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22
Jan21

A situação continua crítica em Manaus (AM), que vem registrando mil mortes diárias por Covid-19. No maior estado do Brasil, o número de vítimas da Covid-19 se multiplica, sem dúvida devido à variante brasileira do vírus. Em entrevista à RFI, um

Talis Andrade

Covas sendo abertas em cemitério de Manaus.

Covas sendo abertas em cemitério de Manaus.| Foto: Michael Dantas/AFP

A situação continua crítica em Manaus (AM), que vem registrando mil mortes diárias por Covid-19. No maior estado do Brasil, o número de vítimas da Covid-19 se multiplica, sem dúvida devido à variante brasileira do vírus. Em entrevista à RFI, um epidemiologista da Fiocruz faz um apelo à Organização Mundial da Saúde (OMS)

 
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Jesem Orellana, pesquisador e epidemiologista da Fiocruz-Amazônia faz um verdadeiro pedido de socorro. O médico, que mora há 16 anos em Manaus age sob o choque de uma crise sanitária sem precedentes e pede que a OMS envie urgentemente uma missão ao local. 

Segundo ele, não é mais possível confiar nos governantes brasileiros. "Manaus está completamente perdida no meio desta pandemia. Não sabemos mais o que fazer para controlá-la", afirma. 

Orellana diz que tudo indica que o que agravou a situação na capital amazonense foi a variante brasileira do coronavírus "em termos de contaminações e pressão dos serviços de saúde". "Sobretudo, essa mutação causou mais mortos. Não sabemos mais a quem apelar", salienta.

Nas últimas semanas, Manaus virou um verdadeiro cenário de guerra, com hospitais superlotados, multiplicação de infecções e óbitos, além da falta de oxigênio para o tratamento de casos mais graves da doença. Dezenas de pacientes morreram por asfixia ou por falta de assistência médica.

A cidade já havia sido extremamente castigada na primeira onda da Covid-19 no Brasil, em abril 2020. Devido à falta de espaço nos cemitérios, a prefeitura se viu obrigada a abrir fossas comuns para enterrar as vítimas da doença. No entando, segundo Orellana, a situação é muito pior atualmente.

Caos se espalha pelo estado 

A crise sanitária não atinge apenas Manaus. Em Iranduba, cidade de 50 mil habitantes a 40 quilômetros da capital amazonense, vários hospitais estão superlotados devido a essa nova onda de contágios atribuída à variante brasileira. 

No hospital Hilda Freire, quase todos os 30 leitos estão ocupados por pessoas infectadas pelo coronavírus e 15 mortes foram registradas entre a última segunda (18) e quarta-feira (20), mais do que nos últimos quatro meses. As reservas de oxigênio que antes duravam duas semanas agora se esgotam em apenas um dia. 

O único acesso a Iranduba é uma estrada onde alguns trechos estão bloqueados por terem sido danificados após fortes chuvas na região. É por esse caminho que devem passar os pacientes em estado grave para chegar até Manaus, a única das 63 cidades do estado a dispor de uma UTI e de onde são enviados os cilindros de oxigênio. 

A cerca de 85 quilômetros a oeste de Iranduba, a cidade de Manacapuru registra 223 mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes. Essa é a taxa mais elevada do Amazonas. Na terça-feira (19), um atraso na entrega de oxigênio em uma cidade próxima, Caori, resultou na morte por asfixia de sete infectados pelo coronavírus. 

Valas comuns sendo abertas em cemitério em Manaus, em abril de 2020. Foto: Michael Dantas/AFP

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