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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

02
Nov18

O general da repressão é Sérgio Moro

Talis Andrade

 

 

 

 

Escrevi aqui que  ontem poderia ser considerado o dia da fundação do Estado Policial Brasileiro mas, desde já, tal como se trocou em 1964 o “Primeiro de Abril” pela “redentora Revolução de 31 de Março”, sugere-se que fique a data como sendo a de hoje: o Dia de Finados, pelo simbolismo em relação à morte dos direitos à privacidade, à presunção de inocência e à segurança no exercício de nossas liberdades.

 

A nomeação de Sérgio Moro não é apenas uma ‘jogada de marketing” do presidente eleito. Não acho sequer que esta decisão tenha sido ‘de agora’ ou que possa ter sido tomada sem a participação do “núcleo militar” do bolsonarismo.

 

Afinal, Moro será posto a comandar uma máquina sinistra, encarregada de promover a onda de perseguição política destinada a fazer aquilo que Bolsonaro prometeu no seu tristemente famoso discurso aos seus apoiadores da Avenida Paulista: “fazer uma limpeza nunca vista na história deste país” e dirigir uma polícia com “retaguarda para  jurídica para fazer valer a lei no lombo de vocês”.

 

Para isso, não vai contar com pouco.

 

Terá o controle da Polícia Federal e, com ela, a capacidade de bisbilhotar, informalmente, todas as comunicações telefônicas e telemáticas.

 

Terá o controle do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, e com ele a capacidade de xeretar todas as movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas do país.

 

Terá o controle do que já foi a Controladoria Geral da União, a CGU, e com ele a capacidade de conhecer cada detalhe dos atos dos gestores públicos, exceto nas áreas onde alguma “voz amiga” diga que ali “não vem ao caso”.

 

Moro será o general da repressão da neoditadura.

 

Muitos ainda estão pensando dentro da lógica do estado democrático e das funções institucionais de um Ministério da Justiça, mesmo numa versão avantajada.

 

Lamento dizer que não é este o caso.

 

É por isso que não houve, nem de Moro e nem de Bolsonaro, preocupação com o desgaste em questão de legitimidade e da imagem de isenção do Governo em relação à Justiça ou do que que ela fez para instituir este governo.

 

Legitimidade e isenção são bobagens que devem ser desconsideradas diante da “Cruzada Anticorrupção”, em nome da qual se promoverão os “pogrons” antiliberdades.

 

Infelizmente, nossos “republicanos” continuam querendo medir perdas e ganhos políticos  de um jogo democrático.

 

Vamos entrar num regime de força e muitos ainda não o percebem.

 

 

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