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12
Jun20

Democracia em colapso com as constantes ameaças das "consequências imprevisíveis"

Talis Andrade

 

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II - De ‘moderados’ a cúmplices: como a imagem dos militares no governo Bolsonaro virou o fio

 

por Lucas Rezende 

 

Na defesa da agenda autoritária, temos na carta-ameaça ao STF do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional seu elemento mais grave. General da reserva e muito respeitado nas Forças Armadas, Augusto Heleno alertou que, caso o Supremo Tribunal Federal recolhesse o celular do presidente, poderiam haver “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”. Segundo ele, tal pedido seria “evidente tentativa de comprometer a harmonia de poderes”, ignorando que ele próprio, com sua ameaça à instância máxima do poder Judiciário, desequilibra a harmonia de poderes intervindo em uma prerrogativa constitucional do STF de investigar o presidente da República sobre possíveis crimes de responsabilidade ou comuns.

“É general de pijama, não apita nada nas Forças da ativa”, dirão alguns desavisados que ignoram a premissa fundamental da lógica militar: o respeito à hierarquia. Tanto que, quase que imediatamente, a carta de Heleno foi endossada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo, outro general da reserva. Ainda que se possa questionar a utilidade da apreensão do celular do presidente da República – e ainda que se possa também questionar a possível desarmonia dos poderes com o pedido –, o alerta contra as “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional” soa muito mais uma ameaça contra a ordem democrática, com o apoio ou anuência das Forças Armadas, do que qualquer outra coisa.

Chama também a atenção a nota emitida por oficiais da reserva da turma de Heleno, em sua formação na Academia Militar das Agulhas Negras, a Aman, de tom mais forte e disruptivo, o que foi também seguido por outras turmas e associações de militares da reserva, sempre reproduzidas pelo twitter de Heleno. Ecoando a visão binária bolsonarista, separando pessoas entre boas e más, atacam enfaticamente o STF e seus ministros, e culminam chamando de guerra civil as “consequências imprevisíveis” apontadas por Heleno. (Continua)

 

 

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