Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

07
Mai20

Bolsonaro sabota os pobres para criar caos

Talis Andrade

o devorador de gente.jpg

 

 

por Tereza Cruvinel

- - -

Esta semana a lei que declarou a pandemia no país (Lei no. 13.979) completa 90 dias. 

Passado este tempo, com os imensos castigos infligidos à população e principalmente aos mais pobres, o governo Bolsonaro continua retendo recursos orçamentários para saúde, assistência social, empresas/emprego, estados e municípios. 

Não é só crueldade, é também uma aposta no caos, para turbinar o projeto golpista e ditatorial.

A assessoria técnica do PCdoB na Câmara constatou uma baixíssima execução orçamentária dos recursos autorizados por medidas provisórias aprovadas ou em vigor, concluindo que, além do atraso na proposição das medidas, o governo joga deliberadamente com a não liberação dos recursos que já poderiam estar sendo liberados com mais celeridade para socorrer a população, seja na frente social ou sanitária.

É a política perversa da asfixia financeira que leva os sem emprego a buscar algum ganho nas ruas, os empresários a pressionar governos pela reabertura da economia e os próprios estados e municípios, diante da perda de receitas, a afrouxar o isolamento. 

O resultado é mais gente nas ruas e o aumento crescente dos casos e das mortes. E depois virá o caos, o pesadelo social com que Bolsonaro conta para seu projeto autoritário.

Ironicamente, o ministério que menos gasta os recursos disponíveis é o da Cidadania, de Onyx Lorenzoni. 

Dos R$ 123,9 bilhões autorizados para socorro social com as três parcelas do auxílio R$ 600,00 (podendo chegar a R$ 1.200,00 para mães chefes de família), até agora foram gastos apenas R$ 35,7 bilhões, ou 28,9% do previsto. 

Enquanto isso, milhares de pessoas se aglomeram na porta de agências da CEF em busca deste caraminguá, outros são obrigados a refazer a solicitação e milhares, ao consultar a situação do pedido, encontram no site a resposta “sua solicitação continua em análise”. 

Mais de 13 milhões estão na última situação.

O ministério da Economia de Guedes gastou apenas 0,6% dos 51,6 bilhões destinados ao Programa de Manutenção do Emprego e Renda. 

Dele devem sair os pagamentos para quem teve o contrato suspenso, por exemplo, e passará a receber um salário-mínimo do governo, mas muita gente ainda não recebeu, e o patrão já deixou de pagar. 

O programa também deve pagar a compensação a trabalhadores que, para preservarem o emprego, fizeram acordo com o empregador para terem a jornada e o salário reduzidos (em 25%, 50% ou 70%), recebendo do governo um pequeno adicional, lastreado no valor a que teriam direito se recebessem o seguro-desemprego, proporcional à redução negociada. 

O pagamento destes adicionais também em sofrido atrasos.

Para o ministério da Saúde aplicar na Emergência em Saúde Pública, vale dizer, para ações de enfrentamento à Covid19, com aquisição de testes, respiradores e reforço da rede SUS, foram autorizados gastos adicionais de R$ 18,9 bilhões. 

Até agora só foram executados 30,2% deste total, ou R$ 6,7 bilhões. 

Enquanto isso acontece a tragédia de Manaus e em outras cidades. 

Pacientes de Covid morreram no Rio por falta de medicamentos necessários ao uso de respirador artificial.

Uma das maiores execuções é a do Itamaraty (76,9%), que recebeu adicional de R$ 62 milhões. Mas o que a pasta fez na pandemia foi repatriar brasileiros que estavam no exterior, e estes não estão entre os mais pobres. Estavam viajando.

Outra execução orçamentária mais avançada beneficia os bancos, que já receberam 50% dos R$ 34 bilhões disponibilizados para empréstimos a empresas, financiando a folha de pagamento das pequena e médias que perderam faturamento pelo encerramento de atividades durante a pandemia.

Do total de R$ 16 bilhões previsto para transferências a estados e municípios (previsão que não se confunde que o projeto que o Congresso está votando para compensar as perdas de arrecadação), o governo transferiu efetivamente apenas R$ 1 bilhão, ou 6,4%.

Estamos vivendo um pesadelo. A pandemia de um vírus letal e um governo que não tem limites em sua crueldade para atingir seus desígnios políticos.
 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub