O povo e Gilmar contra a militarização do governo
Gilmar Mendes tem razão. Não está sozinho. Um levantamento divulgado pelo Instituto Vox Populi nesta terça-feira (14) apontou que 82% dos entrevistados discordam da iniciativa do governo Jair Bolsonaro de nomear um militar (general Eduardo Pazuello) para comandar o Ministério da Saúde.
"Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros", disse.
De acordo com a pesquisa, 31% não confiam nos militares, 17% confiam pouco, 32% confiam mais ou menos, 18% confiam muito e 3% não souberam ou não responderam.
Segundo os dados, 65% acham que os militares não devem participar do governo, não devem se envolver com política. Para 30%, eles estão certos de integrar a gestão. E 5% não souberam ou não responderam.
A pesquisa nacional Vox Populi foi realizada entre 25 de junho e 3 de julho. Foram realizadas 1.500 entrevistas por telefone.
Gilmar lembrou que o Brasil já tem mais de 72 mil mortos por Covid-19 e "nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde".
"Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela COVID-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas", acrescentou.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica emitiram uma nota repudiando "veementemente a acusação apresentada pelo senhor Gilmar Mendes, contra o Exército brasileiro (...)".
De acordo com a plataforma Worldometers, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking global de confirmações (1,8 milhão) e mortes (72 mil) por Covid-19, perdendo apenas para os Estados Unidos, com 3,4 milhões de casos e 138 mil óbitos.