Crime de motim no Ceará: 195 homicídios e quatro batalhões da PM amotinados
Entre sábado (22) e terça, pelo menos 107 assassinatos ocorreram em todo o estado, superando os 76 de 2015. Os dados foram levantados com base em números da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). Comparado com 2019, a cifra mais que triplicou: no ano passado ocorreram 33 homicídios durante o Carnaval.
O número total de homicídios desde que a paralisação de parte da Polícia Militar do estado começou, na tarde do dia 18 de fevereiro, chega a 195, com dados contabilizados até terça.
Após 11 dias de protestos, ainda há quatro batalhões da Polícia Militar fechados por policiais amotinados e familiares.
A paralisação da categoria ganhou repercussão nacional na semana passada, quando o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado em Sobral (270 km de Fortaleza) após investir contra amotinados com uma retroescavadeira. Cid já teve alta e se recupera em sua casa em Fortaleza.
Um comissão foi criada entre membros dos três poderes do Ceará para negociar com os policiais. Foi indicado um mediador, o coronel da reserva do Exército Walmir Medeiros, e as partes começaram a conversar nesta quinta (27). Os policiais mandaram proposta com 18 reivindicações, entre elas anistia para os grevistas e aumento salarial acima do que foi oferecido pelo governo estadual.
O governador do Ceará tem afirmado que não pretende dar anistia e que o valor oferecido de reajuste, que elevaria o salário de um soldado da PM de R$ 3.475 para R$ 4.500, é o máximo que se pode dar hoje sem atrapalhar as contas do estado.