Advogado que foi rei das delações na Lava Jato é suspeito de receber mesada de doleiro
Dario Messer, o doleiro que Sergio Mero esqueceu desde os tempos do assalto ao BanEstado
247 - A operação Lava Jato no Rio de Janeiro está investigando a suspeita de que membros da Polícia Federal e do Ministério Público Federal do Rio tenham dado proteção a um investigado da operação o doleiro Dario Messer.
Segundo reportagem de Vinicius Konchinski, no UOL, dois operadores que já trabalharam para Messer, conhecido como o "doleiro dos doleiros", afirmaram em delação premiada feita ao próprio MPF-RJ que pagaram US$ 50 mil por mês (mais de R$ 200 mil, na cotação atual) entre 2005 e 2013 para que ele fosse protegido de operações da PF e do MP.
Vinícius Claret, o segundo intocável
Segundo os delatores, Vinícius Claret, conhecido como Juca Bala, e Cláudio de Souza, o Tony, os pagamentos da suposta taxa de proteção foram feitos ao advogado Antonio Figueiredo Basto, que já defendeu Messer.
Basto, entretanto, nega veementemente ter recebido qualquer valor para negociar uma suposta proteção ao seu ex-cliente. "Já entreguei espontaneamente meu sigilo fiscal, telefônico e telemático a autoridades", disse ele, a respeito da investigação. "Esclareci todos os fatos."
O rei das delações premiadas
Além de Dario Messer, Antonio Figueiredo Basto já defendeu também outros investigados da Lava Jato que fizeram delação, como o doleiro Alberto Youssef e o ex-senador Delcídio do Amaral.
Juca Bala e Tony, que falaram do pagamento da taxa de proteção de Messer, já colaboraram com o MPF-RJ em investigações contra o doleiro. Os depoimentos de Juca Bala e Tony foram essenciais para a deflagração da operação "Câmbio, Desligo", a maior fase da Lava Jato em todo país, em maio de 2018.
Com base nas investigações dessa operação, 62 pessoas, incluindo Dario Messer, foram denunciadas por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.