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(por Ruth Bolognese) – A Operação Integração II mostra as entranhas do funcionamento do pedágio no Paraná e explica porque as tarifas mais caras do mundo resistiram durante 21 anos, ou seja, até agora, sem nenhuma queda nos preços e tantos prejuízos causaram à economia e aos produtores, transportadores e consumidores do estado.
Uma política de estado, durante os últimos 8 anos, aparelhou um esquema com as 6 concessionárias do Anel de Integração – Econorte, Ecovia, Rodonorte, Viapar, Caminhos do Paraná e Ecocataratas – de doações para campanhas eleitorais e propinas para interesses pessoais que nenhuma campanha contra o pedágio no Paraná e nenhuma revolta popular seria capaz de vencer.
Tudo comandado pelo próprio governador Beto Richa , pelo irmão Pepe Richa e por altos assessores do Palácio Iguaçu, segundo o Ministério Público Federal. Enquanto criticava os aumentos do pedágio e argumentava que os contratos firmados com as concessionárias impediam qualquer mudança no sistema das rodovias federais repassadas para o controle do Paraná, o governador Beto Richa se beneficiava indiretamente dos aumentos.
Para dar seriedade ao festival de maracutaias que se estruturou nos últimos 20 anos, o governador Beto Richa chegou a criar a Agepar – Agência Reguladora do Paraná – e nomeou pessoas apontadas por entidades produtoras e experientes no setor de transporte. A função da Agepar, como o próprio nome diz, era o de regular os aditivos contratuais das concessionárias, fiscalizar os aumentos e trabalhar para que a sangria diária do pedágio aumentasse ainda mais o “custo Paraná”. A Agepar, segundo os depoimentos dos envolvidos, se rendeu às facilidades oferecidas pelas pedageiras.
A Operação Integração II, com seus detalhes tenebrosos vai fazer com que, finalmente, a população do Paraná se encontre, cara-a-cara com o roubo a que foi submetida durante 21 anos nas principais vias de transporte do estado.
LUIZ FERNANDO WOLFF DE CARVALHO, PARENTE DA MULHER DE SERGIO MORO, FOI UM DOS PRESOS NA SEGUNDA FASE DA OPERAÇÃO INTEGRAÇÃO
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Luiz Fernando Wolff de Carvalho, proprietário da Triunfo Participações, responsável pela concessionária de pedágio Econorte, foi um dos presos na segunda fase da Operação Integração, nesta quarta-feira 26. Carvalho é primo de Rosangela Wolff, mulher do juiz federal Sergio Moro, que abriu mão do caso em junho.
Na época, Moro afirmou que a Operação Integração não tinha nenhuma ligação com a Petrobras ou com o Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht. Afirmou ainda estar sobrecarregado. O caso foi redistribuído para o juiz Paulo Sérgio Ribeiro, que determinou as prisões desta quarta.
Rosangela e Luiz Fernando são primos em segundo grau. Ambos possuem os mesmos bisavós (Bernardo Wolff e Silvina do Amaral Wolff). O parentesco foi identificado pelo professor Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que estuda genealogia de famílias tradicionais paranaenses, no livro “O Silêncio dos Vencedores: Genealogia, Classe Dominante e o Estado do Paraná”.
No pedido de prisão formulado pelo Ministério Público Federal e aceito por Ribeiro, Wolff de Carvalho é descrito pelo delator Nelson Leal Júnior, ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR), como sendo “o representante de empresa de pedágio que mantinha o contato mais próximo com o governo do Paraná”.
E-mails obtidos pelo MPF revelam que Wolff negociava diretamente com José Richa Filho, irmão do ex-governador Beto Richa (PSDB), os reajustes nas tarifas praticadas pela concessionária.
MORO DEMOROU PARA LARGAR A OPERAÇÃO INTEGRAÇÃO
Jornal GGN - O juiz Sergio Moro abriu mão de um processo que atinge agentes do governo Beto Richa (PSDB) alegando falta de tempo, mas esqueceu de contar que sua esposa, a advogado Rosangela Wolff Moro, tem relação de parentesco com um dos dirigentes do Grupo Triunfo, investigado por suspeita de fraude em contratos dos pedágios no Paraná e pagamento de propina, tudo sob o nariz de Richa.
Quem revelou o parentesco da mulher de Moro com o empresário Luiz Fernando Wolff de Carvalho, presidente do conselho administrativo do grupo Triunfo, foi reportagem de Amanda Audi no Congresso em Foco, nesta sexta (15).
Segundo a matéria, Fernando é primo em segundo grau da esposa do juiz mais estrelado da Lava Jato. Eles têm em comum os mesmos bisavôs: Bernardo Wolff e Silvina do Amaral Wolff. O levantamento do parentesco foi feito pelo professor e pesquisador Ricardo Oliveira, da Universidade do Paraná, que estuda a genealogia da elite paranaense.
Não bastasse esse elo com o presidente do conselho do grupo Triunfo, a esposa de Moro também é prima distante de Beto Richa e Rafael Greca, prefeito de Curitiba. “Todos descendem de Manoel Ribeiro de Macedo, um potentado do início do século 19″, informou o professor da UFPR ao Congresso em Foco.
O portal ainda ouviu especialistas que avaliaram que Moro deveria ter se declarado suspeito. "O CPC (Código de Processo Penal) diz que há suspeição quando o juiz tem algum tipo de proximidade com alguma das partes do processo."
O advogado Alvaro Quintão, presidente do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro, disse que Moro não declarou suspeição para "evitar questionamentos sobre o parentesco".
Procurado pela reportagem, Moro declarou, por meio de nota, que "Parentescos remotos e pessoas que o juiz não conhece não têm qualquer relevância."
POLÊMICA ATRÁS DE POLÊMICA
Nesta sexta (15), o Paraná Portal também fez outra revelação: 3 dias antes de abrir mão do processo alegando falta de tempo, Moro decidiu anular um dos depoimentos que arrastava Beto Richa para o olho do furacão.
O juiz derrubou o testemunho de Carlos Nesser, ex-assessor da Casa Civil do governo Beto Richa. Ele havia declarado que os recursos que recebeu da Trunfo em suas contas eram destinados à campanha eleitoral do tucano. Agora que o depoimento foi anulado, há indícios, de acordo com o Paraná Portal, de que a defesa de Nasser vai mudar de versão e alegar que ele prestou serviços ao grupo que justificam os pagamentos.
De acordo com as investigações, as concessionárias de pedágios no Paraná "entraram em acordo" com agentes do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) para inflacionar ilicitamente o preço do pedágio.
Moro, no final de 2017, fazia questão de ser o juiz da ação. Para isso, ele alegou que os operadores do escândalo sob o governo Richa eram os mesmos da Lava Jato: Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran.
Contra Tacla Duran, aliás, Moro abriu um processo em paralelo, antes de declinar a competência da ação para outro juiz de Curitiba. No despacho em que abre mão da ação penal contra os agentes do governo Richa, Moro não informa o que fará com as imputações que envolvem Duran.
Duran denunciou à imprensa que o padrinho de casamento de Moro, Carlos Zucolotto, teria cobrado 5 milhões de dólares para ajudá-lo a negociar o acordo de delação com os procuradores de Curitiba.
QUAL O GRAU DE PARENTESCO?
O Sergio Moro diz que "parentescos remotos e pessoas que o juiz não conhece não têm qualquer relevância." Há a informação de que Roseane é prima em segunda grau. Existem relatos de que são primos irmãos. Também foi noticiado que o empresário Luiz Fernando Wolff de Carvalho é tio de Rosangela Wolff Moro. Vide links.