Denunciado por corrupção passiva, falta Temer pedir o boné
Temer parece aquela mulher da vida que ficou grávida.
- Quem é o pai?
- Não sei. Ele não tirou o boné!
Em entrevista à revista Época, o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, denunciou Temer como "o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil".
A quadrilha, chamada de Orcrim (Organização Criminosa), é formada por ex-presidentes da Câmara dos Deputados e atuais ministros Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).
Leia aqui a entrevista do empresário que pagou 600 milhões de suborno e gravou o presidente
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra Michel Temer (PMDB) pelo crime de corrupção passiva. Esta é a primeira vez na história do Brasil que um presidente é alvo de acusação formal durante o exercício do mandato.
De acordo com trecho da denúncia que foi revelado pelo jornal “Folha de S.Paulo”, Janot argumenta que "entre os meses de março a abril de 2017, com vontade livre e consciente, o Presidente da República Michel Miguel Temer Lulia, valendo-se de sua condição de chefe do Poder Executivo e liderança política nacional, recebeu para si, em unidade de desígnios e por intermédio de Rodrigo Santos da Rocha Loures, vantagem indevida de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) ofertada por Joesley Mendonça Batista, presidente da sociedade empresária J&F Investimentos S.A., cujo pagamento foi realizado pelo executivo da J&F Ricardo Saud".
A denúncia contra o presidente foi originada a partir do acordo de delação premiada feito entre Joesley e o MPF (Ministério Público Federal), no qual o empresário apresentou a gravação de uma conversa com Temer, realizada em março deste ano no Palácio do Jaburu, em Brasília.
'Não precisamos de boné" disse Temer se referindo ao último depoimento em que Joesley cobriu a cabeça para entrar na PGR.
Precisa, sim. Pedir o boné. Cair fora.