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18
Out19

O general Villas Bôas não sabe diferir heroico e patético

Talis Andrade

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Do Conjur (por Rafa Santos)

Do Tijolaço (por Fernando Brito)

O ex-comandante do Exército Brasileiro e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional Eduardo Villas Bôas escreveu mensagem que pode ser facilmente interpretada como intimidação ao Supremo Tribunal Federal.
Na véspera em que a Corte julga os ADCs 43, 44 e 54 que questionam a execução de pena após condenação em segunda instância, o militar da reserva afirmou que “é preciso manter a energia que nos move em direção à paz social, sob pena de que o povo brasileiro venha a cair outra vez no desalento e na eventual convulsão social”.
Não é a primeira vez que o militar se manifesta às vésperas de um julgamento do Supremo. Em 2018, quando os ministros julgaram pedido de Habeas Corpus do ex-presidente Lula, ele também se manifestou em tom ameaçador.

Triste e constrangedor.

Eduardo Villas Boas, aqui, foi diversas vezes defendido justamente por ter, até certo momento, mantido o Exército respeitoso ao Rubição e o impedir de ingressar no terreno da política.

Mas foi entrando, viu-se depois que dissimuladamente, transformando a candidatura de um mau militar como Cavalo de Tróia do que achava poderia ser a retomada do controle do país pelas Forças Armadas.

Deu, como se sabe, num desastre, exceto para o banco de empregos para militares da reserva que virou a administração pública federal.

Nunca se desrespeitou infortúnio do velho militar, acometido de uma doença degenerativa. Ninguém o fez, exceto, claro, o desclassificado guru do presidente, que dele fez pouco falando de um ““doente preso a cadeira de rodas”.

Mas é doloroso ver que lhe falta, a esta altura, a noção da hierarquia e da disciplina tão cara e essencial a um militar.

Se estivesse retirado, talvez suas palavras pesassem mais.

Mas encostou-se, sabe-se lá por qual razão, numa assessoria e, se o escolheu, é assim que se deve portar.

Quem fala pelo Exército é seu comandante, regra que valia quando Villas Bôas o era e vale agora, quando já não o é. Pelo Gabinete de Segurança Institucional, se este devesse falar, seria seu chefe, o general Heleno.

O general perdeu, vê-se, a noção do que separa o heroico do patético. Paz, general, é uma ideia que repudia que as decisões do país e de suas instituições se deem sob a sombra de tropas armadas ou sob a sombra de um general que não sabe respeitar nem mesmo o tempo de seu comando e o tempo de seu recolhimento.

O que Villas Boas, a esta altura, transmite, não é a imagem de um militar que se agarra a valores, mas a de um militar reformado, que em lugar do retiro digno, que se agarra ao poder ilegítimo que já não tem.

E que se presta ao papel de, em sua fragilidade física, evitar que se dê aos seus atos a reação que merecem.

 

General Villas Boas@Gen_VillasBoas
 

 

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campanha-eleitoral civilista-de-1909-a-1910-realiz

 

 
P.S. deste Correspondente: Interessante! o doentio Villas Boas citar Rui Barbosa que promoveu uma campanha presidencial civilista. 
 
Informa Wikipédia: Campanha civilista foi uma campanha eleitoral à presidência brasileira, que ocorreu em 1910, durante a República Velha. O nome de civilista deu-se por defender a candidatura de um civil, em oposição à candidatura de um militar, o Marechal Hermes e Leonardo, candidato apoiado pelo então presidente da república, Nilo Peçanha.
 
Rui Barbosa combateu as "nulidades militares", a "corrupção e a impunidade" na República Velha.

Rui apresentou sua candidatura pelo Partido Republicano Paulista.Com o propósito de fugir ao máximo da imagem autoritária e problemática da República da Espada e também ressaltar que Rui Barbosa era um civil - e não um militar - a campanha foi nomeada de Campanha Civilista. Ela tinha como principal objetivo romper a supremacia militar, que exercia forte influência no Estado, e dar maior poder a população brasileira, que eram “reféns” dos Barões da República, seus patrões.

“Quero o exército grande, forte, exemplar, não o queria pesando sobre o governo do país. A nação governa. O exército, como os demais órgãos do país, obedece” crítica de Rui Barboa ao militarismo de Hermes da Fonseca.

campanha civilista.jpg

 

 

 

 
 
 

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