O Natal de Herodes
Massacre dos inocentes vítimas de Covid
Lula foi às redes e criticou a declaração "absurda, que parece de Herodes", de Marcelo Queiroga. Segundo o ex-presidente, o ministro da saúde de Bolsonaro "cria obstáculos para a vacinação de crianças".
Queiroga vinculou a vacina pediátrica à prescrição médica, e disse que mortes de crianças por Covid não pedem "decisões emergenciais".
O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, cobrou explicações do Ministério da Saúde pela demora e falou em um número “macabro” de mortes na faixa etária de 5 a 11 anos.
"O presidente da Anvisa tem razão ao querer proteger a instituição, a ciência e as crianças na pandemia, respeitando o bom senso", escreveu Lula.
Bolsonaro nega pressa para vacinar
“Não tá havendo morte de criança que justifique algo emergencial?”, indagou Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (24), quando ofereceu um almoço a jornalistas no Palácio da Alvorada.
A declaração reforça o que já havia dito o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga - que o número de óbitos de crianças na pandemia não pedia “decisões emergenciais”.
“Tá morrendo criança de 5 a 11 anos que justifique algo emergencial? É pai que decide, em primeiro lugar”, disse Bolsonaro.
Em seguida, tentando se esquivar, declarou que não quer determinar nada para o tema. “Se tem um problema na Saúde, vão me culpar. Quando quero dar uma opinião, estou interferindo. Situação minha é complicada”.
Anvisa cobra rapidez
O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, cobrou nesta quinta-feira (23) explicação do governo federal pela demora em vacinar crianças e falou - ao contrário de Queiroga e Bolsonaro - em um número “macabro” de mortes.
"Nós temos 301 crianças mortas na faixa de 5 a 11 anos desde que a covid-19 começou até o início de dezembro. Nestes 21 meses, numa matemática simples, nós temos um pouquinho mais de 14 mortes de crianças ao mês, praticamente uma a cada dois dias. Então acho que essa informação à sociedade se faz necessária", disse em entrevista ao jornal O Globo.