PT cobra explicações da PM sobre repressão a grupos democráticos e proteção a manifestantes bolsonaristas
A Polícia Militar de São Paulo reprimiu com violência, uso de bomba de gás e spray de pimenta, a manifestação contra o fascismo e pela democracia, realizada por torcidas organizadas, neste domingo (31), na Avenida Paulista.
Participantes do protesto, liderados pelas torcidas do Corinthians, do Palmeiras e do Santos, fecharam as ruas e gritavam palavras de ordem como “a ditadura acabou” e “fora Bolsonaro”. Também na Paulista, um grupo bolsonarista realizou protesto, e foi isolado defensivamente pela PM, que ficou de frente contra os democratas, em posição de combate, e de costas para os extremistas da direita, como se fizesse parte dos manifestantes que portavam bandeiras nazistas.
Vários parlamentares da Bancada do PT usaram as suas redes sociais para apoiar o ato pró-democracia e para repudiar a violência policial. “Muito estranha e deve ser investigada a atitude a Polícia Militar de São Paulo que, diante de duas manifestações, decide dispersar uma das duas. Esse julgamento da PM, de quem pode e quem não pode se manifestar, deve ser levado às autoridades competentes”, disse o deputado Enio Verri.
O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães protestou: “Nos parece que gritar democracia, não foi bem aceito pela Polícia Militar de São Paulo, para eles, manifestante bom é aquele que veste verde e amarelo e grita por ditadura”. Guimarães também cobrou explicações da PM. “Queremos explicações da corporação, estão servindo ao povo ou ao fascismo? E enfatizou: “Democracia é o que os manifestantes gritam na Paulista. Terroristas são os fascistas, aqueles que pedem o fim das instituições democráticas!”.
A deputada Luizianne Lins critica a inversão de valores da PM paulista. “Enquanto manifestantes fascistas são protegidos, polícia de SP ataca grupo de torcedores pela democracia. A que ponto de inversão de valores chegamos! Todo o nosso apoio aos manifestantes antifas”, afirmou.
E a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann afirmou que os fascistas agridem jornalistas, enfermeiras, andam armados, fazem ameaças e são observados pela polícia, às vezes saudados. “Os democratas são reprimidos por pedirem democracia. Será assim daqui pra frente? Fazer o que? chama o ladrão?”, ironizou.
A deputada Maria do Rosário lamentou o fato de que na avenida as bombas da PM tiveram só uma direção: a de quem se manifestava pela democracia. “A ditadura que os Bolsonaros querem não é militar, mas policial-militar. É pra bater o terror direto contra o povo em geral. Sem escala”, afirmou. Ela ainda questiona o porquê do ataque da PM ser sempre contra os democratas. “A extrema-direita fez seu trabalho ideológico nas PMs. O mito nunca valorizou PMs, mas bastou incentivar violência e retomar os manuais não rasgados da ditadura. O inimigo é interno, preto, jovem ou de esquerda”, enfatizou.
A deputada do PT gaúcho destacou ainda que manifestação estava linda. “Tem gente no Brasil pra lutar pela liberdade, contra a milícia, o presidente e seus filhos corruptos, pela democracia”, afirmou e acrescentou: “Bolsonaro não suporta essa manifestação forte, justa e pacífica. A violência da PM ao final visa diminuir essa imagem”, avaliou.