A justiça e a polícia de Bolsonaro isolaram o torturado Adélio Bispo
Adélio Bispo permanece proibido, pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, de falar com os irmãos, os tios, os sobrinhos, os primos, com os médicos, com os enfermeiros e, principalmente, com a imprensa. Inclusive com outros presos, porque a loucura, para a família Bolsonaro, uma doença mais transmissível que a covid, que a influenza.
Detento incomunicável, em presídio de segurança máxima do governo federal, Adélio não pode responder nenhuma correspondência, é a ordem presidencial.
Para curar Adélio Bispo, doente da cabeça, o melhor remédio a tortura psicológica. O isolamento em uma pequena cela, uma gaiola fechada com porta de ferro.
Adélio, proibido de sair do cubículo, da geladeira, para tomar sol, ou banho de lua, sofre de constante dor de cabeça, de insonia e ansiedade, e dores atípicas, continua sem tomar qualquer medicamento. Assim se faz desnecessária a tão mal falada tortura física da ditadura militar: pau-de-arara, cadeira de dragão etc
O delegado particular de Adélio foi passear nos Estados Unidos. Gostou tanto que vai ficar lá dois anos se... Se Bolsonaro for reeleito.
Para substituir o delegado da mais alta confiança, a Polícia Federal escolheu um outro muito melhor. Que investigou o PCC (Primeiro Comando da Capital). Um comando que persiste, que agora se estende por todo Brasil e outros países.
O novo delegado vai dar continuidade ao inquérito. Arrancar uma versão que ajude a eleger Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Martin Bottaro Purper, que está há 17 anos na corporação, foi designado. Caberá a ele buscar informações que possam esclarecer se Adélio Bispo de Oliveira cometeu o atentado sozinho ou contou com a ajuda de alguém, informa a Folha de S.Paulo. De algum filiado do PT.
A Justiça considerou Adelio doente mental e, por isso, inimputável. Bolsonaro, um negacionista convicto, não acredita na ciência médica.
Polícia científica constitui aberração.
Informa o portal 247:
Bolsonaro insiste na tese de que a PF não fez uma investigação correta e de que houve um mandante. O objetivo é político, levantar a bandeira de que foi vítima de um atentado a mando da esquerda.
A narrativa sobre a facada volta ao cenário da disputa eleitoral de 2022.
Ao ser internado na segunda-feira (3) com dores abdominais, Bolsonaro e seus apoiadores voltaram a abordar o assunto.
Em novembro passado, com base em um pedido do coiteiro de Fabrício Queiroz, Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) determinou, prontamente, a reabertura do caso, ocorrido em Juiz de Fora, MG, em 2018.
O tribunal autorizou que a PF vasculhe o conteúdo do celular apreendido em poder do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos defensores de Adélio. Um advogado imposto, que Adélio tem ojeriza, aversão. Cada doido com sua mania.
As conversas telefônicas podem revelar quem custeou os honorários advocatícios, o que, para Bolsonaro e aliados, levará a polícia ao suposto mentor da suposta facada.
Ora, ora, é só quebrar os sigilos bancários e fiscais dos advogados verdadeiramente contratados pelo Adélio, que foi treinar tiro na academia dos Bolsonaro, mas preferiu usar uma arma fria.