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O CORRESPONDENTE

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16
Abr22

O viagra do general, o pênis inflável do capitão e a impotência de um povo socialmente sodomizado pelo militarismo bolsonarista

Talis Andrade

selva militar por sadino.jpeg

por Ricardo Nêggo Tom

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Alguns produtos na lista de compras feitas pelos militares e que vieram ao conhecimento público deixam em dúvida se a dispensa a ser abastecida era a de quartéis ou de prostíbulos. Leite condensado, whisky, picanha, viagra e até próteses penianas, figuram entre as aquisições feitas por nossos milicos guardiões da pátria, ou seria das putas, com todo respeito que as profissionais do sexo merecem. Ora, mas qual é o problema de os militares tomarem um “royal salute” para aquecer as turbinas ou incrementar a brincadeira mais antiga do universo com leite moça? Nenhum. Desde que a orgia verde-oliva não esteja sendo bancada com o dinheiro público. Porque aí é crime. E militares não cometem crimes, pressupõe-se.

Quando vimos ser noticiado que foram gastos R$ 3,5 milhões em recursos públicos para a compra de pênis infláveis, temos a nítida sensação de que alguma coisa está sendo introduzida nos nossos monossílabos sem acento. Foram 60 próteses penianas, que variam entre 10 e 25 centímetros, e custam entre 50 e 60 mil reais cada unidade. Além disso, também foi apurada a compra de 35 mil comprimidos de viagra, o famoso “azulzinho”, para ajudar os militares cuja bandeira se mantêm a meio mastro. Houve também um desvio de verbas públicas destinadas ao combate à pandemia, que foram utilizadas na compra de picanha e filé mignon, um escárnio retumbante diante de uma grande parcela da população que passou à condição de mísera bilidade, consumindo ossos para sobreviver. Parece que a mamata não acabou. Pelo menos, para os defensores da honra e da soberania nacional.

Ao se queixar do “exagero” em torno dos protestos feitos contra essa farra sexual bélica, o vice-presidente da república, General Hamilton Mourão, disparou: “Eu não posso usar o meu viagra, pô? O que são 35 mil comprimidos de viagra para 110 mil velhinhos que tem? Não é nada.” E ele também deve pensar o que são 19 milhões de pessoas passando fome, graças à gestão do governo que ele faz parte, para 212 milhões de brasileiros existentes. Não é nada, não é General? O relativismo no julgamento e a seletividade da comoção, são características inatas aos juízes dos tribunais de exceção. A cara nem arde, tamanha a certeza de que a autoridade que a farda lhe confere é capaz de silenciar manifestações mais incisivas, como deveriam haver, contra essa sacanagem militarizada.

Também veio à tona que as forças armadas reservaram R$ 546 mil para a compra de botox, alegando que era para fins medicinais e não estéticos. Assim como Mourão, Bolsonaro também entende que tudo isso “não é nada”. E não é mesmo! Principalmente, para um governo autocrata, cujo conceito de ética, moral e honestidade se baseia apenas em suas próprias convicções. Até porque, não pode mesmo existir corrupção onde o poder está personalizado na figura de um presidente cuja política se confunde com suas ações pessoais. “Comer gente” com o dinheiro do auxílio moradia, fazer rachadinhas, usar assessores como laranjas e condecorar milicianos como heróis são alguns exemplos do caráter distópico inato ao bolsonarismo.

Enquanto os Generais militares bolsonaristas estão de pau novo, o povo vai ficando cada vez mais brocha e impotente diante da sodomização social a qual é submetido sob a gestão do Capitão Messias. Os militares que compõem o atual governo não são dignos da confiança do povo brasileiro. Muito pelo contrário, demonstram total desrespeito e desprezo por aqueles pelos quais deveriam zelar pela segurança e bem-estar. Aqueles que pagam os seus salários, suas aposentadorias integrais, o seu filé mignon, o seu bom whisky e o seu viagra. O militarismo bolsonarista é inimigo da nação e não se deve prestar continência para General de dez estrelas que fica atrás da mesa com a prótese peniana na mão.

Que pais é esse?

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A prótese peniana dos militares

 

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