ENCONTRO COM EDSON RODRIGUES
Texto e fotos de Leonardo Antonio Dantas Silva
O Recife tem certas surpresas que só os que vivem nos seus meandros têm conhecimento e delas usufruem com satisfação e orgulho.
Na tarde deste domingo, graças a um encontro coordenado por Nilo Otaviano (Orquestra Arruando), fomos presenteados com um encontro de virtuoses em torno do maestro e compositor Edson Rodrigues.
Recifense, nascido em 29 de março de 1942, estava ele festejando o seu 76º aniversário... Motivo bastante para que músicos dos mais diferentes grupos se reunissem no Bar Sabor Pernambuco (Rua da Guia) e promovesse um recital de música instrumental brasileira (choros e frevos) da mais alta categoria.
Estávamos numa reunião de família, um encontro fraterno de amigos, apreciadores das muitas qualidades do homenageado, uma das mais importantes figuras da música pernambucana dos nossos dias.
Autor de incontáveis sucessos, como o frevo instrumental "Duas Épocas" (1966), Regente da Banda da Cidade do Recife, Coordenador Musical do Frevança -- Encontro Nacional do Frevo e do Maracatu (1979-1989),Edson Carlos Rodrigues é figura de destaque no meio musical brasileiro.
Seria um nome internacional, caso tivesse migrado de sua terra, como o fez o saxofonista Moacir Silva (1940-2002), mas na sua modéstia continuou, como Lourenço da Fonseca Barbosa (Capiba), ancorado em sua cidade; "vivendo de glórias em pleno terreiro".
Mas a bondade de Edson Rodrigues e sua modéstia, o transformou em ídolo para todos nós, seus amigos, seus irmãos....
Ao chegar no Céu ele, por certo, ouvirá de São Pedro aquela frase, consagrada pelo poeta Manuel Bandeira,no seu poema "Irene no Céu":
" - Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Edson.. Você não precisa pedir licença."