Comandante, não ofenda o Exército
O coronel misógino manda recado miltar para a candidata à presidenta do Brasil Simone Tebet: “vaca vota em vaca”. O MDB, PSDB e Cidadania vão processar o desaforado fiscal de urna Ricardo Sant' Anna?
por Fernando Brito
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A Folha informa que o Exército diz que não indicará um substituto para o coronel que se dividia em auditar o sistema eleitoral e desmoralizá-lo em postagens na Internet.
Reclama que seu descredenciamento foi “baseado em “apuração da imprensa” e de forma unilateral, sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro.
E desde quando “apuração da imprensa”, apoiada em “prints” das publicações do coronel, não prova o desvio de comportamento de um alto oficial militar? Algo contra quem apura informações que estão públicas?
A coisa é pior, senhor comandante do Exército e é mais grave do que o próprio comando não ter detectado a atividade política deste oficial, proibida pelo Regimento Disciplinar a que, ao que parece, os senhores dão tão pouca importância, entre outras pérolas, ter se referido a uma senadora da República, Simone Tebet, com palavras tão gentis como “vaca vota em vaca”.
O Exército que tem de proteger um país em tempos de guerra tecnológica não sabe “dar um Google”?
Mas, de novo, é ainda pior.
Bastaria ter perguntado ao indicado se, alguma vez, por qualquer meio, já tinha se manifestado sobre o sistema que, em tese, deveria auditar. O dever de lealdade a seus comandantes faria dizer que sim e, com os agradecimentos de praxe, dispensá-lo da missão.
Assim mandariam os deveres de honra e lealdade que, noutros tempos, foram caros a esta Força.
Quem está sendo ofendido com as suspeitas, não é o coronel tuiteiro, é o Exército Brasileiro, quando o comando, pior do que ter se revelado tolo, o que todos podem ser, ou desidioso, coisa que não se pode ser, mostra-se cúmplice, o que jamais se pode aceitar em um comando militar.
Quando seus generais perdem a noção disso, quem paga é a instituição.
Tebet chama de "covarde" coronel expulso de comissão para fiscalizar urnas
por Victor Correia /Correio Braziliense:
A senadora e candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) chamou de "covarde" nesta terça-feira (9/8) o coronel do Exército Ricardo Sant'Anna, expulso ontem pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edson Fachin do grupo de nove militares enviados pelo Ministério da Defesa para inspecionar o código-fonte das urnas eletrônicas.
"O coronel Ricardo Sant'Anna é um covarde quando vai às redes sociais e me aborda por eu dizer que mulher vota em mulher, dizendo que 'vaca vota em vaca'. Isso é um desrespeito inadmissível", disse a candidata em sua conta no Twitter. Tebet também o classificou como "tendencioso, parcial, produtor de fake news"

Militar compartilhou informações falsas sobre as urnas
O TSE excluiu na segunda-feira (8) o oficial da Comissão de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação por disseminação de mentiras em suas redes sociais contra o sistema eleitoral.
"Mensagens compartilhadas por ele foram rotuladas como falsas e se prestaram a fazer militância contra as mesmas urnas eletrônicas que, na qualidade de técnico, este solicitou credenciamento junto ao TSE para fiscalizar", diz nota assinada por Fachin e pelo vice-presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, que assume a presidência em 16 de agosto.
Em resposta, ainda ontem, o Ministério da Defesa afirmou que o trabalho dos representantes é técnico e realizado de forma coletiva pela comissão. "Sobre o uso de mídias sociais, os militares ficam sujeitos à regulação das Forças. Já no fim de semana passado, o Exército havia decidido selecionar um novo integrante para a equipe em substituição ao atual. Assim que a seleção estiver concluída, o TSE será informado a respeito", disse a pasta.
Militares de juízo envergonham o Exército, mas escapam a punições
O general indígena que de repente descobriu que era branco