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Ao contrário do que diz o senso comum, a Amazônia não é o pulmão do mundo

O biólogo Marcelo Motokane, professor doutor do Departamento de Biologia da USP e especialista em educação para a biodiversidade, explica que, ao contrário do que prega o senso comum e do que diz o presidente francês Emmanuel Macron em seu tuíte sobre os incêndios na floresta, na verdade a Amazônia não é o pulmão do mundo.
“O que a gente consideraria o pulmão do mundo seria o local ou ecossistema que consegue repor o oxigênio na atmosfera. Se a gente pensar deste ponto de vista, o sistema que consegue repor uma grande quantidade de oxigênio na atmosfera seria o ambiente marinho”, explica.
Motokane revela que o que faz o planeta Terra respirar são principalmente os oceanos. “Nos 5 centímetros de camada superficial da água, existe um grupo de seres vivos, fotossintetizantes ou produtores, que conseguem pegar o gás carbônico e, com a energia luminosa, transformar em glicose e devolver para a atmosfera o oxigênio. É nesta faixa de 5 cm que está o fitoplâncton, que coloca um aporte de oxigênio muito maior na atmosfera”.
A Floresta Amazônica, segundo ele, tem um outro papel, mais focado na manutenção de recursos hídricos, de estabilidade climática, que na reposição de oxigênio na atmosfera. "O que a Amazônia produz em termos de oxigênio é praticamente todo consumido pela própria floresta".
“A gente chama isso de produtividade primária bruta: ver quanto foi produzido de oxigênio e biomassa, retirar o gasto com respiração e o que sobra é o líquido, ou no caso, o oxigênio. É como se a gente ganhasse um salário, tivesse um custo, e o que sobra é nosso. E é o fitoplâncton, espécie de microalga, que tem esta sobra que lhe permite repor o oxigênio da atmosfera”, conta o biólogo.
Imagem que viralizou no Twitter não corresponde à realidade
Sobre os tuítes do presidente francês e de outras personalidades, como o jogador de futebol Mbappé, que evocam a Amazônia como pulmão do mundo, Marcelo Motokane fala que é muito comum as pessoas acreditarem nestas informações, “porque isso é um senso comum que vem desde os anos 1980”. Ele emenda dizendo que a informação postada por Macron de que a Amazônia produziria 20% do oxigênio do mundo não tem base científica.