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12
Jun21

O avião, as motos e o jegue

Talis Andrade

Charge: O voo do jegue. Por Aroeira

 

por Fernando Brito

- - -

Jair Bolsonaro, “nem aí” para governar, está como se estivesse em reta final de campanha eleitoral.

Aproveita enquanto pode usar, e usa, a máquina pública para promover seu turismo eleitoral, provocativo e agressivo.

Confia em que haverá, além das falanges fascistóides e orgulhosas de de sua ignorância, uma maioria que adira, outra vez, por manipulação e preconceito, ao “candidato do jegue”, como se referiu ontem a Lula, ao invadir um avião em Vitória para produzir alvoroço e, pelo que se viu nos vídeos, até uma briga dentro da aeronave (artigo 261 do Código Penal: “expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea”).

O ‘teste de popularidade’, claro, não funcionou bem, ao contrário do desfile de motos que ele protagoniza agora, em São Paulo, com um público mais adequado, o de “selvagens das motocicletas”, o jegue dos ricos, que usam para afirmar sua masculinidade decadente, que vive de exibições, como é própria nas gangues. 

 

Animado pelo sucesso de sua motociata e apertado pelas revelações da CPI, mostrando inequívoca desídia (pelo menos) na compra de vacinas, gastos na desinformação da população com o tal “tratamento precoce” e o temor que as quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático de ex-ministros e dirigentes do governo, Bolsonaro deve subir mais alguns pontos a sua já temerária escala de agressividade.

Conta com a intimidação geral com suas ameaças de golpe, o medo da pandemia e com o acanalhamento geral das instituições para seguir fazendo isso enquanto o país se estiola na doença, no desemprego, na inflação e na fome.

Sim, aquele país dos jegues, dos pobres que pararam de viajar de avião, para rever a família que deixaram para trás nas décadas de migração.

Alguém deveria lembrar ao presidente que o valente animal sobreviveu a secas, a desgraças, ao jejum e ainda é, pelos fundões do Brasil, o melhor amigo dos humildes.

Metáforas, porém, não são o forte do ex-capitão.

 

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