Parque da Serra do Curral: um respiro de natureza com uma vista deslumbrante em BH
por Kica Castro
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Quando eu ainda estava na faculdade, lá para os idos de 2003, lembro da turma de amigos chamando para ir fazer uma trilha na Serra do Curral com eles. Não pude ir, talvez porque eu já estivesse trabalhando no Banco do Brasil na época. Anos depois, o Parque da Serra do Curral foi oficialmente criado. Não sei se em 2009, como informa a placa logo na entrada, ou se em 2012, como diz o site da Prefeitura de Belo Horizonte.
Seja como for, levei 17 anos para finalmente conhecer a Serra do Curral de pertinho, e não só na paisagem que circunda a praça do Papa e várias outras vistas de Beagá. Foi preciso uma pandemia fechar todos os 75 parques da cidade e depois reabri-los, aos pouquinhos, para eu finalmente ir passear e conhecer esta área verde de 400 mil metros quadrados nas margens da capital mineira.
E hoje lá fui eu, neste domingo de sol forte, depois de garantir meus ingressos com dois dias de antecedência. Logo que chegamos, já fomos recepcionados por uma família de miquinhos. Também vimos muitos pássaros e borboletas coloridas pelo caminho.
Li no site da prefeitura que os biólogos já identificaram mais de 125 espécies de aves no parque, que é principalmente formado pela vegetação de cerrado: entre elas, a campainha-azul, a águia-chilena, o carrapateiro, a coruja-da-igreja, o chorozinho-de-chapéu-preto e a choca-da-mata. Em janeiro de 2012, o falcão-cauré (Falco rufigularis), nunca antes registrado em Belo Horizonte, foi identificado no parque por um grupo de observadores de aves durante uma visita técnica.
Eu não identifiquei nada disso, apenas muita beleza numa trilha de terra avermelhada, bastante íngreme. Sobre isso, vale um parêntesis: se você estiver com criança muito pequena ou com alguém que não esteja em condições de caminhar em subidas, talvez o parque não seja a melhor pedida. Meu Luiz, de 4 anos, ficou com a vovó lá na portaria, enquanto eu, meu marido e meu pai fizemos a trilha livre, sem guias, até o mirante 3 – a única liberada para os visitantes, embora o parque tenha outras trilhas e um total de 10 mirantes.
Lá do mirante 3, a mais de 1.300 metros de altitude, é possível ver Nova Lima, Contagem, a Mata do Jambreiro, a Serra do Rola-Moça, a praça JK, a Pampulha etc. Hoje o céu estava bem esfumaçado por causa de todas as queimadas que estão ocorrendo nos últimos dias, mas ainda assim foi possível ter uma vista bem ampla da nossa Grande BH. Que belo horizonte!
Gastamos cerca de uma hora para subir a trilha até o Mirante 3, com calma, parando para admirar a paisagem, e sofrendo só no finalzinho, que é bastante íngreme mesmo. Depois levamos só uns 20 minutos para voltar na descida. Em todo esse percurso, parecia que a gente tinha saído de Beagá, viajado para bem longe, em algum recanto do interior de Minas. Refrescamos a cuca e lavamos a alma, e sem sair da cidade!
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