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22
Out21

Alta do dólar faz Guedes ganhar R$ 1,24 milhão em 4 dias com offshore

Talis Andrade

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Ministro tem conta com US$ 9,55 milhões em paraíso fiscal, que rendeu cerca de R$ 300 mil por dia com a crise econômica

 
por Correio do Povo
 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, teve um lucro de R$ 1,24 milhão nos últimos quatro dias com a desvalorização do real frentre ao dólar nesse período. Desde segunda-feira (18), o patrimônio de US$ 9,55 milhões investido pelo ministro na offshore que mantém no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas subiu em média R$ 300 mil por dia devido a movimentos da própria área econômica do governo, liderada por ele.

No começo da semana, quando Paulo Guedes se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro em para tratar do Auxílio Brasil — novo Bolsa Família —, o dólar estava cotado a R$ 5,51, segundo conversão do Banco Central. Naquele dia 18, o patrimônio do ministro na offshore equivalia a R$ 52,620 milhões. Nesta quinta (21), com o dólar encerrando o dia a R$ 5,64, o valor em reais investido na offshore saltou para R$ 53,862 milhões — um aumento de R$ 1,242 milhões desde o começo da semana.

Nesta quarta-feira (20), Guedes chegou a afirmar que estudava uma licença para furar o teto de gastos do governo federal, o que foi mal recebido pelo mercado financeiro, provocando a alta do dólar e quedas sucessivas da Bolsa de Valores. A declaração aconteceu durante evento promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

A emenda constitucional que criou o teto de gastos, aprovada em 2016, é considerada a âncora fiscal das contas públicas do país. Alterações no limite de gastos dão sinais de um cenário de risco ao mercado. O indicador econômico chamado risco Brasil, por exemplo, subiu nesta quinta-feira ao maior nível em mais de seis meses, influenciado pela turbulência nos mercados brasileiros diante do temor de descontrole das contas públicas.

Offshore

O R7 já havia mostrado que Paulo Guedes lucrou R$ 14 mil a cada dia como ministro com a offshore. A desvalorização do real durante o comando de Guedes no Ministério da Economia fez com que o investimento equivalente a R$ 35 milhões feito pelo ministro em agosto de 2015 subisse para mais de R$ 18 milhões até o último dia 3, quando foi revelada a existência da conta dele no paraíso fiscal.

Segundo especialistas, não é ilegal ter offshore, mas elas devem ser declaradas à Receita e, no caso de servidores públicos, há uma série de regras para se evitar conflito de interesses. Guedes segue afirmando que as operações são legais e que ele se desvinculou de toda a atuação no mercado privado, dentro dos termos exigidos pela Comissão de Ética Pública.Image

Debandada

Nesta quinta-feira, quatros dos principais auxiliares de Guedes deixaram a pasta. O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração. A secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também deixaram o Ministério. Eles discordam do drible que o governo pretende fazer no teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil.

A situação agravou a crise política no governo. A possibilidade de demissão de Guedes se fortaleceu desde a revelação da offshore. Pesquisa divulgada em 8 de outubro mostra que 64% da população brasileira acreditava que Bolsonaro deveria demitir Guedes. Para uma parcela ainda maior dos entrevistados (68%), o ministro não tinha condições de permanecer no cargo. O levantamento, encomendado pela RecordTV, foi feito pelo Instituto Realtime BigData.

Em 15 de outubro, a pesquisa PoderData também evidenciou a rejeição ao trabalho de Guedes. De acordo com o levantamento, um terço dos brasileiros avaliavam mal a atuação do ministro. A gestão dele era avaliada como "ruim" ou "péssima" por 35% dos brasileiros que o conhecem. O número é 9 pontos percentuais superior à avaliação do ministro no levantamento anterior.

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