Quando os jornalistas não eram palhaços de circo mambembe
Lendo Kotscho lembro meus tempos de setorista no Palácio das Princesas nos governos Cid Sampaio, Miguel Arrais e Paulo Guerra.
Eu escrevia a coluna "Ontem, em Palácio", para o Diário de Permanuco.
Havia a Sala de Imprensa no Palácio. Nenhum jornalista ficava no sol, na chuva ou no frio da noite. Tinha entrada livre, a Sala era território livre, como ainda hoje as embaixadas, apesar da tentativa bolsonarista de invadir a Embaixada da Venezuela em Brasília.
Não atuei na imprensa de Brasília, mas sei que lá, por informações e vivências de jornalistas amigos, também existia uma Sala de Imprensa ( com máquinas de escrever, telefone, cafezinho, teletipo, todo o luxo e tecnologia da época). Mesmo nos tempos de chumbo era um espaço livre. Me lembro do mando de Texeirinha, Antônio Texeira Junior, que tem um busto em uma praça de Boa Viagem, Recife, bem indicativo do antigo prestígio da profissão.
Ensinei Jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco, e Sala de Imprensa fazia parte do currículo, quando se discutia Liberdade de Imprensa, Comunicação Governamental, Jornalismos Investigativo e Opinativo.
Cada meio de comunicação credenciava um profissional.
Durante a Ditadura Militar, que autoritarismo fez desaparecer a sala de imprensa dos palácios?
Por que esse espaço de Liberdade não foi reconquistado com a volta da Democracia, das eleições de presidentes civis e diretas para governador?