Jair Bolsonaro desautorizou, pelas redes sociais, seu próprio Ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que havia demonstrado intenção de comprar 46 milhões de doses da vacina produzida em conjunto pelos laboratórios chinês e brasileiro.
Em nota assinada pelos líderes dos partidos de oposição, entre eles Sâmia Bomfim, líder da bancada do PSOL, os parlamentares apontam que a posição de Bolsonaro configura “ tentativa de homicídio, ameaça de genocídio e crime contra a humanidade”, crimes que “devem ser julgados pelo Judiciário brasileiro e em foros internacionais de defesa dos direitos humanos.”
A nota é assinada também pelos deputados José Guimarães (PT-CE), André Figueiredo (PDT-CE), Carlos Zarattini (PT-SP), Alessandro Molon (PSB-RJ), Enio Verri (PT-PR), Wolney Queiroz (PDT-PE), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e Joênia Wapichana (Rede-RR).
“A Oposição não vai permitir que Bolsonaro cometa mais este crime contra a população brasileira. Vai denunciá-lo e pleitear no Supremo Tribunal Federal a proibição do veto à vacina e a sua punição, caso insista em cometer esta insanidade”, alertam os líderes partidários.
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Guerra da vacina visa atingir candidatos esquerdistas
Negociando com todos aqueles que estão produzindo a vacina. Tá na hora da capital gaúcha ter uma prefeita que se preocupe com as pessoas. #AgoraÉManuela65
O conflito entre Bolsonaro e Dória sobre a vacina do Instituto Butantã revela a miséria moral de quem só pensa em 2022. É vergonhoso transformar a vacina em palanque eleitoral. A maior crise da nossa geração é uma questão humanitária.
Um governo genocida
Os deputados apontam também para a flagrante incoerência de Bolsonaro ao usar o argumento de que o “povo brasileiro não será cobaia de ninguém”, sendo que o mesmo presidente “desperdiçou dinheiro público obrigando o Exército a fabricar quantidades gigantescas de cloroquina, mesmo sabendo que ela era inócua e perigosa”, relembram.
“É o mesmo presidente que promoveu uma cerimônia de incentivo ao uso de um remédio contra vermes, igualmente inútil, estimulando seu uso por meio de um gráfico mentiroso, copiado de um banco de imagens da internet”, concluem.