Presidenta da Casa Rui Barbosa defende Bolsonaro e normaliza canibalismo
Leticia Dornelles comparou declaração do presidente, de que comeria indígena, com acidente aéreo na Cordilheira dos Andes, em 1972
O vídeo, que viralizou esta semana com as declarações de Jair Bolsonaro (PL), durante entrevista ao jornal estadunidense The New York Times, em 2016, de que só não comeu carne humana de um indígena em Surucucu porque ninguém quis ir com ele, chocou o país.
Porém, ainda há pessoas que tentam defender o que disse o presidente da República. Leticia Dornelles, presidente da Casa Rui Barbosa, foi às redes sociais para normalizar as afirmações de Bolsonaro, comparando suas declarações com uma das maiores tragédias ocorridas na América do Sul.
“O voo uruguaio 571 transportava 45 pessoas. Caiu na Cordilheira dos Andes em outubro de 1972. Os 33 sobreviventes ficaram 72 dias perdidos no gelo. Faltou alimento. Aconteceu o horror. São monstros? Não. Pode imaginar o trauma? Tirado de contexto, eles seriam canibais? Raciocine”, postou Leticia.
A comparação, no mínimo infeliz, foi com o que ocorreu no dia 13 de outubro de 1972, quando o time de rugby do Uruguai viajava para Santiago do Chile. O avião caiu na Cordilheira dos Andes, a mais de 4 mil metros de altitude.
Os passageiros que não morreram no acidente, após mais de 70 dias sem serem resgatados, tiveram de se alimentar de carne humana para sobreviver. Ou seja, havia uma situação limite, nada semelhante ao que relatou Bolsonaro.