Juristas e jornalistas criticam relatório sobre morte de Marcelo Arruda
Kakay, Lenio Streck e grupo Prerrogativas discorrem sobre conclusão de homicídio por motivo torpe cometido por bolsonarista em Foz do Iguaçu
Juristas criticaram relatório da Polícia Civil do Paraná, que considerou o assassinato do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho um homicídio cometido por motivo torpe, e não um crime político.
Arruda foi assassinado por Guaranho, um apoiador declarado do presidente Jair Bolsonaro, durante seu aniversário de 50 anos, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“As testemunhas, na verdade, os convidados da festa e que lá estavam e que a tudo presenciaram, foram unânimes em dizê-lo: ele invadiu o espaço, depois que estacionara seu carro com músicas que enalteciam Bolsonaro, depois de ter xingado, ofendido e prometido retornar, como de fato aconteceu”, diz o grupo Prerrogativas, em nota.
Na visão do coletivo, a conclusão da Polícia Civil sobre o caso foi “um disparate” e que existe a expectativa de o Ministério Público do Paraná corrigir os rumos da persecução penal, “dando nomes verdadeiros aos bois ou melhor, aos lobos, e que os contenha, nos rigores e nos limites da lei, para que crimes dessa natureza jamais voltem a acontecer e que as eleições sejam o que sempre foram no Brasil: uma maravilhosa festa democrática”.
“A morte do Marcelo Arruda é o retrato da violência que esse presidente da República impôs ao país”, declarou o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
Em entrevista à TV PT, Kakay ressaltou que a morte de Arruda foi “um assassinato frio, com motivação política absolutamente clara”.
“Há um presidente que instiga a violência e que tem que ser responsabilizado por isso”, apontou. Para Kakay, a escalada da violência também é fruto do declínio institucional do país, incapaz de frear a sanha antidemocrática e autoritária de Bolsonaro.
A declaração pode ser vista na entrevista transmitida abaixo
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O jurista Lenio Luis Streck usou suas redes sociais para criticar a conclusão da polícia paranaense. “O relatório da polícia de Foz do Iguaçu é a cloroquina do direito penal. Haja negacionismo. Aliás, houve morte? Ou até isso negaram?”
