Água envenenada mata quatro moradores de rua em São Paulo
A Guarda Civil Metropolitana investiga a morte de quatro homens em situação de rua em Barueri, na Grande São Paulo. Eles foram encontrados neste sábado por um pedestre, que acionou uma patrulha, segundo agentes. Há suspeita de que tenham sido envenenados.
O grupo dormia em uma praça em frente à Padaria e Confeitaria Central de Barueri, com outros moradores de rua. Eles teriam ingerido uma bebida e passado mal pela manhã. Segundo a Prefeitura de Barueri, oito pessoas deram entrada no Pronto-Socorro Central com indícios de envenenamento. Quatro morreram - todos do sexo masculino, com idades de 39, 49 e 40 anos e um com idade ainda não identificada.
Outros quatro moradores de rua - três homens e uma mulher - teriam tomado a mesma bebida e estão internados, em estado grave.
Esse bando de sádicos assassinos sabem que o maior tormento dos moradores de rua em São Paulo é dormir com sede. A cruel cidade não tem bebedouros.
A reportagem da BBC News entrevistou dezenas de moradores de rua para saber o que eles fazem para conseguir água em São Paulo.
Com poucas opções para conseguir água por conta própria - como nascentes e torneiras externas de alguns prédios públicos -, muitos dependem da sorte e da ajuda de voluntários para ter acesso a água limpa.
A Prefeitura de Barueri enviou nota oficial sobre o caso: “Na manhã deste sábado (dia 16), por volta de 8h30, oito pessoas (consideradas em situação de rua) deram entrada no Pronto-Socorro Central de Barueri com indícios de envenenamento. Quatro morreram (todos do sexo masculino, com idades de 39, 49 e 40 anos e um com idade ainda não identificada), os demais estão internados (três homens e uma mulher) em estado grave. Um dos sobreviventes afirmou que uma garrafa com bebida lhe foi oferecida por desconhecidos na capital paulista, na região conhecida como Cracolândia, e que todas as vítimas compartilharam do líquido momentos antes de passarem mal pela rua Duque de Caxias (região central de Barueri). A Polícia Civil já apreendeu a garrafa e solicitou perícia técnica do conteúdo. O caso ainda está em investigação pela Delegacia Sede de Barueri.”