Tenente-coronel ‘caixa 2’ de Bolsonaro ligado a atos golpistas e rachadinhas palacianas
Principal investigado é o ajudante de ordens do ex-presidente, mas materiais mostram que o ex-presidente estava ciente de tudo
por Yahoo! /Metrópoles
Investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF), obtidas pelo Metrópoles, conectam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à suposta existência de um ‘caixa 2’ dentro do Palácio do Planalto e o ligam à realização de atos antidemocráticos.
De acordo com a reportagem publicada pelos jornalistas Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, um homem de confiança de Bolsonaro gerenciava o suposto 'caixa 2', que funcionava com dinheiro vivo proveniente de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.
O dinheiro era usado, entre outras coisas, para pagar um cartão com despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – criado no nome de uma amiga dela, Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado - e para pagar contas pessoais do clã presidencial.
As investigações estão sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Entenda
O tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid – conhecido como “coronel Cid” – é o personagem central das investigações. Homem de confiança de Bolsonaro, ele era:
- Ajudante de ordens do ex-presidente até o final do mandato;
- Guardião do celular de Bolsonaro, atendendo ligações e respondendo mensagens;
- Responsável por tarefas corriqueiras da família, como pagar as contas – a mais sensível, no caso;
- Camareiro real
Ele também era encarregado de pagar contas pessoais da família de Michelle.
Muitas das operações realizadas pela equipe de Cid era com dinheiro em espécie, na boca do caixa de uma agência bancária localizada dentro do Palácio do Planalto.
Durante as investigações, os policiais identificaram que o modus operandi de Cid era parecido com o apurado nas rachadinhas que envolviam o atual senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do ex-presidente. As ações envolviam:
- Dinheiro manejado à margem do sistema bancário;
- Saques em espécie;
- Pagamentos em espécie;
- Uso de funcionários de confiança nas operações;
- Versão palaciana do miliciano Fabrício José Carlos de Queiroz.
A partir daí, os investigadores começaram a enxergar fortes indícios de lavagem de dinheiro. Além dos saques a partir de cartões corporativos, Cid recebia valores provenientes de saques feitos por militares lotados em quartéis de fora de Brasília. Uma zona.