Slogans e símbolos nazistas proibidos na Alemanha propagam o ódio no Brasil
Já escrevi que as camisas pretas fascistas foram introduzidas pelos delegados da Polícia Federal (turma de Romeu Tuma) e procuradores da Lava Jato de Curitiba e, imediatamente, adotadas pelo Movimento (nazista) Brasil Livre - MBL.
Foi criada uma secreta e marginal Liga da Justiça para executar prisões sob vara por dentro e por fora da Lei. Dessas prisões surgiram a indústria das colaborações dos delatores. Tacla Durán, que participou com um primo de Rosangela Moro das cobranças milionárias dos pedágios no Paraná, denunciou que se pode comprar por cinco milhões de dólares o prêmio de uma delação.
Carlos Fernando apresenta a camisa da Liga
Wanderlei Silva, que ficou conhecido nos ringues como ‘Cachorro Louco’ por causa de sua agressividade ao tentar nocautear os adversários, exibe a camisa das manifestações da república de Curitiba pela cassação de Dilma Rousseff.
Na campanha do impeachment de Dilma, Sergio Moro sempre vestia uma camisa preta, com ou sem paletó. Na foto, com o corrupto Joel Malucelli (primeiro à esquerda), num show de Fagner
Líderanças do MBL apresentam uma das variações das camisas pretas
Foto divugação do MBL de apoio ao procurador Dallagnol, que fez jejum pela prisão do presidente Lula
Passeata pela derrubada de Dilma, e todo poder ao MDB de Michel Temer, com o apoio de Bolsonaro
Camisas pretas fascistas e slogans nazistas marcam o resurgimento do nazismo no Brasil, iniciado com o Partido Intregalista de Plínio Salgado.
A primeira tentativa foi na campanha de Aécio Neves para presidente, mas foi denunciado o slogan pela sua origem nazista. Bolsonaro não tem escrúpulo adotou com a aprovação das urnas.
Felipe Miguel escreve:
Andando por Brasília, identificado como eleitor de Haddad, cruzo volta e meia com os defensores do Coiso. Seus olhares às vezes são de espanto, espanto por alguém ter a coragem de se manifestar à esquerda. Mas em geral são de desprezo e ódio.
Alguns andam com a camiseta verde e amarela com a inscrição "Meu partido é o Brasil". Eles provavelmente nem sabem, mas estão fazendo uma profissão de fé fascista. Se o partido deles é o Brasil, qualquer outro partido será contra o Brasil. A dissensão vira traição, a discordância fica interdita. Não há espaço para a democracia - cujo "gesto inaugural", de acordo com a bela fórmula de Claude Lefort, "é o reconhecimento da legitimidade do conflito".
Discursos políticos de vários matizes costumam evocar uma harmonia perdida, que seria preciso restaurar, mas a exacerbação desse traço no bolsonarismo é claramente uma opção autoritária. Descende das afirmações tão repetidas de que "o PT criou a luta de classe no Brasil" ou "o PT jogou negros contra brancos no Brasil" (assim como as feministas jogam mulheres contra homens etc.). O conflito não nasce da organização social e das formas de exploração e dominação que ela engendra, mas da ação deliberada de agentes nefastos.
Com isso, as estruturas de exploração e dominação são protegidas, já que a culpa da divisão social não é delas, mas de quem as denuncia. A camisa da seleção, que inspira a camiseta "Meu partido é o Brasil" e é adotada ela própria por muitos bolsonarianos, é um símbolo inconscientemente poderoso. Todos torcemos juntos. Mas quem ganha são os cartolas corruptos da CBF.
Quando não é a camiseta amarela, é a camiseta preta, cuja estética é inegavelmente fascista, muitas vezes adornada com desenhos de rifles. Uma delas, entre as que vi, trazia a caveira do Punisher, "herói" da Marvel dedicado a assassinar aqueles que ele julga que são bandidos. A intimidação e a violência são assumidas como soluções - sem disfarce, sem rodeios.
É claro que Bolsonaro não quer ir aos debates. Não é por recomendação médica. Não é nem mesmo por estratégia política, como ele disse outro dia. É por princípio. A posição que ele encarna tem como um de seus elementos básicos a recusa do debate político.
Eduardo Bolsonaro, reeleito deputado federal por São Paulo e sua campanha de intimidação