A esperança de dona Aparecida é que um dia seja convidada para ir ao palácio, mas não pela neta ou o marido da neta, mas pelo apresentador Ratinho.

“Se eu falar com o Ratinho, ele vai me levar lá no Planalto… Porque, se você me levar lá, eles vão botar a gente para correr. Mas o Ratinho, não. Eu vi na TV que ele é amigo do Jair. E um dia eu quero ir lá.”

Enquanto isso não acontece, ela continuará driblando o esgoto a céu aberto que passa em frente à sua casa, no ponto mais remoto da favela, com a ajuda de seu par de muletas.

rua favela.jpg

 

Também continuará tendo habilidade para não ser obstáculo aos criminosos que dominam a área e se virando como pode para conseguir remédio de graça no posto de saúde e a cesta básica do governo do Distrito Federal.

Tem um único temor: ser sequestrada. “Meu filho mais velho disse que se me sequestrarem a ordem é não pagar o resgate e, aí, vão me matar”, afirmou.

Pela forma como se refere à neta, não se imagina que um dia vá recorrer à justiça para ter atenção afetiva e material da neta.

Mas que teria direito, não há dúvida.