Bolsonaro defende isolamento apenas para idosos e grupos de risco
Alerta de riscos também para jovens
O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira o isolamento parcial de pessoas em meio à pandemia do coronavírus. Em entrevista diante do Palácio da Alvorada, ele disse que apenas pacientes que fazem parte de grupos de risco, como idosos, devem ficar em isolamento domiciliar.
"Vou conversar com ele [o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta] e tomar a decisão. Cara, você tem que isolar quem você pode. Você quer que eu faça o quê? Eu tenho o poder de pegar cada idoso e levar para um lugar? É a família dele que tem que cuidar dele no primeiro lugar", disse o presidente.
Bolsonaro ainda criticou as medidas restritivas adotadas por governadores para diminuir a circulação de pessoas no país, adotando tom similar ao de seu pronunciamento nacional da véspera. Segundo o presidente, as medidas estaduais prejudicam a economia e podem criar instabilidade democrática porque geram uma atmosfera de caos no país.
Na terça, em seu terceiro pronunciamento sobre o coronavírus em menos de 20 dias, Bolsonaro atacou a imprensa e acusou meios de comunicação de espalharem "histeria" no país, além de criticar as medidas já aplicadas por governadores para conter o avanço da pandemia.
O presidente voltou a chamar a covid-19 de "gripezinha" e afirmou que idosos são o grupo de risco, alegando que mortes entre menores de 40 anos são raras e que 90% da população não apresentará sintomas da doença se for infectada.
"Jovens também podem morrer de coronavírus"
O presidente do Instituto Robert Koch, Lothar Wieler, alertou contra o comportamento despreocupado de muitos jovens e disse que eles também podem ficar gravemente doentes de covid-19. "Jovens também podem morrer disso", afirmou.
Em redes sociais, muitos jovens alemães expressam despreocupação por causa da idade e marcam encontros nas chamadas corona-partys, literalmente "festas do corona".