É MENTIRA Lava Jato não prendeu Richa
Coordenador do Gaeco diz que não poderia se dar ao luxo de esperar período eleitoral
Leonir Batisti
por Roger Pereira
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O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Paraná, Leonir Batisti, afirmou, nesta terça-feira que as prisões do ex-governador Beto Richa (PSDB) e da ex-primeira-dama Fernanda Richa (PSDB), além do cumprimento de outros 13 mandados seguiram o ritmo normal das investigações, sem terem sido adiantadas ou adiadas por conta do período eleitoral. Richa é candidato ao senado nas eleições de 7 de outubro.
“O ritmo de investigações é próprio. O MP não pode, quando investiga, se dar ao luxo de aguardar determinados eventos sob pena nós termos em determinado momento fechar, tirarmos férias ou aguardar outra oportunidade. O período eleitoral é um período importante, sabemos de seu significado e até das intercorrências que dele deriva, no entanto, a investigação que o Gaeco tem seu ritmo e posso assegurar que ela não é feita a fim de inibir ou perseguir ou dificultar candidatos ou candidaturas ou obter simpatia para outras posições”, disse o procurador.
O Gaeco cumpre, nesta terça-feira, 26 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão referentes à investigação sobre direcionamento de licitação e pagamento de propina nos contratos das Patrulhas do Campo – programa do governo estadual que visava a locação de equipamentos e utensílios para a conservação de estradas rurais. “Insisto que, por ora, estamos fazendo uma investigação, não existe uma acusação, em face de empresários e de autoridades do estado do Paraná, entre outras pessoas”, disse Batisti. “Nos foram trazidas informações de direcionamento de licitação mediante o pagamento de propina a agentes públicos para favorecer tal situação. O procedimento está sob sigilo de justiça e, por tal razão, não há outros detalhes”, explicou.
Batisti afirmou que, após a operação, o Gaeco, agora, se debruçará em analisar os documentos e objetos apreendidos e ouvir os investigados para concluir a investigação.
Relação com a Lava Jato
A prisão de Beto Richa e familiares foi ação do Gaeco, do Ministério Público do Paraná. Foi desencadeada simultânea e paralelamente com a 53ª Fase da Lava Jato, a Operação Piloto, que apura irregularidades na licitação de duplicação da PR-323.
O fato gerou desinformação, uma vez que a prisão de Richa chegou a ser entendida como pela Lava Jato. De acordo com o procurador Leonir Batisti, do Gaeco, no entanto, "ocorreu uma grande coincidência".
Disse mais Leonir Batisti: "Ninguém vai acreditar, mas foi apenas uma coincidência, uma ação não tem relação com a outra".