago, da Comissão de Direitos Humanos da Anacrim (Associação Nacional de Advogados Criminalistas),
Ao entrar na favela, Santiago conseguiu localizar Natan, em um ponto da mata que contorna a comunidade. “Encontrei três baleados no local. Mas apenas um deles (Natan) quis ser socorrido. Os outros não quiseram por medo de morrer”, disse o advogado ao Metrópoles.
A ação das polícias de Jair Bolsonaro e do governador Cláudio Castro, iniciada às 5h da manhã, ainda não teve conclusão.
Cerca de 32 escolas, juntando Penha e Alemão, tiveram de fechar para os estudantes, devido ao clima tenso, mas ofereceram ensino online, para que não fossem prejudicados. Algumas Unidades de Saúde dessas comunidades só funcionaram de maneira interna.
Em forma de protesto, moradores e mototaxistas realizaram uma manifestação na região conhecida como Matinha, no alto da Penha. Conforme informe local, todas as atividades relacionadas ao comércio, que geram renda, sofreram grandes danos pela intervenção dos agentes. Anonimamente, um morador revelou que os agentes circulavam pela região gritando “todo mundo vai morrer”.
Importante ressaltar que a chacina de Jacarezinho, a mais violenta da história dos agentes de segurança pública, completou um ano no dia 6 de maio último. Movimentos sociais, familiares inauguraram um memorial em homenagem aos 28 mortos da chacina do Jacarezinho. Que foi destruído por policiais uma semana depois.