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23
Jul23

Entreguista preresidente do BC cogita terceirizar gestão das reservas do país e gera revolta de deputados

Talis Andrade

 

Roberto Campos, o neto do economista da ditadura militar de 1964, deu entrevista 'a investidora BlackRock e disse estar aberto a delegar administração de recursos do Estado. Por falta de competência, de conhecimento, da ignorância dos funcionários do banco, mentiu o traíra

 

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em uma entrevista concedida ao banco de investimentos estrangeiro BlackRock que está disposto a terceirizar a gestão das reservas cambiais brasileiras. O país tem US$ 380 bilhões em reservas – cerca de R$ 1,8 trilhão –, que são usadas para aliviar a alta do dólar, por exemplo.

Essas reservas são hoje administradas pelo BC, que tornou-se autônomo no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Campos Neto, indicado por Bolsonaro, cogita transferir essa responsabilidade a terceiros.

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"A gente está aberto a essa terceirização, gestão externa vamos dizer... Hoje a grande parte da gestão não é terceirizada, mas a gente está aberto a fazer isso nessa área, principalmente, porque a gente está olhando agora para novas classes de ativos", afirmou.

Nessa terceirização, uma empresa como a própria BlackRock definiria onde seriam investidas as reservas nacionais. Campos Neto disse que o BC poderia aprender com a gestora terceirizada.

"A gente entendeu que alguns programas de gestão terceirizada a gente podia fazer dentro do Banco Central, e isso ia gerar uma sinergia positiva, porque o pessoal da equipe operacional do Banco Central ia aprender sobre ativos e aprender sobre ativos ajuda muito a atividade do dia a dia do Banco Central", disse.

Leia mais: Dívida de países quintuplica em 20 anos e compromete orçamento de nações mais pobres

O presidente do BC ressaltou que a terceirização teria de levar em conta princípios hoje adotados pelo BC: preservação de capital, governança e sustentabilidade.

 

Protestos e críticas

 

A ideia de Campos Neto foi duramente criticada por parlamentares do PT. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, questionou o que seria feito com os recursos que pertencem ao Estado.

"Campos Neto, responsável pelo Brasil ter o maior juro do planeta, agora quer terceirizar ativos do BC. É isso, tirar do Estado e deixar ao bel prazer do mercado. E o que acontece com as reservas de US$ 340 bilhões?", declarou Gleisi, numa postagem no twitter.

Campos Neto, responsável pelo Brasil ter o maior juro do planeta, agora quer terceirizar ativos do BC. É isso, tirar do Estado e deixar ao bel prazer do mercado. E o que acontece com as reservas de U$ 340 bilhões? Não explicou até agora o tal erro contábil de R$1 trilhão no banco… — Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 21, 2023

Ela ainda pediu a saída de Campos Neto do BC.

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) também acusou Campos Neto de sabotagem. "Na mesma semana em que tentou censurar os diretores do BC, ele aparece em entrevista à BlackRock dizendo que planeja dar a gestores privados a administração das reservas internacionais do Brasil", postou, lembrando que um novo diretor do BC indicado por Lula não pôde conceder entrevistas por normas editadas por Campos Neto.

Chega de sabotagem! É FORA CAMPOS NETO já! Assine https://t.co/xjegPJhhZ4 pic.twitter.com/vkC6Epwgrz — Lindbergh Farias (@lindberghfarias) July 20, 2023

 

Embate com Lula

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado abertamente a gestão de Campos Neto no BC por conta da alta taxa básica de juros da economia. A Selic está hoje em 13,75% ao ano. Isso, segundo Lula, atrapalha o crescimento da economia.

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