É necessário reafirmar os direitos fundamentais da pessoa humana para construir um novo clima de paz
Papa Francisco julga a Declaração Universal dos Direitos Humanos, sancionada há setenta anos pelas Nações Unidas, um documento ainda hoje «importante» porque atesta e ratifica uma série de princípios «enunciados para abater os muros de separação que dividem a família humana e favorecer o que a doutrina social da Igreja define como desenvolvimento humano integral»
Nesta luz o Papa — não sem ter constatado a interpretação deturpada de alguns destes direitos, imposta através de uma verdadeira «colonização ideológica» — denunciou a sua violação em vários âmbitos: a começar pelo da vida (com um acento particular ao drama das crianças não nascidas), da liberdade, da inviolabilidade e da saúde da pessoa. Depois, com um olhar preocupado Francisco enumerou as trágicas situações de conflito que inflamam os quatro recantos do planeta, insistindo acima de tudo sobre o estreito vínculo entre desarmamento e desenvolvimento integral. E reiterando que as controvérsias não devem ser resolvidas com o recurso às armas, mas através da negociação e do diálogo, desejados pelo Pontífice para resolver as contraposições que minam a convivência na península coreana, na Síria, no Iémen, no Afeganistão, na Terra Santa e em todo o Médio Oriente, ou multiplicam injustiças e sofrimentos na Venezuela, na África, na Ucrânia.
No amplo discurso do Papa houve espaço também para o tema da família, para a questão dos migrantes — com o convite a deixar de lado instrumentalizações e «temores ancestrais» para se abrir ao acolhimento e à integração — e para a emergência do trabalho. Finalmente, Francisco fez um apelo à liberdade de religião: um direito «frequentemente menosprezado» ou instrumentalizado «para justificar ideologicamente novas formas de extremismo».