Bolsonaro: "parte considerável das pessoas desnatam: é o indígena, é o caboclo"
“Pazuello fica, Salles fica” diz Bolsonaro sobre comando da Saúde e do Meio Ambiente
Pressão é grande para que presidente substituta general interino que cuida das políticas sanitárias. Empresários brasileiros e internacionais também endurecem cobranças sobre ação do governo contra desmatamentos.
Pressionado diante dos números alarmantes da Covid 19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro não cedeu e disse que o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, continuará no cargo, ele que é oficialmente um ministro interino. O próprio presidente havia dito que pretendia escolher um nome em definitivo e essa expectativa cresceu nos últimos dias por alguns motivos: os militares estão incomodados com um general da ativa comandando o ministério em meio à pandemia e às ações controversas do presidente na área. O caso ganhou mais holofotes com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, dizendo que o Exército está associado a esse genocídio, numa referência aos quase 80 mil mortos oficiais da doença no país.
Além da pressão política de partidos que desejam indicar o novo nome para a pasta, médicos e cientistas têm criticado o ministério diante da insistência da atual equipe em citar a hidroxicloroquina como agente no combate ao coronavírus, quando estudos científicos e a OMS ressaltam os efeitos colaterais perigosos da droga, que não tem eficácia comprovada contra o novo vírus. Na noite de ontem numa transmissão para as redes sociais, Bolsonaro elogiou o ministro interino e falou dos militares que ocupam vários cargos na Saúde e outros ministérios
“Se fizer hoje uma enquete junho a parlamentares, governadores, prefeitos que entraram em contato com Pazuello, vocês vão ver que é favorável, é positivo. Ah, mas ele não é médico. Tudo bem, eu sei que não é médico. Agora o que sempre eu acho que nessa área precisamos mais de gestor do que um médico. Seria excelente se tivesse um médico e gestor. Mas infelizmente é difícil você coordenar esses dois pontos. Agora essa história de desmilitarização, não. Isso aí não… Inclusive, se tiver uma pesquisa de opinião pública, os militares estão muito bem avaliados aqui enquanto ministros”, afirmou Bolsonaro.
O presidente, que está com coroanvírus, fez a transmissão tendo à sua mesa uma caixa de hidroxicoloquina e outra de um vermífugo, ambos sem comprovação científica no tratamento da doença. E só ponderou com a frase, fale com um médico, porque foi alertado de que tal postura poderia lhe render uma ação até em tribunais internacionais.
“Já que estão falando que faço propaganda, vou fazer propaganda mesmo. Mas não é propaganda não. Tem que procurar o médico, hein. Mas olhe, está aqui, Hidroxicloroquina e Annita”, disse o presidente, citando o nome de marca de um dos produtos. [Continia]