Sergio Cabral mentiu quando disse que a família Bretas vende bijuterias?
A associação tem que ser uma associação.
Defende o salário acima do teto.
E tem como escudo o abuso de poder.
Disse Sergio Cabral que todo o Rio de Janeiro sabe que a família do juiz mexe com jóias.
A Ajufe não conta o que aconteceu. Informa O Globo:
Discussão entre Cabral e Bretas.
O interrogatório começou com discussão entre os dois. O ex-governador disse que o Ministério Público Federal (MPF) faz um teatro, que está sendo injustiçado e chegou a dizer que Bretas — por meio da denúncia — busca projeção pessoal. O magistrado rebateu.
"Eu estou sendo injustiçado. O senhor está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal, e me fazendo um calvário, claramente", reclamou o ex-governador.
Cabral resumiu a denúncia como "um roteiro mal feito de corta e cola". Ele respondeu às primeiras perguntas sobre a denúncia de compra de joias com dinheiro de propina citando que o magistrado deve conhecer o assunto já que sua família tem negócios no ramo de bijuterias.
"Não me senti confortável com acusado dizendo que minha família trabalha com bijuteria. Pode ser entendido de alguma forma como ameaça. Não recebo isso com bons olhos", rebateu Bretas.
Cabral não comprava nos Bretas
No depoimento, Cabral reconheceu que comprava as joias por meio da atuação de terceiros. O peemedebista disse que pagava pelas peças em dinheiro vivo e negou que tratava-se de recursos provenientes de desvios de contratos do governo do Estado. Segundo Cabral, o dinheiro usado para pagar os artigos de luxo era parte de "sobras" de campanhas eleitorais.
Entre as peças já apreendidas pela Justiça estão um brinco de ouro branco de 18 quilates, um brinco de ouro amarelo 18 quilates com brilhante solitário, um brinco de ouro amarelo 18 quilates com rubi e um conjunto formado por uma pulseira, um brinco e um anel de ouro amarelo 18 quilates com diamante.
Somente esses itens somaram mais de R$ 4,52 milhões em compras na H.Stern, segundo revelaram os próprios diretores da empresa. De acordo com a força-tarefa de procuradores das Operações Calicute e Eficiência, o valor total das compras com joias, pedras preciosas e relógios chegou a R$ 11 milhões. Até o momento, a Polícia Federal já conseguiu apreender 55 das 189 joias comprovadamente adquiridas.
Ofensa seria se Cabral fala-se de casas comerciais sem licença de funcionamento, de homens sanduíches, pelas ruas do centro do Rio de Janeiro, com os dizeres: "Compra-se ouro".
É impossível não reparar nas lojas de "compra de ouro" que, com o agravar da crise, surgem como cogumelos em todo o lado, aqui e no estrangeiro. Sinais incómodos de uma sociedade descartável, onde tudo se compra e tudo se vende. Sinais de uma " Obscenidade " como muito bem lhe chamou Pedro Correia num excelente texto no blog Delito de Opinião. Citado por Jovens do Restelo.
O que Cabral disse demais? Soltou apenas uma piada.
E fez até um elogio. Comparou os negócios da família Bretas com uma joalharia internacional.
A corporativista Ajufe mente. Os advogados de Sergio Cabral não "reconheceram ter sido descabida a menção à família do juiz".
O advogado Rodrigo Roca, que defende Cabral, considerou a decisão arbitrária e disse que vai recorrer. "Arbitrária, ilegal e nós vamos levar ao conhecimento do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, para que ele decida e dê a última palavra. Se for necessário, vamos aos tribunais de Brasília", disse Roca, ressaltando que a decisão representa cerceamento à defesa.