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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

07
Fev21

O MELANCÓLICO FIM DA LAVA JATO

Talis Andrade

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 por Ângela Carrato /Jornalistas Livres

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Depois de embalar o sonho das “pessoas de bem”, que vestiram verde e amarelo e foram às ruas apoiar o pretenso combate à corrupção, o fim da Operação Lava Jato está próximo e não poderia ser dos mais melancólicos.


Tudo indica que ela será substituída pela criação da Unidade Nacional Anticorrupção (Unac) por parte do Ministério Público Federal. A Unac, se realmente prosperar, terá sede em Brasília e concentrará ações atualmente dispersas entre as unidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. A proposta é do próprio procurador-geral da República, Augusto Aras que, diferentemente dos seus antecessores, foi escolhido pelo presidente Bolsonaro sem levar em conta a lista tríplice elaborada pela categoria.


A decisão de Aras é uma das consequências práticas da guerra que passou a ser travada entre bolsonaristas e lava-jatistas, após a demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. Moro, que foi conivente com parte dos abusos cometidos pelo governo enquanto esteve no poder, saiu atirando e acusando Bolsonaro de “tentarinterferir politicamente na Polícia Federal”.


Um dos principais beneficiados pela Lava Jato, Bolsonaro, que dificilmente teria sido eleito se não fosse a criminalização e o ódio ao PT que ela disseminou, viu na atitude de Moro uma forma de atingir seu governo, mas, principalmente, de se cacifar para a disputa presidencial em 2022. É importante lembrar que o apoio de Moro junto à opinião pública, no momento em que deixou o governo, era significativamente superior ao do próprio Bolsonaro.


Os partidos de oposição, por sua vez, há muito denunciam os desmandos da Lava Jato
e como ela, em seis anos de existência, tem cometido todo tipo de ilegalidade. Além de grampear os telefones dos advogados que defendem o ex-presidente Lula nosprocesso do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia, os advogados Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins lembram que o próprio Lula foi condenado sem provas e por “atos indeterminados”.

Vale dizer: depois de anos revirando a vida e quebrando todos os sigilos bancários, fiscal e telefônico do ex-presidente Lula, de sua família e amigos, não foi encontrado nada que pudesse incriminá-lo.


Às denúncias dos advogados de Lula vieram se somar, em meados do ano passado, a série de vazamentos publicados pelo site The Intercept BR. Eles mostraram conversas dos procuradores que atuam na Lava Jato, em Curitiba, trazendo à tona muito do seu modus operandi. A série, que ficou conhecida como #VazaJato, mostrou, por exemplo, que Moro não atuou apenas como juiz, mas como auxiliar da própria acusação.

Caía por terra o discurso de “juiz imparcial” sob o qual Moro sempre tentou se acobertar. Os vazamentos deixaram visível também a perigosa proximidade entre oslava-jatistas e integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Quem se lembra de um exultante procurador chefe em Curitiba, Deltan Dallagnol em conversa com Moro,assegurando “In Fux we trust”? Fux, no caso, é o ministro Luiz Fux.


As denúncias da #VazaJato correram mundo e foram destaque nos principais jornais da Europa e dos Estados Unidos, contrastando com o silêncio que sobre elas reinou na mídia brasileira. Silêncio explicado pelo fato da mídia local ter se valido das cinematográficas operações da Lava Jato para disseminar o ódio ao PT, patrocinar ogolpe contra a presidente Dilma Rousseff (impeachment sem crime de responsabilidade é o que?), prender e impedir Lula de disputar as eleições de 2018, abrindo espaço para a vitória de Bolsonaro e suas políticas antipopulares, antinacionais e de submissão aos interesses dos Estados Unidos.


Na semana passada (1/7), nova reportagem do The Intercept BR, em parceria com a agência de jornalismo investigativo Pública, mostrou algo ainda mais grave e que veio confirmar denúncias que pairavam sobre a Lava Jato: a interferência de agentes do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e do próprio FBI, polícia e serviço de inteligência daquele país, em suas ações.


Quem se lembra que um dos policiais que escoltou Lula, quando ele saiu da prisão para ir ao enterro do seu neto, usava adesivo que não era da Polícia Federal?

As novas revelações do The Intercept BR/Pública mostram uma parceria “informal” entre Lava Jato e autoridades estadunidenses que, exatamente por ter se dado demaneira  informal, é ilegal. Se o compromisso da Lava Jato fosse realmente combater a corrupção e não atender aos interesses de setores dos Estados Unidos (deep State?),bastaria ter se pautado pelos canais legais. Desde 2001, com o decreto 3.810, Brasil e Estados Unidos firmaram acordo prevendo procedimento escrito e formal, intermediado por órgãos específicos de lado a lado.


Em outras palavras, mais do que uma operação anticorrupção, como sempre tentou se mostrar, a Lava Jato começa a ter sua verdadeira face desenhada. Ela é parte do kit da “guerra híbrida” adotado pelos Estados Unidos para intervir na política e na vida de países. No caso brasileiro, as razões são muitas. Desde o início dos anos 2000, estudos apontavam que o Brasil tinha tudo para, em menos de duas décadas, se transformar em potência mundial.


Esses estudos, claro, incomodaram a grande potência mundial e potência maior do hemisfério, mas acabaram sendo deixados de lado em função dos ataques terroristas às torres gêmeas, em 2001. Nesse meio tempo, assumiu o poder no Brasil e também na maioria dos países da América do Sul, governos populares que buscaram o desenvolvimento de suas economias e parcerias no cenário internacional.


O Mercosul foi fortalecido, a Unasul foi criada e o Brasil esteve à frente do surgimento do BRICS e passou a integrá-lo, juntamente com Rússia, Índia, China e África do Sul.


Como se isso não bastasse, o Brasil anunciou em 2007 a descoberta do pré-sal e em 2014, apesar da pesada campanha da mídia para derrotar o PT, Dilma Rousseff consegue se reeleger, com a agremiação dando início ao seu quarto mandato à frente da presidência da República.


Para alguns, tudo isso não passa de “teoria da conspiração”, mas se os fatos forem observados, coincidentemente as ações da Lava Jato apontam para a desorganização e estabelecimento do caos na economia brasileira e para a criminalização de governos que possibilitaram inúmeros avanços ao país.

Outro efeito prático da Lava Jato foi, sob o argumento de “combate à corrupção”, levar empresas brasileira como a construtora Odebrecht praticamente à falência, obrigada a demitir mais de 230 mil funcionários. Já a Petrobras, além da campanha de desmoralização a que foi submetida, teve que pagar multas milionárias para acionistas nos Estados Unidos.


Em 2014, os serviços de inteligência dos Estados Unidos já tinham sido pegos com a boca na botija, espionando a então presidente Dilma e os contratos para exploração do pré-sal que estavam sendo preparados pela Petrobras. O então presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, nunca negou as espionagens e, até onde se sabe, não pediu desculpas pela ação dos serviços de inteligência. Essa história, em detalhes, está registrada no documentário do diretor estadunidense Oliver Stone, intitulado Snowden. O documentário está disponível na Netflix.


Vale observar ainda que operações semelhantes à Lava Jato (ou mesmo seus desdobramentos) tiveram lugar na América do Sul, redundando em desorganização da economia desses países, criminalização de governantes populares, eleição de governos neoliberais ou mesmo em golpes de Estado, sempre sob o argumento do “combate à corrupção”.


Voltando a Moro e Dallagnol, nesses seis anos de Operação Lava Jato, eles passaram de figuras inexpressivas a estrelas do noticiário da mídia brasileira (TV Globo à frente). Só que agora estão às voltas para explicar o inexplicável.


Como se aliaram a integrantes do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a agentes do FBI contra empresas brasileiras? Como incriminaram e condenaram, sem provas, o ex-presidente Lula? Como agiram de maneira nitidamente partidária, uma vez que as condenações recaíram quase que exclusivamente sobre o PT e aliados, deixando de fora notórios corruptos do PSDB?


Apesar dessas questões já serem levantadas pelos advogados de Lula antes mesmo dele passar 580 dias na prisão, só agora ganharam ressonância.
Por mais de seis anos – março de 2014 é considerado o seu começo – a Operação Lava Jato mandou e desmandou no Brasil. Além do “combate à  corrupção” ter sido transformado pela direita e pela mídia corporativa em problema número 1 do país, em nenhum dos Poderes houve quem se dispusesse a enfrentá-la.


A presidente Dilma Rousseff, com sua postura republicana, jamais interferiu ou tentou interferir nessas ações. No Congresso Nacional, a maioria dos integrantes, mais preocupada com as eleições que aconteceriam em poucos meses, não deu atenção ao assunto e, pelo lado do Judiciário, tudo parecia certo.


Só que não.


As operações que tiveram início com a prisão, pela Polícia Federal, de um dono de posto de gasolina em Brasília (daí o nome Lava Jato) onde havia uma casa de câmbioutilizada para evadir divisas do país, rapidamente levou o Ministério Público Federal em Curitiba a criar uma equipe de procuradores para atuar no caso, sob o argumento de que já investigava um dos doleiros (Albert Youssef) envolvidos em transações com o dono do posto de gasolina.


Numa história que ainda precisa ser devidamente esclarecida, uma investigação que deveria ter ficado em Brasília foi parar na capital do Paraná. Mais ainda: a descoberta de que Yousseff havia dado de presente uma Land Rover para um ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, jogou a empresa no olho do furacão.


Num passe de mágica, os procuradores em Curitiba, chefiados por Dallagnol, começaram a buscar, de todas as formas, um elo entre a corrupção de diretores da Petrobras e o ex-presidente Lula. Nenhum outro presidente lhes pareceu suspeito. Moro, aliás, foi contra investigar Fernando Henrique Cardoso, para não “melindrar apoio importante”.


Um mês e pouco depois, a operação já contava 30 pessoas presas e 46 indiciadas pelos crimes de formação de organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Nas 71 operações acontecidas desde então, mais de 100 pessoas foram presas e quase o mesmo número condenadas.


Os processos contra os acusados, o tempo em que ficavam presos sem julgamento, as
condições em que eram mantidos encarcerados, nada disso parecia importar para a Justiça brasileira e muito menos para a mídia. Enquanto isso, vazamentos, cujo timing político era nitidamente calculado, foram fundamentais para impedir, em março de 2016, que Lula se tornasse chefe da Casa Civil de Dilma, e, em 2018, contribuíram para torpedear a candidatura do petista Fernando Haddad à presidência da República.


Ninguém, obviamente, é contra o combate à corrupção. Mas o que chama atenção é que a Lava Jato não combateu a corrupção. O que ela combateu foi o PT, a democracia, as principais empresas brasileiras e a soberania do país. Uma das primeiras medidas econômicas aprovadas pelo Congresso Nacional, depois do golpe contra Dilma e da posse do ilegítimo Michel Temer, foi um projeto do senador tucano José Serra (SP), alterando a legislação sobre o pré-sal brasileiro, a fim de beneficiar as empresas multinacionais.

Para complicar ainda mais essa história, que em muitos aspectos se assemelha a um triller de cinema, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, morre, em janeiro de 2017, num acidente de avião. Teori era o relator da Lava Jato na Suprema Corte e estava às vésperas de retirar o sigilo de cerca de 900 depoimentos e homologar as 77 delações da Odebrecht. Ele vinha publicamente fazendo censuras à atuação do juiz Moro e da própria Lava Lato. Sua família nunca acreditou no resultado da perícia sobre o acidente.


Depois da morte de Teori, opera-se uma curiosa coincidência. Todas as pessoas chave na Lava Jato, sejam seus integrantes, sejam aqueles, em instâncias superiores, que vão julgar os atos de seus integrantes, passam a ser de Curitiba ou vinculados a Curitiba: Moro, o desembargador do TRF-4, João Pedro Gebran Neto, o ministro do STJ, Félix Fischer, e o ministro que ocupa a relatoria da Lava Jato no STF após a morte de Teori, Edson Fachin.


Fazendo um corte para os dias atuais, o destino da Lava Jato, mesmo com todas as suas ilegalidades, poderia ter sido outro se não fosse a ambição de Moro. Ao querer incluir em seu currículo além do cargo de ministro da Justiça (negociado com Bolsonaro ainda na campanha eleitoral) uma vaga no STF ou mesmo a presidência da República, entrou em rota de colisão com Bolsonaro.

O problema para Bolsonaro é que Moro acabou se transformando em “queridinho” de parte da direita brasileira (Globo à frente) e, segundo o sociólogo português, Boaventura de Souza Santos, em candidato dos Estados Unidos à presidência do Brasil, a pessoa ideal para manter o país atrelado aos interesses do Tio Sam. Bolsonaro e Moro estão, assim, disputando num mesmo campo.
É importante lembrar também que figuras como o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacha Duran, que, há mais de três anos, vem tentando fazer delação premiada contra Moro, parece que finalmente conseguirá. Entre outras coisas, Duran tem dito dispor de provas da existência de vendas de sentenças por parte da “República de Curitiba” e de propina ligando essas sentenças, as delações premiadas e advogados amigos de Moro.


Os integrantes da Lava Jato, obviamente, não estão dispostos a aceitar seu fim
passivamente. Na última quinta-feira (2/7), numa tentativa de mostrar serviço, a Lava Jato, que andava meio sumida, reapareceu fazendo uma operação de busca eapreensão na casa do tucano José Serra. Há pelo menos dez anos que as denúncias contra Serra são conhecidas e não deixa de ser esquisito só agora a turma de Curitiba, através do braço de São Paulo, ter resolvido agir.


A explicação mais plausível parece ser a de que a Lava Jato, a fim de tirar o foco das denúncias de que vem sendo alvo, usou essa operação como manobra diversionista. Diante da ameaça de extinção, nada melhor do que uma ação em cima de um notório corrupto que sempre esteve acima da lei, para tentar se mostrar imparcial.


Outra prova de que a turma da Lava Jato está se sentindo acuada foi o adiamento do
julgamento de Dallagnol no Conselho do Ministério Público, pelo Power Point contra Lula. Marcado para amanhã (7/7), última sessão antes das férias do meio de ano, o adiamento surpreendeu alguns conselheiros e foi interpretado como medo de derrota, especialmente diante das recentes revelações da #Vazajato.


Se as previsões do ministro do STF, Gilmar Mendes, estiverem corretas, em setembro os dois processos impetrados pela defesa de Lula arguindo a suspeição de Moro para julgá-lo serão analisados. Some-se a isso que a Comissão de Direitos Humanos da ONU já tem em seu poder a documentação envolvendo o julgamento e as condenações, sem provas, de Lula.


Pelo “conjunto da obra” e por razões diferentes, o fim da Lava Jato está próximo e aqueles que se orgulharam de ter vestido verde e amarelo e ido às ruas apoiar seus“heróis” vão começar a ter vergonha.


Fizeram papel de bobos.

18
Fev20

Heleno é general de um Exército elitista e golpista, cujo generalato odeia os pobres e serve aos ricos

Talis Andrade

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por Davis Sena Filho 

Generais, lembrai-vos de Cité Soleil!  

O general Heleno sempre foi oficial língua solta e sem controle. Trata-se de um destemperado, cujos caráter e índole agressivos servem como ponta de lança para as diatribes do fascista Jair Bolsonaro e dos milicos que tomaram conta do Palácio do Planalto, sonho e desejo de 30 anos, que se realizaram com a ascensão de um brucutu fascista ao poder, que hoje serve tal qual a um lacaio aos interesses do governo dos Estados Unidos, da burguesia nacional e da banca internacional e doméstica.

Heleno é movido pelo ódio de classe e ideológico, como a maioria dos generais, pois DNA histórico aprendido em suas escolas em diversos níveis, além de se comportar como um celerado, inclusive publicamente, quando considera que tem que interceder por meio de violência verbal para combater os motivos e contestações que fazem os opositores ao desgoverno fascista e incompetente de Bolsonaro, o qual ele serve como se fosse um pitbull.

A violência é seu modus operandi, a exemplo do Haiti, quando tal general hidrófobo determinou a invasão da maior favela da capital Porto Príncipe pelas tropas militares que comandava, razão pela qual aconteceram inúmeras mortes, além de muita gente ferida. Com a mesma violência esse militar despreparado para tratar de questões políticas complexas, ataca o ex-presidente Lula, porque é o porta-voz feroz do capitão Jair Bolsonaro, que, autoritário e inimigo do povo brasileiro, como comprovam suas ações econômicas, previdenciárias e trabalhistas de seu desgoverno, o escala para combater o político trabalhista onde quer que vá, com o intuito ainda de desqualificar tudo o que o político mais importante do Brasil pensa, age e fala.

Tal general é completamente despreparado e desqualificado para tratar das questões brasileiras complexas, como o é a grande maioria dos generais terceiro-mundistas, que transformaram as forças armadas em corporações policiais, em uma estratégia pensada, estudada e efetivada para garantir os interesses do status quo nacional e, consequentemente, consolidar o domínio do establishment estrangeiro no Brasil, tanto no que dispõe sobre programas e projetos estratégicos de infraestrutura, tecnológicos e de soberania, quanto no que é relativo ao maior País da América Latina implementar uma política diplomática dependente, além de abandonar sua tradição multilateral, como sempre foi, inclusive nos governos da ditadura militar (1964/1985).

Trata-se de um ódio a Lula incompreensível e irracional, até porque esses generais que compõem o desgoverno fascista, antinacional, antirrepublicano e antipopular ascenderam profissionalmente, galgaram cargos e receberam recursos para as forças militares dos governos petistas como nunca antes aconteceu na história deste País. Nem comida para os soldados esses generais arrogantes de despreparados politicamente tinham para alimentar as tropas, quanto mais dinheiro para financiar projetos militares de grande interesse estratégico que hoje estão todos parados, após o golpe contra a presidente legítima e reeleita democraticamente, Dilma Rousseff.

O general Augusto Heleno é um poço de rancor, ressentimento de ódio contra o PT e sua principais lideranças, notadamente o Lula. Ele agora, depois de fazer um monte de cagadas no Haiti e, com efeito, ser destituído de seu cargo de comandante, envereda para o deboche e a falta de respeito que, por sinal, esse sujeito não tem por ninguém que pense diferente das idiotias dele. Na verdade, trata-se de um obcecado ideológico, que vive ainda nas décadas de 1950/1960, quando EUA e URSS atingiram o auge da Guerra Fria.

Os generais brasileiros reencarnam o anticomunismo, mas não passam de servidores públicos a serviço de interesses empresariais e do governo dos Estados Unidos, porque ligados umbilicalmente ao Tio Sam. Um “amor” inexplicável e um desejo de serem parte da alta burguesia que passa a ser um problema tragicômico. Por sua vez, todo o governo trabalhista ou de esquerda que assume o poder por meio do voto, como aconteceu na história do Brasil, esses generais analfabetos políticos e aliados do sistema de capitais se tornam fortes críticos e começam um processo de combate político, com direito a todos tipo de ataque, que deixariam um moleque envergonhado.

Leia o que disse o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno, ex-chefe das tropas da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah) sobre a visita de Lula ao Papa Francisco no Vaticano: “Parabéns ao Papa Francisco pelo gesto de compaixão. Ele recebeu Lula, no Vaticano. Confraternizar com um criminoso, condenado, em 2ª instância, a mais de 29 anos de prisão, não chega a ser comovente, mas é um exemplo de solidariedade a malfeitores, tão a gosto dos esquerdistas”.

Dizer o quê sobre as palavras desse estúpido, de uma radicalidade tão irracional quanto sua desastrada ação como chefe da Minustah, no Haiti. Compaixão é uma palavra que tal milico destemperado não compreende e jamais compreenderá. Compaixão é tudo o que ele não aprendeu nas escolas militares e na vida, como comprova sua péssima atuação à frente do GSI. Aliás, até agora somente o sargento preso na Espanha, por causa de carregamento de drogas encontrado em um dos aviões da Presidência da República, pagou por este crime, que, evidentemente, não se encerra com a prisão do militar subalterno, que obviamente não é o chefe maior de tal ação criminosa. O general Heleno tem de explicar pelo menos sua incompetência nesse caso, como ocorreu com ele também no Haiti.

Entretanto, o que chama mais a atenção é que esse general, tal qual ao ex-juiz de província, Sérgio Moro — o Homem Muito Menor —, que prendeu o Lula sob a acusação de “fatos indeterminados”, ou seja, sem provas de ele ter incorrido em malfeitos e depois foi servir ao seu principal adversário, o Bolsonaro, é que tal indivíduo da boca grande e língua maledicente não se indigna com a liberdade de políticos corruptos que frequentam o círculo do fascista Jair Bolsonaro, que são do PSL, MDB, DEM, PSDB, além de empresários corruptos que apoiam o seu patrão.

É verdade. O fascista e político do baixo clero, Jair Bolsonaro, chegou ao poder por meio de ações ilegais, a exemplo das fake news e da parceria e cumplicidade de juízes, procuradores, delegados da PF, que entraram de cabeça na política para combater os governos trabalhistas do PT e suas principais lideranças, a ter a Lava Jato como a principal base de ações e atos espúrios, ilegais e criminosos, como comprovam as denúncias do The Intercept, além de todo mundo, que tem ao menos um neurônio a funcionar, percebe que o sistema de Justiça, PF e MPF conspiraram para derrubar os governos do PT, bem como perseguem covardemente até hoje suas principais lideranças.

Aí fica esse general pretensioso, irresponsável, desajuizado, de extrema direita, cujos conselheiros principais são o ódio e o ressentimento contra quem combate e denuncia o pior e mais perverso governo após a redemocratização do Brasil, com todos os índices econômicos e sociais negativos, que está a desmontar o estado nacional, a entregar suas estatais estratégicas e indutoras do desenvolvimento e a retirar direitos dos trabalhadores, estudantes, aposentados, das minorias e dos pobres, de forma sistemática e covarde, a se comportar como se tudo estivesse a mil maravilhas.

Porém, a verdade é que o Brasil vivencia uma crise econômica e moral sem precedentes, além de a sociedade estar indelevelmente dividida por causa de gente inconsequente desse governo radical à direita, de interesse empresarial, e que tem em suas fileiras um militar agressivo e autoritário a mandar na GSI. General Heleno: tu és um membro do desgoverno mais covarde, entreguista, mentiroso e incompetente da história da República, com igual desonra ao desgoverno do abjeto, traidor e golpista Michel Temer, que mostrou o caminho do desmonte do Brasil ao governo odiento de Jair Bolsonaro — o Fascista.

Enquanto o general da GSI fica a falar um monte de bobagens, deboches e insultos dignos de um bárbaro criado em caserna, o Papa Francisco recebe um homem que foi perseguido caninamente por agentes do Estado brasileiro que, tal qual a pequena burguesia, são aliados dos ricos e se juntam mais uma vez na história do Brasil para efetivar um golpe de estado, desta vez pelo instrumento do lawfare e não pelas armas, o que significa que o Direito e o sistema judiciário são usados como ferramenta de combate político, a ter juízes, policiais e procuradores, com a participação nos bastidores do golpismo de generais, sendo o Congresso Nacional o indutor do golpe, pois colocou a mão na massa na deposição de Dilma Rousseff.

Agora, vamos à pergunta que não quer calar: Por que o ex-presidente Lula e sua família não possuem altas somas de dinheiro e patrimônio valioso, como afirmam os meganhas e togados da Lava Jato e dos tribunais inferiores? Eles são os criadores do PowerPoint leviano e mentiroso de Curitiba, bem como gravaram e divulgaram ilegalmente conversas entre presidente e ex-presidente, assim como gravaram criminosamente os advogados de Lula, dentre incontáveis crimes e ilegalidades que cometeram e somente a história um dia irá contar, sem perdão e mentiras.

São golpistas criminosos do establishment e por isto, creio eu, jamais serão severamente punidos por cometerem crimes em série de traição contra o Brasil, a democracia e a Constituição. E um País desenvolvido esses bárbaros celerados estariam presos e perderiam seus empregos e as polpudas pensões e aposentadorias, pagas regiamente, sem quaisquer perdas, porque estão no pico da pirâmide do serviço público e, com efeito, ficaram de fora da criminosa e covarde reforma da Previdência, que não é “reforma”, mas roubo descarado do dinheiro e da paz dos trabalhadores. Ladrões! A reforma da Previdência é o mega roubo dos muitos roubos que um povo já sofreu com a aquiescência dos políticos, dos militares, dos juízes, dos procuradores e dos policiais. Ladrões!

É fácil de comprovar, mas como essa gente criminosa usa seus cargos no poder público pago pelo contribuinte não comprova os crimes imputados a Lula, teve de mentir, distorcer, violar o Direito, a Constituição e, consequentemente, a democracia e o Estado de Direito. O general Augusto Heleno sabe disso? É evidente que sabe, mas quer poder e apoiou mais um golpe na república bananeira pertencente há séculos à “elite” de tradição escravocrata, que ele e tantos outros generais representam e sempre representaram, no passado, no presente e o farão no futuro, porque os centuriões da República, sem quaisquer compromissos com a Nação brasileira. Tanto não tem empatia com os interesses do País, que apoiam as retiradas de direitos, a demolição da economia e o desmonte do Estado nacional. Ponto.

A verdade é o Lula incomoda e seu encarceramento injusto, surreal e covarde foi, sobretudo, para impedi-lo de ser presidente e, por sua vez, no poder bloquear a entrega do Brasil e a extinção de direitos, notadamente a proteção aos pobres. Esses bárbaros encastelados no poder congelaram por 20 anos os investimentos no Brasil, bem como estão diminuindo selvagemente o Estado para que os brasileiros não tenham acesso aos impostos que geram empregos e renda, porque quando o Estado investe, o beneficiado pelos investimentos é o povo. E é exatamente isto que os ricos da iniciativa privada e os poderosos do poder público não querem e por isto combatem o desenvolvimento do povo brasileiro, a fim de ter mão de obra barata e mais dinheiro e poder entre eles.

O Brasil pós-golpe é o butim da direita e extrema direita, que estão no poder. Essa gente vai raspar e varrer o País, conforme deixa claro e sem dúvidas o inimigo das empregadas domésticas, dos trabalhadores e os pobres, o draconiano Paulo Guedes — o cruel e irresponsável chicago boy dos tempos do assassino general Augusto Pinochet. O general Augusto Heleno calado é um poeta. Nunca vi um ser tão bronco e desprovido de sensatez e ponderação. Quando foi destituído do seu desastroso comando no Haiti a pedido da ONU, tomou um ódio pelo PT e suas lideranças. O fato real é que o Papa Francisco e o Lula não estão nem aí para que esse sujeito pensa ou deixa de pensar.  

Jamais e em hipótese alguma um membro do desgoverno fascista e entreguista de Jair Bolsonaro falou em povo, trabalho e emprego. Nunca se importaram com saúde, educação e moradia. Essa gente não tem em suas gavetas um único projeto de desenvolvimento e soberania para o Brasil e povo brasileiro.

A violência e o desprezo são incomensuráveis e inenarráveis. E os generais, a exemplo do Heleno, são servidores públicos pagos pelos contribuintes. São partes intrínsecas desse desgoverno bárbaro e inimigo dos interesses do Brasil. Trata-se da geração de generais mais alienada e completamente doutrinada pelos interesses norte-americanos e empresariais. É tão ridículo quanto perigoso ter nas fileiras das forças armadas generais privatistas e que estão no poder pelos simples fato de ter poder, e nada mais. Heleno é general de um Exército elitista e golpista, cujo generalato odeia os pobres e serve aos ricos.

Enquanto isso, em Roma, Lula afirmou: “A ganância dos interesses empresariais e financeiros é responsável pela revogação de conquistas dos trabalhadores e pelo aumento da desigualdade no mundo. O mundo está ficando mais desigual e a maioria dos trabalhadores está perdendo direitos. Muitas das conquistas que tivemos, no século XX, estão sendo derrubadas pela ganância dos interesses empresariais e financeiros”. É isso aí.

 

25
Jan20

Moro deveria estar preso ao invés de ser presidente — Sem justiça não há paz e civilização

Talis Andrade

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por Davis Sena Filho

Sérgio Moro — o Homem Menor —, ex-juiz caipirão de província e que cometeu incontáveis crimes como o chefão do partido de extrema direita e de ações golpistas chamado de Lava Jato, antes de tudo e de qualquer coisa, deveria estar preso e perder, sem sombra de dúvida, todos seus direitos pecuniários como ex-juiz e o que o valha, porque o chefe incontestável de um antro que cooperou, e muito, para que a presidente Dilma Rousseff fosse deposta por um golpe bananeiro e cucaracha com a cara e o DNA da direita brasileira, prendeu injustamente e covardemente o presidente Lula, candidato favorito às eleições presidenciais de 2018, além de ser um dos principais protagonistas para que o Estado brasileiro fosse desmontado.

Moro — o Homem Menor — após cooperar efetivamente como o golpe de direita que continua a se consolidar, porque é necessário extinguir todos os direitos e garantias do povo brasileiro conquistados por intermédio de inúmeras gerações, simplesmente foi servir, no papel de ovelha com alma de lobo, o fascista Bolsonaro, sendo seu ministro da Justiça e Segurança Pública. Parece piada, mas não é. Em um país sério, esse sujeito que se aproveitou de seu cargo de “juiz” para combater o governo de Dilma e prender Lula por “atos indeterminados”, ou seja, não teve conhecimento e muito menos provas de que o Lula cometeu crimes, estaria há muito tempo preso em um presídio.

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Moro é também o responsável direto, juntamente com a Globo dos Marinho, notórios e históricos golpistas, e o Congresso corrupto liderado pelo gângster Eduardo Cunha, pela tomada de poder por intermédio do patife e traidor Michel Temer, que assumiu descaradamente o poder máximo da República, sendo que sempre foi um político de poucos votos, mas articulado e conhecedor dos subterrâneos dos três poderes e dos partidos de direita, que infestam o Congresso com suas ideias retrógadas e sempre articuladas com os interesses do grande capital nacional e internacional.

Temer iniciou, de forma irresponsável como sempre o foi quando parlamentar, e também de maneira feroz e perversa o desmonte do Estado nacional e do mercado interno, a pavimentar o caminho do fascista tupiniquim odiado internacionalmente e tratado como uma autoridade pária pelos países civilizados, cuja alcunha é Bozo, que é ladeado pelo seu ministro Paulo Guedes, vendilhão e de incompatível trato com os interesses do País, além de se mostrar um xucro quando se trata de dar explicações sobre o interesse público e sua vocação de lesa pátria, como comprova o modelo econômico que esse indivíduo alienígena efetiva, a impor aos trabalhadores e aos aposentados o ultraliberalismo que não deu certo em lugar algum, inclusive nos países desenvolvidos.

Moro — o Homem Menor — e que deseja ser presidente é o produto pronto e acabado da insanidade coletiva que tomou conta deste País bárbaro e atrasado, principalmente a partir de 2013, quando se deu início às micaretas de direita a sabotar o País e a apostar no golpe contra Dilma Rousseff. E toda essa patifaria e despolitização da sociedade para entregar o patrimônio e riquezas do Brasil aos estrangeiros e à iniciativa privada, País que ainda continua e ser desmoralizado e desconstruído pelo desgoverno fascista de Jair Bolsonaro — o Uno —, que trata o patrimônio nacional e os brasileiros como inimigos a serem brutalmente humilhados e destruídos, sem trégua e compaixão.

Dito isto, volto a ressaltar e a lembrar que o verdadeiro inimigo interno dos interesses do Brasil sempre foram e serão as oligarquias deste País acumpliciada com a imprensa de mercado e as elites do Judiciário, Executivo e Legislativo, além das Forças Armadas e polícias. São eles que controlam o status quo, assim como são associados ao establishment internacional, que apoia e financia golpes de estado no mundo, especialmente na América Latina, pois rica por natureza e com mão de obra barata, sendo que um País poderoso do tamanho do Brasil ser independente e soberano causa ódio e náuseas à casa grande brasileira e aos capitalistas multinacionais que controlam as riquezas deste planeta.

Por isto e não apenas por isto que políticos nacionalistas, socialistas e trabalhistas sempre foram alvos de toda “sorte” de golpes e perseguições por parte da direita brasileira, como não deixa mentir a história trágica do Brasil, sempre à mercê de trogloditas do mercado e de ditadores que apenas cuidam de suas turmas e dão uma banana aos trabalhadores e aposentados com aquiescência da Justiça e dos generais colonizados, privatistas e entreguistas das Forças Armadas, que, equivocados como sempre, consideram bater continência à bandeira e cantar hinos militares são atos de amor à pátria.

Enquanto isso, o Brasil é pilhado por piratas do capital, vendido a preço de banana e a economia a ser destruída por golpistas direitistas iguais a essa gente fardada, que há 40 anos esperava por oportunidade para usufruir politicamente de poder institucional e cooperar para efetivar políticas econômicas neoliberais, além de apoiar uma política externa subalterna, servil e cruelmente prejudicial à Nação perante os interesses dos Estados Unidos, que, arrogantes e violentos, pensam que a América é apenas deles e para eles.

Por sua vez, voltemos ao início deste artigo para que possamos observar o quanto o ministro da (in)Justiça das armações criminosas e das ambições desmedidas, que sempre contou com a cumplicidade e a aquiescência do Supremo Com Tudo (SCT), que vem a ser a vergonha, o vexame e a desgraça do Brasil, para cometer suas ilegalidades políticas e jurídicas, de forma que se torne o candidato dos coxinhas e, quiçá, dos bolsominions e do Grupo Globo e Cia. para presidente da República. Moro — o Homem Muito Menor — anseia obstinadamente disputar a cadeira da Presidência da República e, consequentemente, subir a rampa do Palácio do Planalto.

Depois de cometer inúmeras ilegalidades, arbitrariedades e crimes comprovados pela literatura jurídica e pelo Intercept Brasil, o medíocre ex-juiz quer ser presidente e, definitivamente, implantar o estado policial de seus sonhos. Trata-se do lugar-tenente do fascismo das “elites” de terceiro mundo devoradoras de Miami e Orlando, cujos fascistas o esperam de braços abertos, a empunhar o projeto anticrime de sua autoria e de conotação integralista para que ele, o Moro, veja sua obra à moda Mussolini e se regozije com os bárbaros da Lava Jato, que prenderam e perseguiram freneticamente, porque fanaticamente ideológicos, principalmente àqueles que politicamente não coadunam com seus propósitos e ideais fascistas e vinculados aos interesses dos Estados Unidos.

O golpe de 2016 contra a presidente Dilma poderia ser chamado pelos historiadores de o “Golpe do Pré-Sal”. O golpe que destruiu a avançada e competente engenharia de base brasileira e que entregou o riquíssimo mercado interno deste País aos estrangeiros. O golpe perverso que extinguiu, sem piedade, os direitos históricos dos trabalhadores e aposentados, dos estudantes e dos “domésticos”, dos idosos e das gerações futuras.

Congelaram irresponsavelmente os orçamentos da educação e saúde por 20 anos e, incrivelmente, o brasileiro tem de aturar o Grupo Globo da famiglia Marinho cobrar, na maior cara de pau e desfaçatez, melhores condições estruturais, orçamentárias e de pessoal para a saúde e a educação. Até o mau-caratismo tem de ter limites, não é mesmo, cara pálida, quando sabemos que a prioridade são os bancos e os bilionários de outros setores da economia. Pode isso, Arnaldo?!

Lula sempre foi a questão desses golpistas cretinos, a incluir o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que continua a apoiar as políticas nefastas e covardes de Paulo Guedes, mesmo a ser contra os interesses da categoria que esse sujeito patolino, porque amante de patos amarelos golpistas e ridículos como os membros da Fiesp. Ele não está nem aí, pois a desindustrialização do Brasil é mais rápida do que notícia ruim e tal indivíduo não faz qualquer mobilização para pressionar o ministro xucro e mal educado da Economia, que adora e se orgulha dizer à gringada pirata, malandra e esperta que o Brasil está a venda como se fosse apenas um produto com um povo vítima de violência, iletrado, abandonado, pobre e despolitizado. Só falta dizer aos gringos que este é o único problema do País com vocação eterna de terceiro-mundista.

O presidente Lula asseverou o seguinte: “Eu acho que o Moro quer estar nas urnas sim. A sentença contra mim já mostrava que ele já era político. Um juiz político que me condenou por “atos indeterminados”. Ou seja, nem ele sabe por que me condenou”. É verdade. A única afirmação do Lula que não concordo é quanto ao Moro “estar nas urnas”, porque a verdade é que o Moro — o Homem Muito Menor — deveria estar na cadeia para pagar pelos seus crimes à sociedade brasileira. Um dia este País terá de obrigatoriamente cobrar o ministro do fascista Bolsonaro por suas incontáveis ilegalidades e malfeitos.

Abra o olho, juizeco de direita e servidor de fascistas! O Bolsonaro e seus milicos guardiões de suas insanidades, histerismos e vilanias estão de olhos bem abertos em seus movimentos políticos, que visam a Presidência da República. Por enquanto, o Bolsonaro e seus generais privatistas (é o fim da picada!) e apoiadores de golpes te aturam e precisam da tua presença no ministério esdrúxulo, bizarro e composto por celerados, para amainar a fúria da imprensa de negócios privados e da boiada coxinha despolitizada, mas reacionária e perversa até a medula, que adora o Moro — o Homem Menor — como se ele fosse um semideus, o que se torna uma realidade mórbida e plena de mistérios ainda desconhecidos da alma humana quando está apodrecida.

Bolsonaro — o Uno — não vai deixar barato, porque um homem pleno de mesquinhez, violência, intolerância e impiedade, como demonstra sem dúvida toda sua carreira política. Moro se apega à Segurança Pública, parte de seu Ministério, pois a outra é a Justiça, palavra esta que o Moro — o Homem Muito Menor — odeia, despreza e sente repulsa, porque sabedor que prendeu e perseguiu homens e mulheres inocentes com o propósito de alavancar sua carreira política digna do submundo policial.

Porém, se o Ministério da Justiça e Segurança Pública for desmembrado, o ex-juiz de província perderá o acesso direto às polícias estaduais e à PF. É tudo, cara pálida, que esse sujeito saído diretamente dos porões da Justiça não quer e não deseja, porque se trataria de perda de influência política e administrativa sem precedentes em sua vida de mentiras e perseguições sórdidas e infames, como deixa transparente as gravações do Intercept Brasil, bem como todo mundo, antes mesmo das repercussões do Intercept, se tiver o mínimo de discernimento, compreende que o Moro cometeu ilegalidades de maneira rotineira e sistemática quando era o chefão da Lava Jato e até hoje vive impune, com a vil cumplicidade do Supremo Com Tudo.

O tempo é realmente o senhor da razão; e um dia desses de meu Deus o ex-juiz Sérgio Moro, o herói dos coxinhas e dos ricos, terá de ir às barras da Justiça e responder por seus crimes contra a democracia, o Estado de Direito, o povo brasileiro e, principalmente, as pessoas que ele perseguiu e humilhou sem provas de terem incorrido em crimes. Moro será preso com provas, pois os juízes tem a obrigação inalienável de fazer justiça. Sem justiça não há paz e civilização. É isso aí.

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23
Jan20

Condenados por Moro, absolvidos pelo tribunal: 16 vidas afetadas injustamente pela Lava Jato

Talis Andrade

“Acho que se elegeu a corrupção, que é um mal a ser combatido, como um tema que extrapola a legalidade", diz o advogado de um dos condenados

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GUILHERME HENRIQUE
Agência Pública 

 

“A única coisa que ouvi foi o cachorro latindo, mas de um jeito diferente. Abri a varanda e vi que ele estava assustado. Quando eu saí do quarto, ouvi a campainha da cozinha, da porta da sala e pessoas forçando a maçaneta. Num primeiro momento, achei que fosse assalto, porque faziam muita força. Fui até a porta e perguntei que estava acontecendo, e uma voz respondeu: ‘Aqui é a Polícia Federal [PF], abra imediatamente’. Estava de cueca [eram 6h30 da manhã], é constrangedor. Fui me vestir e fizeram uma busca e apreensão na minha casa, levaram computador, celular, pastas, tudo que tinha da OAS. Minha esposa estava grávida de cinco meses. Reviraram tudo e pediram para que eu os acompanhasse”, relembra hoje Fernando Augusto Stremel Andrade, ex-gerente de gasoduto da OAS.

Acusado de envolvimento no esquema de corrupção da empresa, como o então presidente da empreiteira Léo Pinheiro e os diretores Agenor Franklin Medeiros e Matheus Coutinho, o ex-gerente foi conduzido coercitivamente para a PF na sétima fase da Operação Lava Jato, denominada Juízo Final, no dia 14 de novembro de 2014. Foi liberado em seguida, mas em 5 de agosto de 2015 condenado a quatro anos de prisão em regime aberto por lavagem de dinheiro.

“O [Sergio] Moro achou que eu, com a função que tinha, deveria saber o que estava acontecendo. A noção para quem está de fora pode ser essa, mas não é isso que ocorre na obra”, afirma sobre a condenação. Absolvido em segunda instância por falta de provas em 27 de novembro de 2016, ele não conseguiu mais se recolocar no mercado de trabalho. “Estou marcado pela Lava Jato. A maioria das empresas tem o setor compliance. Não passa, cara, mesmo com a minha absolvição por 3 a 0. Fui condenado, acusado de corrupção, e as pessoas questionam. Não tem o que fazer”, lamenta.

Foi assim com Maria Dirce Penasso, cirurgiã dentista aposentada, à época com 66 anos, residente em Vinhedo, interior de São Paulo. A pacata vida da senhora foi revirada do avesso ao ter seu nome atrelado à Lava Jato, no dia 17 de março de 2014, na primeira fase da operação, quando sua casa foi alvo de busca e apreensão. Acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Maria Dirce foi condenada por Moro a dois anos, um mês e dez dias de prisão (depois comutada para prestação de serviço à comunidade). O motivo: sua filha, a doleira Nelma Kodama, abriu uma conta em seu nome em Hong Kong, que teria sido usada para movimentar dinheiro de corrupção. Maria Dirce, que sempre alegou desconhecimento das transações de Nelma, foi absolvida pelo TRF4 em dezembro de 2015, pouco mais de um ano depois da condenação. Além da decepção com a filha, sobraram sequelas da operação, segundo o seu advogado, Eduardo Pugliesi Lima. “Ela tinha uma conta no mesmo banco há 30, 40 anos. Quando foi acusada, começaram a dificultar tudo, para fazer qualquer tipo de movimentação. Já tinha mais de 70 anos, não precisava passar por isso”, conta Pugliesi Lima.

Saga mais complexa é a do gerente do Posto da Torre, André Catão de Miranda, preso no dia 17 de março de 2014, na primeira fase da Lava Jato. Foi essa prisão que inaugurou e batizou a operação – em referência ao lava-jato do posto. Catão foi preso temporariamente como suspeito de integrar uma organização criminosa liderada por seu patrão, o doleiro Carlos Habib Chater. Há 11 anos ele era gerente financeiro do posto e movimentava as contas de Chater, o que lhe valeu uma condenação por lavagem de dinheiro da qual foi absolvido pelo TRF4 em setembro de 2015. No ano passado, o administrador foi novamente condenado por Moro – dessa vez por supostamente pertencer a uma organização criminosa – em um dos últimos atos do juiz na 13ª vara antes de assumir o Ministério da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. Ele aguarda o recurso ser julgado no TRF4.

 

Abandonado pela OAS


Engenheiro formado pela PUC do Paraná em 1985, com pós-graduação em engenharia de dutos desde 2007, o ex-gerente de gasoduto da OAS tem currículo de executivo de primeira linha. Antes de trabalhar na OAS, foi funcionário na Petrobras, onde permaneceu entre 1998 e 2007, com a responsabilidade de avaliar a viabilidade técnica e econômica de empreendimentos da empresa no setor de gasoduto. Foi a Petrobras que o indicou para trabalhar na OAS, na construção de um gasoduto no Amazonas, o Urucu-Coari-Manaus, inaugurado em novembro de 2009 e recentemente vendido com 90% da Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG) para um grupo empresarial que reúne a francesa Engie e o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ), por US$ 8,6 bilhões (cerca de R$ 33 bilhões), em abril do ano passado.

Em 2010, Stremel Andrade foi deslocado para Alagoas, dessa vez para trabalhar na concepção do gasoduto Pilar-Ipojuca. Um ano depois, assinou um contrato representando a OAS com a empreiteira Rigidez, pertencente a Alberto Youssef, no valor de R$ 1,8 milhão. Os problemas começaram aí.

“Não vou dizer que fui obrigado, mas a OAS me orientou a assinar o contrato para uma divisão de dividendos e participações. É uma divisão interna dos lucros de uma obra, mas eu não imaginava que isso ia para um agente público ou para a Petrobras. Eu era um funcionário operacional”, justifica Stremel Andrade. “Você pode me perguntar: ‘Pô, o Léo Pinheiro, Agenor, não participava de reunião com você?’. Sim, todo mês a gente se reunia, mas nós falávamos do avanço físico de obra, de rentabilidade”, afirma Fernando, que nem sonhava em ver sua casa invadida pela PF como aconteceu em novembro de 2014.

Ele lembra que foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento na PF em uma sexta-feira e, na segunda, já estava de volta ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), para onde havia sido deslocado pela OAS em 2013. Ali supervisionava a construção da adutora que vai levar o lixo químico tratado de uma das refinarias da Petrobras até Maricá para ser despejado 3 km adiante no mar. “Minha equipe veio conversar comigo para saber o que havia acontecido. Ninguém esperava essa situação. Trabalhei normal, administrando esse problema e a continuidade da obra. Até a sentença, que foi em meados de 2015, era um sufoco, porque ia para Curitiba, tinha audiência de acusação, defesa”, relembra.

Questionado sobre por que preferiu ficar em silêncio no depoimento a Sergio Moro, o ex-executivo da OAS afirma que “essa era uma estratégia da empresa”. “Antigamente, se condenado na segunda instância, você não ia preso. O acordo era não falar absolutamente nada, porque eu poderia ser condenado em segunda instância e, até chegar no STJ, ia demorar mais 10, 15 anos, todo mundo já ia ter mais de 70 anos. Isso mudou a partir do momento que a segunda instância começou a prender.”

Entre setembro de 2015 e abril de 2016, Stremel Andrade permaneceu afastado, sem exercer nenhuma função na OAS, ainda que recebendo salário. Quando retornou ao cotidiano da empresa, ele relata que permaneceu marginalizado. “Eu não tinha nem mesa para trabalhar”, conta. O executivo não era mais convocado para reuniões e tampouco sabia de detalhes operacionais da companhia.

Meses depois, em novembro de 2016, foi absolvido por unanimidade pelos três desembargadores do TRF4. Nenhum dos delatores da OAS havia citado seu nome ao falar sobre as irregularidades encontradas pela força-tarefa. “Foi um alívio e achei que tudo ia voltar a ser como era antes, mas isso não aconteceu”, lembra o engenheiro, que continuou a se sentir escanteado no trabalho.

Em março de 2018, foi demitido “de maneira fria e calculista” pela OAS sem receber FGTS, férias proporcionais nem rescisão trabalhista, o que teria acontecido também com outros funcionários da construtora. Segundo ele, a cúpula da empresa “ficou chateada” com o depoimento de um dos delatores da empresa, o ex-diretor financeiro Mateus Coutinho de Sá Oliveira, dizendo que a empresa havia prometido indenizar os diretores que concordassem em fazer a delação premiada. “Os acionistas se sentiram traídos. Desde 2018 ninguém recebe mais nada”, diz.

Stremel Andrade diz que pediu uma compensação para se “reerguer”, movendo uma ação trabalhista contra a OAS no valor de R$ 4,4 milhões. São 50 salários por danos morais, R$ 385 mil por 138 dias de férias não gozadas e mais R$ 600 mil pela rescisão do contrato de trabalho – o que ainda não recebeu. Sem emprego, ele ainda sente o peso da condenação. “Não é mais a mesma coisa. Irmãos e os parentes mais próximos, tudo bem. Mas o restante da família tem um outro conceito de mim.”

Stremel Andrade ainda é réu em processo por improbidade administrativa em ação protocolada pela Advocacia-Geral da União (AGU), por mau uso do dinheiro público. “Como fui absolvido na ação do MPF, espero que isso conte nessa outra acusação. É uma agonia sem fim.”

A Pública entrou em contato com a OAS, que, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que “sobre os temas rescisórios, a empresa acredita que encaminhará soluções definitivas nas próximas semanas”. Sobre o depoimento de Sá Oliveira, mencionado por Stremel Andrade, disse que “jamais efetuou qualquer tipo de pagamento aos ex-executivos e afirma categoricamente que nunca celebrou tal acordo mencionado”. O advogado Pedro Ivo Gricoli Iokoi, responsável pela defesa de Sá Oliveira, também não quis conceder entrevista à Pública, afirmando que “Mateus é colaborador e possui cláusula de confidencialidade no acordo”.

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O Posto da Torre, propriedade do empresário Carlos Habib Chater, deu origem e nome à Operação Lava Jato

 

De Vinhedo a Hong Kong


O relógio marcava 0h37 do dia 26 de novembro 2012 quando o visor do celular da doleira Nelma Kodama brilhou. Era uma ligação vinda de uma operadora do HSBC, na China.

– “Oi! aqui é a Carol, de Hong Kong DC”.

– “Sim, pode falar, aqui é Maria Dirce Penasso.”

– “Nós temos algumas perguntas para você, posso enviar um e-mail para você dar uma olhada?”

– “Sobre qual das 961? Qual pagamento?”

– “São perguntas sobre algumas informações que precisamos, posso lhe enviar um e-mail”

– “Ok, vamos fazer assim, porque aqui eu estou em outro país e agora é meia-noite, ok? Todos os escritórios estão fechados, pode me fazer um favor, me envie um e-mail, ok? E amanhã eu vejo o e-mail e você me liga amanhã à noite, pode ser assim? Você entende? Porque está tudo fechado agora”.

O diálogo, em inglês, foi traduzido pela PF dois anos depois, ao investigar Maria Dirce Penasso, mãe da doleira, que era real interlocutora da conversa. “A Maria Dirce não fazia ideia dessas movimentações, era tudo em inglês. Ela, com a idade que tinha, sem saber falar outra língua, mal sabendo mexer nas funções básicas de um computador, jamais conseguiria movimentar o dinheiro de uma conta bancária em Hong Kong”, contou à Pública o advogado da dentista aposentada, Eduardo Pugliesi Lima.

O uso de seu nome pela filha em contas que movimentariam dinheiro da corrupção resultou em uma acusação do Ministério Público Federal (MPF) por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A mesma denúncia que foi feita contra a filha doleira e seu motorista particular, Cleverson Coelho de Oliveira, entre outros. Segundo o MPF, Maria Dirce teria consentido em ceder seu nome para abertura de uma conta em Hong Kong, na China, intitulada “Il Solo Tuo Limited”, e outra conta da “NGs Prosper Participações Ltda.”, uma empresa de fachada responsável pela administração de 60 apartamentos no hotel Go Inn, no Jaguaré, zona oeste da capital paulista. As duas contam serviriam para ocultar o dinheiro do esquema entre empreiteiras e a Petrobras.

No dia 22 de outubro de 2014, Maria Dirce Penasso foi condenada a dois anos, um mês e dez dias de prisão, tendo a pena sido transferida para prestação de serviço à comunidade. Além disso, Sergio Moro bloqueou os quase R$ 11 mil que estavam em sua conta quando ela teve a casa alvo de busca e apreensão. Na mesma sentença, sua filha, Nelma Kodama, foi condenada a 18 anos de prisão por Sergio Moro por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e por supostamente liderar uma organização criminosa. Considerada a primeira delatora da Lava Jato, Nelma teve sua pena reduzida para 15 anos em 2015. Em junho do ano seguinte ela passou ao regime semiaberto, com a utilização da tornozeleira eletrônica. Em agosto de 2019, foi autorizada a retirar o aparelho ao ser beneficiada pelo indulto natalino editado por Michel Temer em 2017, que prevê o cumprimento de um quinto da pena para não reincidentes. Como Nelma já havia cumprido mais de três anos, a benesse foi concedida.

Nelma era ligada ao doleiro Alberto Youssef, um dos nomes mais conhecidos de toda a operação e um dos primeiros a aderir à delação premiada – ele foi condenado a mais de cem anos de prisão, em 12 processos, mas ficou apenas três no regime fechado. Além da relação profissional, os dois mantinham um vínculo sentimental. Por esse motivo, de acordo com o advogado de Maria Dirce, a mãe de Nelma conhecia Youssef, que frequentava sua casa. “Ela não sabia dessas transações que eles faziam. A Nelma visitava ela, mas a Dirce nunca ficou perguntando. A filha já era adulta, né? A mãe não ficava questionando sobre os afazeres dela”, diz o advogado.

Em dezembro de 2015, Maria Dirce foi absolvida pelo TRF4 de todas as acusações que constavam no processo em que havia sido condenada por Moro. “Quando chega em um tribunal, com outros três desembargadores, tudo muda, porque eles podem colocar outra visão. A Maria Dirce provou, através do imposto de renda, que tudo que ela tem foi conquistado pelos anos de trabalho como celetista. Não houve elevação da renda ou do patrimônio nos últimos anos”, conta Pugliesi Lima.

Maria Dirce não quis conversar com a Pública “para não reviver uma história que prefere esquecer”, de acordo com o advogado.

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Duas condenações, uma absolvição


Também o ex-gerente administrativo André Catão de Miranda diz ter sido pego de surpresa por acusações que desconhecia. Ele e outras pessoas ligadas ao Posto da Torre foram presos em março de 2014 em decorrência do mesmo processo que condenou o dono do posto, o doleiro Carlos Habib Chater, apontado como líder e executor de crimes financeiros. Por realizar operações de câmbio e pagamentos a mando do patrão, consideradas irregulares pelo MPF, ele foi detido em Brasília e transferido para a Casa de Custódia de São José dos Pinhais, no Paraná, onde ficou preso provisoriamente por sete meses.

“Foi um tremendo desrespeito. Os dias passavam e ele lá dentro da prisão”, critica o advogado Marcelo de Moura, defensor de Miranda. “Ele era um funcionário subalterno, que recebia ordens e, se eventualmente algum ato ilícito foi praticado, aconteceu com o total desconhecimento [dele]. Ele cuidava da parte financeira, mas exclusivamente da atividade-fim, que era venda de combustível”, afirma Moura.

Para o MPF, no entanto, o gerente do posto de gasolina era responsável por fazer pagamentos em uma extensa rede de lavagem de dinheiro, que envolvia, além de seu patrão, os doleiros Alberto Youssef, Raul Henrique Srour e Nelma Kodama e um suposto traficante de drogas, René Luiz Pereira. Duas ações penais foram movidas contra o gerente, uma delas por tráfico de drogas. Nesse caso, segundo o MPF, Chater teria utilizado, com a cumplicidade de seu gerente, a estrutura do Posto da Torre para lavar US$ 124 mil provenientes da venda de cocaína na Europa.

Nos depoimentos que prestou na 13ª Vara de Curitiba, Miranda disse ter feito os pagamentos por determinação do patrão. Mas, em outubro de 2014, Sergio Moro o condenou a quatro anos de reclusão em regime semiaberto. Menos de um ano depois da condenação, em setembro de 2015, o TRF4 absolveu André e manteve as punições de René Luiz Pereira (14 anos de prisão) e Carlos Habib Chater (cinco anos). Os desembargadores Leandro Paulsen e Victor Luís dos Santos Laus apresentaram voto favorável à absolvição, enquanto o relator João Pedro Gebran Neto votou pela manutenção da condenação em primeira instância.

Segundo Paulsen, “André era um empregado de Habib, não havendo nenhum elemento que aponte qualquer enriquecimento”, disse. “O Ministério Público Federal não trouxe elementos (quebra de sigilo financeiro, fiscal, prova testemunhal ou documental) demonstrando que o réu (André) auferia recursos derivados de atividade ilícita. Também parece contrariar a lógica afirmar que Miranda coordenava todo o núcleo de operações financeiras ilícitas de Carlos Habib sem a obtenção de qualquer contrapartida específica para tanto”, afirmou o desembargador.

Apesar de absolvido, a condenação mudou a vida de Miranda para sempre, de acordo com o seu advogado: “O reparo nunca é suficiente para voltar ao ponto anterior de uma pessoa que não tinha envolvimento nenhum com atividade criminosa e é surpreendida com uma prisão, que acaba por perdurar durante sete meses. Essas máculas não podem ser reparadas, tanto do ponto de vista financeiro quanto emocional”.

Além disso, em outubro de 2018, Sergio Moro, voltou a condená-lo, dessa vez a dois anos e seis meses em regime aberto pelo crime de pertencimento a organização criminosa. De acordo com o ex-juiz, Miranda “fazia pagamentos, recebimentos e lançamentos no Sismoney, ou seja, na contabilidade informal. Não era meramente um gerente financeiro regular do Posto, mas pessoa de confiança de Carlos Habib Chater. Não se pode afirmar que não tinha conhecimento da utilização da estrutura do Posto da Torre para a prática dos crimes financeiros e dos quais aliás participava”.

A pena foi revertida para serviços comunitários, mas Miranda “ficou revoltado”, diz o seu advogado. “Ele já tem as marcas de uma prisão ilegal. Após a absolvição, ele estava reestruturando a vida aos poucos. Uma notícia pesada como essa gera a sensação de que uma nova injustiça precisa ser combatida.”

Após a primeira condenação, Miranda morou em Uberlândia e atualmente trabalha em uma empresa da família, em Brasília. A nova condenação, diz o advogado, significa uma pá de cal nos planos do ex-gerente. “O André é o tipo de cidadão que poderia atravessar a vida inteira sem entrar em uma delegacia, muito menos ser preso. As investigações mostraram que ele não tinha aparelho de comunicação restrita, possuía um apartamento adquirido com recurso próprio, utilizando fundo de garantia, e não tinha automóvel. Ele entrou no bolo de uma investigação precipitada, que geraram prisões e condenações injustas”, critica.

O recurso no TRF4 já foi protocolado e a defesa espera o julgamento, que ainda não tem data marcada. Na avaliação de Moura, a Lava Jato extrapolou limites jurídicos. “Acho que se elegeu a corrupção, que é um mal a ser combatido, como um tema que extrapola a legalidade. É como se as armas utilizadas contra a corrupção pudessem ser ilegais.”

Com ele concorda Maria Carolina Amorim, coordenadora do escritório do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) em Pernambuco. “Antes de se ver condenado, o réu é exposto pela imprensa de forma irreparável, em razão da permissividade que o Judiciário tem tido com os seus funcionários que vazam informações. Em caso de condenação, tal dano é ainda maior, motivo pelo qual deve-se exigir mais responsabilidade do julgador”, diz Maria Carolina.

 

Outros casos


Além dos já citados Fernando Stremel, Maria Dirce e André Catão de Miranda, há outras 12 pessoas – entre elas o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que teve duas condenações anuladas pelo TRF4. A primeira, de setembro de 2015, em que foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, foi revogada em 2017. Em outra ação penal, envolvendo a empresa Engevix, a condenação a nove anos de prisão foi anulada por insuficiência de provas. Em contato com a Pública, o advogado Luiz Flávio D’Urso afirmou que Vaccari “se vê injustiçado, pois somente fez o que lhe competia como tesoureiro do partido: pedia doações legais para o PT, sempre por depósito bancário e com recibo, jamais recebeu recursos em espécie. Ele foi um símbolo, um troféu”, afirmou o advogado.

Veja os outros casos em que as sentenças de Moro foram revistas pelo TRF4:

Mateus Coutinho de Sá Oliveira: condenado a 11 anos de prisão em agosto de 2015, aderiu à delação premiada e foi absolvido um ano depois. Ele era diretor financeiro da OAS e foi apontado pelo MPF como um dos responsáveis pelo departamento de propinas da empreiteira.

André Luiz Vargas Ilário: ex-deputado federal (PT) foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro e absolvido no ano passado pelo TRF4. Foi condenado em outras duas ações da Lava Jato: seis anos em um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo uma empresa fornecedora de softwares, e 14 anos e quatro meses de prisão, em 2015, também por lavagem de dinheiro. As condenações foram mantidas em segunda instância, mas, como ele já havia cumprido parte da pena quando foi preso preventivamente, está em liberdade condicional e com algumas restrições.

Leon Vargas Ilário: foi absolvido junto com irmão, André Vargas, no mesmo processo por lavagem de dinheiro. Em outubro do ano passado, na ação penal envolvendo o esquema de softwares, que também afetou o ex-deputado André Vargas, Leon teve a pena reduzida pelo TRF4 de cinco anos, para quatro anos, nove meses e 18 dias em regime semiaberto.

Fernando Schahin: executivo do Grupo Schahin, recebeu condenação, em setembro de 2016, de cinco anos e quatro meses de prisão, por corrupção ativa, envolvendo benefícios em uma licitação da Petrobras para operação do navio-sonda Vitória 10.000 e empréstimos concedidos ao pecuarista José Carlos Bumlai. Foi absolvido em maio de 2018. Em outro processo, que também aponta irregularidades na construção e operação dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000, Fernando teve a pena reduzida para pouco mais de cinco anos.

Agosthilde Mônaco: assessor do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, foi absolvido da condenação de 2017 pelo crime de lavagem de dinheiro proveniente de contratos dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000. Foi, no entanto, denunciado outra vez pelo MPF, dessa vez por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na negociação da compra da Refinaria de Pasadena pela Petrobras. O processo se encontra na fase de oitiva de testemunhas.

José Carlos Costa Marques Bumlai: pecuarista e empresário apontado pelo MPF como responsável pela realização de reformas no sítio de Atibaia. Foi condenado a uma pena de três anos e nove meses de reclusão na primeira instância, mas absolvido pela Oitava Turma por ausência de provas em novembro do ano passado. Ele foi condenado também, dessa vez a nove anos e dez meses de prisão, por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção, no mesmo caso que envolve o Banco Schahin e navios-sonda da Petrobras. Cumprindo prisão domiciliar, foi beneficiado com a retirada da tornozeleira eletrônica após novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre prisão em segunda instância, em novembro do ano passado.

Emyr Diniz Costa Júnior: diretor de contratos da construtora Norberto Odebrecht. Supervisionou a obra de reforma do sítio de Atibaia, que tem como principal alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Emyr foi condenado a três anos de reclusão por Sergio Moro, mas foi absolvido pelo TRF4, no dia 27 de novembro de 2019, por ausência de provas.

Roberto Teixeira: advogado e amigo do ex-presidente Lula, também foi acusado de envolvimento no processo do sítio de Atibaia. Ele teria ocultado documentos que demonstrariam a ligação da OAS com a reforma, além de orientar engenheiros da empreiteira a celebrar contratos fraudulentos com Fernando Bittar, um dos proprietários do sítio. Teixeira foi condenado a dois anos de reclusão na primeira instância, mas foi absolvido por ausência de provas.

Paulo Roberto Valente Gordilho: diretor técnico da OAS, era o encarregado da reforma do sitio de Atibaia. Foi condenado a um ano de reclusão por Sergio Moro, mas foi absolvido pelo TRF4 por ausência de provas.

Isabel Izquierdo Mendiburo Degenring Botelho: agente do banco Société Générale no Brasil, foi acusada de auxiliar a abertura de contas em offshores pelo mundo de ex-diretores da Petrobras, caracterizando crime de lavagem de dinheiro. Foi condenada a três anos e oito meses de prisão em novembro de 2018, mas foi absolvida na segunda instância um ano depois.

Álvaro José Galliez Novis: doleiro condenado a quatro anos e sete meses por lavagem de dinheiro em março de 2018, na mesma ação penal que envolveu o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine. Em agosto do ano passado, foi beneficiado pelo habeas corpus deferido pela Segunda Turma do STF, em agosto do ano passado, que anulou a sentença confirmada pelo TRF4 em maio de 2019.

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18
Set19

Justiça para o Lula, Justiça para o Brasil

Talis Andrade

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Rebelión (versão em espanhol aqui)
 
 

O ano mais injusto no país de todas as injustiças. No país que foi o mais injusto do mundo e deixou de sê-lo com ele, o Lula é vítima da maior das injustiças que se pode cometer com alguém: condená-lo e prendê-lo sem provas. Condená-lo a seguir na prisão, quando o povo queria que estivesse presidindo agora a reconstrução do país, o reencontro do Brasil com aquele país que o Lula tinha deixado, com 87% de apoio dos brasileiros.

Quem os brasileiros queriam que estivesse na presidência do país, está preso e condenado sem provas. A mais prolongada e profunda crise da história brasileira desembocou nas eleições do ano passado, com a presidenta reeleita pelo voto popular deposta por um golpe, com quem liderou todas as pesquisas para ser eleito presidente do Brasil preso sem provas, com um candidato vinculado a milícias, colocado na presidência do país, por meios ilícitos e imorais.

De país mais injusto socialmente, nos tornarmos o país mais injusto politicamente. Tivessem sido eleitos Lula ou Haddad, o país estaria sendo reconstruído, com um plano de ação de quem já mostrou que pode retomar o desenvolvimento econômico com distribuição de renda. Com um governo com bases sólidas de apoio, com bancada parlamentar coesa, com equipe de governo competente.

A direita preferiu ter um aventureiro, ligado a milícias, sem equipe de governo, sem projeto de governo, como presidente, para evitar um governo popular. Com isso garantiria a manutenção do modelo econômico neoliberal, em que os bancos ganham tudo às custas do país e do povo. Preferiu a política econômica mais injusta e mais antidemocrática, para preservar seus superlucros. Não importam as imbecilidades que diga o tipo e seus filhos, contanto que o Guedes garanta o modelo econômico.

O Brasil não merece essa catástrofe, não merece que o patrimônio público construído seja dilapidado. Não merece que os direitos que os trabalhadores conquistaram ao longo de décadas com suas lutas, sejam liquidados. Não merece que retrocedam brutalmente os direitos sociais que se haviam estendido a todos os brasileiros.

Lula não merece passar pelo que está passando há um ano. Não merece ser privado do contato direto com o povo, com os militantes, com os movimentos populares, com o PT e com a esquerda. Não merece ser privado de falar diretamente ao povo, de estar diretamente com o povo, ouvi-lo, conversar com ele. Privado de ser eleito de novo presidente do Brasil, privado de reconstruir o país, de projetar de novo o seu prestígio pelo mundo afora como estadista sem igual.

O preço que o Brasil e o Lula pagam é o de haver desafiado o poder do grande capital, dos monopólios da mídia privada, de haver provado que a alavanca fundamental do crescimento econômico é a distribuição de renda, que a exclusão social pode ser combatida e superada. E está provado que o Brasil pode ser um país de prestígio no mundo, que seus presidentes podem ser estadistas, podem falar de igual para igual com todos os dirigentes políticos do mundo, podem mostrar que há caminhos democráticos de superação do neoliberalismo, de combate à fome e à desigualdade.

Lula e o Brasil pagam um preço caro por isso. O país foi entregue na mão de bandidos e de ladrões, de milícias, de trogloditas, que fazem tudo para desfazer o que foi construído, para desmoralizar a imagem do Brasil no mundo, para liquidar o que havia de Estado de direito e de democracia. Querem desanimar e desalentar os que acreditam que um Brasil diferente é possível, os que creem que Lula vai conquistar sua liberdade e voltará a dirigir o povo brasileira na reinstauração da democracia e dos direitos de todos.

O Brasil viveu o ano mais injusto da sua história, seu governo está agora na mão de milicianos, de militares que não tem nenhum compromisso com o Brasil, de personagens grotescos, que usam o nome do país para difundir sandices e expor a imagem do país ao ridículo.

A justiça que se deve ao Lula e ao Brasil é a luta maior que temos hoje. Lula Livre é condição indispensável para a reconquista da democracia e da liberdade, do crescimento econômico e da distribuição de renda, do prestígio do país e do orgulho de sermos brasileiros.

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24
Jun19

Em manifesto, os mais famosos juristas denunciam ao mundo que "Lula é um preso político. Tem de ser libertado e seu julgamento tem de ser anulado”

Talis Andrade

Juristas internacionais denuciam que ex-Presidente foi vítima de uma conspiração

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Éramos poucos, em 2018, quando advertimos que o processo contra Lula era parte de uma vontade, por qualquer meio e a qualquer custo, de colocá-lo fora da corrida para as eleições presidenciais que se aproximavam.

Esta estratégia foi bem sucedida, já que ela levou à eleição de Bolsonaro.

As recentes revelações do jornalista Glenn Greenwald e sua equipe derrubaram todas as máscaras. As investigações e o julgamento de Lula foram tendenciosos desde o início. Sérgio Moro não só conduziu o processo com parcialidade como comandou de fato a acusação, desafiando as regras de procedimento mais fundamentais no Brasil.

Na prática, ele manipulou os mecanismos da delação premiada, orientou o trabalho do Ministério Público, exigiu a substituição de uma procuradora que não o satisfazia e dirigiu a estratégia de comunicação do Ministério Público.

Sabemos também, através destas revelações, que tal estratégia foi levada adiante de forma secreta, em estreita colaboração com o Ministério Público.

Isso se soma ao fato de que Sérgio Moro haver grampeado os telefones dos advogados de Lula e decidido, por sua própria iniciativa, não cumprir uma decisão de um desembargador ordenando a libertação de Lula, violando a lei de forma flagrante.

Apesar de todos esses esquemas, Sérgio Moro teve de se resignar a condenar Lula por “fatos indeterminados”, dada a inexistência material de provas que o implicassem diretamente neste caso de corrupção. Ao fazer isso, tornou Lula um preso político em função do que deve ser considerado, diante dessas novas revelações, como uma conspiração política.

O Supremo Tribunal Federal tem agora o dever de retirar todas as consequências destas gravíssimas irregularidades que conduziram a uma condenação injusta e ilegal e, consequentemente, libertar Lula e anular a sua condenação.

As autoridades brasileiras devem tomar todas as iniciativas necessárias para identificar os responsáveis por este gravíssimo abuso de procedimento.

A luta contra a corrupção é hoje um assunto essencial para todos os cidadãos do mundo, assim como a democracia e o Estado de Direito, mas no caso de Lula, ela foi usada para alimentar estratégias que o eliminassem do jogo político, a fim de permitir que Bolsonaro chegasse ao poder e, em seguida, “recompensasse” Sergio Moro, nomeando-o ministro da Justiça.

Os signatários deste apelo ressaltam que os beneficiários desta conspiração demonstram apenas desprezo pelo interesse geral dos brasileiros, pelas liberdades públicas, pelos direitos dos povos indígenas e, além disso, pela democracia.

Assinam:

Bruce ACKERMAN, Sterling Professor of Law and Political Science, Yale University
John ACKERMAN, Professor, Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM)
William BOURDON, Advogado (Paris)
Mireille DELMAS MARTY, Professora, Collège de France
Joan GARCÉS, Advogado (Madrid)
Baltasar GARZÓN, Advogado (Madrid)
Louis JOINET, Juiz, primeiro advogado-geral honorário da Cour de Cassation (França), antigo presidente do grupo de trabalho da ONU sobre detenção arbitrária e da Comissão dos Direitos Humanos
Wolfgang KALECK, Advogado (Berlin)
Henri LECLERC, Advogado (Paris)
Christophe MARCHAND, Advogado (Bruxelas)
Jean-Pierre MIGNARD, Advogado (Paris)
Philippe TEXIER, Juiz, conselheiro honorário na Cour de Cassation (França), antigo presidente do Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas
Philippe WEIL, Professor, Universidade de Paris 1-Sorbonne.

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