“Mochilão” de Castro abre chance para Freixo virar eleição no Rio (vídeo)
Cláudio Castro envolvido desde sempre e até a medula nos esquemas corruptos que domina a política fluminense
por Fernando Brito
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Animada pelo Datafolha, que o coloca em situação de empate técnico com o atual governador Cláudio Castro, a campanha de Marcelo Freixo tem de decidir já se continuará posando de “bom moço” ou se partirá para cima do atual governador, envolvido desde sempre e até a medula nos esquemas corruptos que, faz muito tempo, domina a política fluminense.
É inacreditável que até agora o twitter de Freixo sequer tenha reproduzido a manchete que, desde cedo, está no UOL, com o vídeo em que um empresário que fazia contratos com a prefeitura do Rio (na gestão Marcello Crivella) e com o Governo do Estado narra que o atual governador recebia propinas em dinheiro vivo, não só na famosa mochila com que foi gravado poucas horas antes de uma operação policial e no exterior, durante uma viagem a parques da franquia Disney, em Orlando, na Flórida.
Freixo, em lugar de tomar para si o caso e agitar as redes sociais com a notícia bombástica, neste momento, limita-se a ficar convocando para um debate no SBT, no qual vai depender da sorte para questionar o caso, sem poder mostrar o vídeo e sequer contar com a repercussão que o fato pode ter na opinião pública. Ficar apenas “pendurado” no prestígio de Lula não é solução sequer para a campanha presidencial, porque deixa o ex-presidente dependente de uma campanha fraca – Castro tem dinheiro para inundar, como está inundando – as ruas com bandeiras de sua candidatura, pagando dezenas de milhares de cabos eleitorais – e insossa politicamente.
Ninguém, nos grandes estados, enfrenta um candidato vulnerável como é Castro. Mas Freixo não mostrou, até agora, ter ganas de vitória e, mesmo com tudo para uma virada, permanece imóvel, à espera de vencer apenas pelo apoio de Lula.
O presidente da Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio), Gabriel Lopes, determinou a suspensão, por um mês, das atividades do Casa do Trabalhador, projeto com a maior quantidade de cargos secretos do governo Cláudio Castro (PL). A medida é consequência de reportagem do UOL, publicada no mês passado, que mostrou que unidades do programa são dominadas por pré-candidatos a deputado federal e estadual. Será realizada uma auditoria para analisar irregularidades, principalmente na contratação de profissionais.