A compra do Centrão, executada pela mão de generais palacianos que praticam fisiologismo e corrupção
VI - Os militares voltaram dispostos a ficar
por Jeferson Miola
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A questão, hoje, não é se perguntar se esse é um governo militar. Porque este é, de fato – e também será, em seguida, de direito –, um governo militar. Tampouco restam dúvidas quanto à sinergia entre Bolsonaro, o comando da ativa e os setores influentes da reserva das FFAA.
Bolsonaro até poderá ser descartado em determinadas circunstâncias, se esta for a medida mais producente para a continuidade do projeto militar – o que não é uma realidade no cenário presente. A compra do Centrão, executada pela mão de generais palacianos que praticam fisiologismo e corrupção para salvar o projeto, é prova disso.
A questão que se coloca, portanto, é: qual o projeto dos militares hoje, uma vez que eles
[i] não têm um ideal de nação,
[ii] abdicaram da defesa da soberania nacional,
[iii] endossam políticas ultraliberais e liquidacionistas do Paulo Guedes,
[iv] rechaçam um projeto nacional-desenvolvimentista,
[v] aniquilam os direitos dos trabalhadores e, como deixa evidente a opção criminosa e genocida diretamente planejada, concebida, dirigida e executada por eles, militares, na pandemia, eles
[vi] não têm nenhum compromisso em defender e proteger a vida do seu próprio povo.
Ao contrário, são indiferentes ao extermínio em curso – o extermínio de pobres, negros, desempregados, descartáveis, idosos, indígenas, quilombolas ….
Uma hipótese é que estes militares – entreguistas, anti-nação, anti-povo, anti-democracia, anti-soberania etc – enxergam que este é o lugar do Brasil na geopolítica mundial.
O Brasil, na visão deles, que não superaram a doença da colonialidade dependente, além de escória e pária internacional, se realiza como país-cônsul de uma potência estrangeira. No caso, como país-cônsul dos EUA.
As Forças Armadas brasileiras se enxergam como guarda pretoriana, no próprio território brasileiro, do exército invasor que ocupa, domina, explora, saqueia e pilha nosso território e extermina nosso povo.