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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

23
Mai20

Sérgio Moro cobertor e cabo eleitoral dos Bolsonaro

Talis Andrade

moro lava mais branco bolsonaro.jpeg

 

O trio de procuradores caçadores de esquerdistas - Dallagnol, Pozzobon e Ribeiro Costa - sabia do vazamento da Operação Furna da Onça, e pelo conhecimento da vivência e caráter de Bolsonaro pai e Sérgio Moro podia prever o rompimento da República de Curitiba com o Condomínio Vivendas. 

Sobre a investigação das rachadinhas gerenciadas por Fabrício Queiroz, escreveu Roberson Pozzobon: - A questão é quanto ele (Moro) estará disposto a ficar no cargo com isso ou se mais disso vir.

"Se mais disso vir..." Veio sim, a partir do dia que Moro juiz começou a receber os pombos-correio de Bolsonaro candidato, antes das eleições do segundo turno e, principalmente a partir do primeiro encontro no dia 1 de novembro, no Rio, na casa do presidente eleito.  

"Se mais disso vir..." Veio de tuia desde que Moro tomou posse no Ministério da Justiça projetado pelo presidente, que acumula as funções do Ministério da Segurança Pública criado por Michel Temer. O ministério também incorporou responsabilidades do Ministério do Trabalho, que foi extinto no governo Bolsonaro, como as competências para a concessão de cartas sindicais e fiscalização de condições de trabalho. 

Bolsonaro tinha interesse em nomear Moro ministro. Que Bolsonaro não é de agradecer. Não deu outra, Dallagnol bateu em retirada. 

Moro ficou no cargo todo o ano de 2019, sempre elogiando o chefe. Em 16 de fevereiro último, Rosângela Moro afirma que enxerga "uma coisa só" em relação ao marido e ao presidente Jair Bolsonaro. No dia 24 de abril último, Moro saiu do governo atirando, dois dias depois da reunião ministerial que o ministro Celso de Mello fez divulgar nos mcm. 

Transcrevo Jeferson Miola: "É preciso investigar por que a PF e o MPF, que receberam o relatório do COAF ainda em janeiro de 2018, evitaram deflagar a operação tanto antes do 1º turno da eleição, como entre o 1º e o 2º turno; e por que, depois de retardarem a ação para não 'atrapalhar o resultado da eleição', excluíram Queiroz e Flávio Bolsonaro dos mandatos de prisão expedidos em 8 de novembro de 2018?

Deve ser esclarecido, além disso, por que Deltan Dallagnol defendeu que 'É o papel do MP no RJ investigar' Queiroz e Flávio Bolsonaro, se todos demais citados no mesmo relatório do COAF foram investigados e presos pelo MPF e pela PF no marco da sucursal da Lava Jato no Rio de Janeiro?

Deltan sabia que Flávio havia cometido crime, conforme deixou escapar no diálogo via Telegram que manteve com comparsas da Lava Jato em 8 de dezembro de 2018 publicado pelo site Intercept: 'É óbvio o q aconteceu… E agora, José?”, exclamou ele, que depois mandou a investigação para o MP do Rio".Documento

 

 

 

02
Mar20

Lula recebe título de cidadão honorário de Paris

Talis Andrade

Lula, acompanhado de Dilma e Haddad, recebe título de cidadão de Paris da prefeita Anne Hidalgo

Lula, acompanhado de Dilma e Haddad, recebe título de cidadão de Paris da prefeita Anne Hidalgo

 

Na capital francesa, ex-presidente critica ataques à democracia no Brasil e agradece apoio da prefeita Anne Hidalgo. Honraria é concedida a personalidades que se destacam pela defesa dos direitos humanos.

por DW Deutsche Welle

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (02/03) o título de cidadão honorário de Paris em uma cerimônia na prefeitura da capital francesa, onde aproveitou para criticar o que chamou de "enfraquecimento do processo democrático" no Brasil.

A honraria a Lula foi concedida pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em outubro do ano passado, quando ele ainda estava preso, e aprovada pelo Conselho da cidade. De acordo com a prefeitura, a cidadania honorária parisiense é concedida a personalidades que se destacam na defesa dos direitos humanos. Um dos homenageados foi o ex-líder africano Nelson Mandela.

Hidalgo disse que a sucessora de Lula na Presidência, Dilma Rousseff, havia lhe pedido uma ação em favor da libertação do petista, o que a levou a sugerir sua indicação como cidadão honorário de Paris. A prefeita, em plena campanha para a reeleição, destacou o legado do PT na luta pela igualdade social – a qual, segundo ela, está comprometida com a chegada ao poder de Jair Bolsonaro.

Lula@LulaOficial

Merci, Paris!

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A relação entre os governos do Brasil e da França vem se deteriorando, após Bolsonaro entrar em várias ocasiões em confronto com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Em seu discurso na prefeitura de Paris, com a presença de Dilma e do ex-candidato do PT à Presidência Fernando Haddad, Lula fez uma série de críticas ao governo Bolsonaro e alertou para o empobrecimento da população brasileira.

Ele disse que o Brasil vive o enfraquecimento da democracia "estimulado pela ganância de poucos e pelo desprezo em relação aos direitos do povo", e denunciou o que chamou de "ataques ao Estado de direito e à Constituição".

Lula contou que, ao saber da homenagem de Paris quando estava preso, teve renovadas as esperanças de recuperar a liberdade. O ex-presidente valorizou o reconhecimento vindo de uma cidade que, segundo ele, "tem um apego especial aos direitos humanos e que sempre acolheu os brasileiros e latino-americanos que os defenderam".

O petista ainda prometeu unir a esquerda nas eleições presidenciais de 2022. Ele disse que, aos 74 anos, está "mais motivado do que nunca para reconquistar a democracia em nosso país".

François Hollande@fhollande
 

Très heureux d’avoir reçu l’ancien président @LulaOficial, @dilmabr et @Haddad_Fernando aujourd’hui à Paris. Nous avons échangé sur la question climatique et la lutte contre les inégalités, qui doivent être au cœur de tous les combats d’aujourd’hui et de demain.

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Lula foi preso em 2018 por corrupção no caso do apartamento tríplex no Guarujá, quando foi acusado de receber propinas de empreiteiras em troca da concessão de contratos públicos. Ele foi libertado em novembro do ano passado, após 580 dias de encarceramento, depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) mudar as regras para as prisões em segunda instância.
 

Antes da cerimônia na prefeitura da cidade, Lula se reuniu com líderes da esquerda francesa, como o ex-presidente francês François Hollande e o líder do partido França Insubmissa e ex-candidato à presidência, Jean-Luc Mélenchon.

Ainda em Paris, o ex-presidente participará, juntamente com Dilma e Haddad, de um evento de campanha de Hidalgo, antes de partir para Genebra e Berlim.

Na Suíça, ele deverá participar de uma reunião do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), que reúne representantes de mais de 120 países, sob o tema da desigualdade social.

Na capital alemã, Lula se reunirá com líderes políticos e representantes de sindicatos e participará de um ato público em defesa da democracia no Brasil.

RC/efe/ots/rtr

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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Veja a TRAJETÓRIA POLÍTICA DE LULA (galeria de 22 fotografias aqui)

 
13
Mar19

Fechamento de fábrica da Ford tem indenização milionária na França

Talis Andrade
 
 
 
Fechamento de fábrica da Ford tem indenização milionária na França
 
 
Ford confirma fechamento de unidade de produção em Blanquefort na França.                 
 MEHDI FEDOUACH / AFP

 

Enquanto os trabalhadores da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo lutam por um acordo de fechamento da unidade que preserve os seus empregos, na França, essa batalha parece perdida, embora com contrapartidas milionárias para os funcionários e o Estado francês. Os projetos de reestruturação mundial da Ford incluem o encerramento das atividades de uma usina em Blanquefort, perto de Bordeaux, na França.

A montadora americana apresentou um plano de demissão voluntária que oferece cursos profissionalizantes para os 850 funcionários e uma indenização média de € 190 mil para cada empregado, além de um ressarcimento no valor de € 20 milhões ao Estado francês.

O dinheiro deve ser investido na unidade, que atualmente produz caixas de câmbios, de modo a reindustrializar o local para poder receber uma nova empresa. Já faz 10 anos que a fabricante não esconde o projeto de fechar a unidade de Blanquefort. Na época, a tentativa de revenda da usina fracassou, numa negociação que impactou na disponibilidade da Ford de negociar uma transição.

“Agora, a Ford diz: chega! Essa unidade não faz mais parte dos planos industriais e não quero cedê-la a um comprador, no qual eu não tenho confiança, para não ser acusada de nada no futuro. Então prefiro fechar a usina pura e simplesmente”, comenta o economista francês Elie Cohen, diretor de pesquisas do prestigiado CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas).

 

Incentivos não deram resultados

No total, desde 2011, o governo da França desembolsou mais de € 10 milhões em incentivos para a Ford não fechar as portas, sem sucesso. Desta vez, o braço de ferro entre a montadora e o Estado durou dois meses, entre o anúncio do fechamento e a conclusão da negociação, em um acordo comemorado pelo Ministério da Economia, no início de março.

“O problema ocorre quando uma empresa viola deliberadamente os compromissos que assumiu e não respeita os termos do contrato que liberou os subsídios. Só que a Ford cumpriu todos acordos que firmou, em contrapartida à ajuda pública que recebeu”, afirma Cohen. “Você pode ter certeza de que, se ela tivesse rompido uma única clausula, o Estado francês teria exigido o reembolso.”

Já o delegado sindical Philippe Poutou, que representa os funcionários da Ford Aquitaine, não está satisfeito com o acordo. Ele avalia que o governo ainda pode pressionar mais pela manutenção dos postos de trabalho, ao incluir a revenda da fábrica na negociação. Uma proposta feita pelo grupo belga Punch, em fevereiro, foi recusada pela Ford.

“Ouvimos muita gente dizer que o plano social é bom. A Ford argumenta isso e o governo tem tendência a concordar, mas é uma aberração porque, dependendo da idade que temos, se formos para a rua, ficaremos numa situação terrível”, protesta Poutou. “Para a gente, o que importa é manter o emprego e o papel do Estado é fazer de tudo para encontrar uma solução.”

 

Governo brasileiro “lava as mãos” para saída da Ford

No Brasil, a reivindicação dos sindicatos é semelhante: 2,8 mil empregos diretos estão ameaçados. A Ford confirmou que três grupos estão interessados na aquisição dos ativos em São Bernardo. Já o governo, interlocutor-chave nas negociações, por enquanto adotou a política de “lavar as mãos” no caso, observa o economista David Kupfer, professor da UFRJ.

“Se o diagnóstico dominante no governo é mais liberal, com menos intervenção do Estado e menos financiamento público do investimento e da produção industrial, e menos incentivos e renúncias fiscais etc, não quer dizer que a indústria possa ou deva ser abandonada à própria sorte, afinal ela não é irrelevante”, analisa o professor. “Era de se esperar uma postura mais ativa do governo na tentativa de negociar uma decisão menos onerosa à sociedade e à economia brasileira.”

 

A Ford anunciou no dia 19 de fevereiro que encerrará as atividades na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.Miguel SCHINCARIOL / AFP

 

Outro fator ainda mais importante a impactar no caso brasileiro é o enfraquecimento dos sindicatos nos últimos anos, ressalta Kupfer. “Eu acho que a grande diferença, nesse plano mais direto, entre o que ocorre na França e no Brasil é a capacidade de negociação dos sindicatos. Eles ficaram dependentes de um financiamento compulsório, que foi retirado por lei, e agora eles estão, de fato, em uma posição de muita fragilidade, ainda mais num quadro de desemprego e recessão”, observa o economista brasileiro.

O professor da UFRJ cita ainda a ausência de uma nova política industrial para o setor automotivo, desde que a crise colocou um freio nas vendas de carros, e a própria reestruturação do setor em nível mundial. A transição para veículos elétricos e autônomos mal começou no país e é o que tem levado as multinacionais a rever toda a sua estratégia de crescimento nas próximas décadas. 


 
02
Jun18

Tribunal Superior do Trabalho "joga o jogo do capital" denunciam petroleiros

Talis Andrade


"Decisão do TST é para criminalizar e inviabilizar movimentos sociais e sindicais", diz federação dos petroleiros, que aposta em retomada da mobilização. "A defesa da Petrobras é defesa do Brasil"

camelo brasil das petroleiras americanas.jpg

 

 


A Federação Única dos Petroleiros orientou as entidades sindicais filiadas a suspender a greve de 72 horas iniciada à meia-noite de ontem. A paralisação teve com objetivo acrescentar ao debate da crise dos combustíveis o que é considerado o verdadeiro motivo da insatisfação dos caminhoneiros e da população, que revelou apoio à categoria: a política de preços da Petrobras.


Embora a greve de advertência tivesse cumprido a lei, com informação prévia, tempo determinado e garantia de que não haveria nem desabastecimento, nem risco às operações da companhia, a FUP considera que o Tribunal Superior do Trabalho adotou uma decisão política.


O TST classificou o movimento "abusivo" por antecipação, antes mesmo de começar. Desse modo, diz a FUP, "joga o jogo do capital". As multas diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento, com estímulo do tribunal a que a Polícia Federal passasse a perseguir o movimento sindical.


"Essa multa abusiva e extorsiva

 

jamais seria aplicada contra os empresários que submetem o país a locautes para se beneficiarem política e economicamente.

 

Jamais seria imposta aos empresários que entregam patrimônios públicos, aos que destroem empregos e violam direitos dos trabalhadores", afirma nota da federação dos petroleiros.

 

"A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais."


A FUP considera a suspensão da greve "um recuo momentâneo" para que o movimento, aprovado nacionalmente pela categoria, seja retomado. "Essa grave violação dos direitos sindicais será amplamente denunciada."

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30
Mai18

Fachin manda prender número 2 do Ministério do Trabalho

Talis Andrade

 

 

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por Fábio Fabribi, Letícia Casado e Camila Mattoso

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a prisão preventiva de Leonardo Arantes, sobrinho do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) e secretário-executivo do Ministério do Trabalho, segundo cargo na hierarquia da pasta.

 

Os agentes da Polícia Federal tentaram cumprir o mandado, mas ele está em Londres, em missão oficial, a serviço do ministério. Os policiais vão negociar com Leonardo para que ele se entregue. Por ora, a Interpol não foi acionada.

 

Outro sobrinho de Jovair, Rogério Arantes, diretor do Incra, também é alvo de mandado de prisão preventiva, além do ex-secretário de Relações do Trabalho do ministério, Carlos Lacerda.

 

A PF apura um esquema de venda de registro sindical na pasta. 

28
Mai18

Sobre a paralisação dos caminhoneiros e seus mitos

Talis Andrade

 

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por LARISSA JACHETARIBERTI

 

5) (...) Com a mobilização que se potencializou em 21 de maio, uma série de pautas foram levadas para as “estradas”. Dentre os mobilizados nesse primeiro momento estavam autônomos e motoristas contratados. As informações que nos chegam é a de que eles estão deixando passar as cargas perecíveis e os medicamentos e os itens considerados de primeira necessidade.

6) A paralisação continuou e ganhou adesão das transportadoras que prometeram não onerar os funcionários nem realizar cortes salariais ou demissões por causa da greve. Afinal de contas, a redução do preço do Diesel também é do interesse da classe patronal.

7) A greve conta com grande apoio nacional, porque a alta do preço dos combustíveis afeta não só a prestação de serviços, mas a vida de grande parte dos brasileiros.

8) Os sindicatos estão batendo cabeça. De um lado, muitas federações e entidades soltaram nota dizendo que não apoiam a greve e que ela tem características de lockout justamente porque a pauta tem sido capitaneada pelos setores empresariais em nome dos seus interesses. Do outro lado, existem sindicatos de autônomos, como a própria CNTA, o Sindicam de Santos que puxou a paralisação na região do porto, e agora a Abcam, que recentemente se mobilizou na negociação, apoiando o movimento. Segundo nota, o presidente da Abcam esteve em Brasília hoje e depois de uma reunião frustrada disse que a greve dos caminhoneiros continua. A reunião tinha como objetivo negociar a redução da tributação em cima dos combustíveis.

Esse é o cenário geral da mobilização. Ela é composta por uma série de segmentos que conformam o TRC. E, obviamente, suscita algumas questões:

1) Existe uma clara apropriação da pauta dos caminhoneiros por parte da classe empresarial que exerce maior influência nas negociações. Isso significa que, por mais que a greve seja legítima, pode acabar resultando num “tiro pela culatra” a depender dos rumos tomados na resolução entre as partes e as lideranças.

2) Não existe uma pauta unificada, o movimento não é hegemônico, nem do ponto de vista social, nem do ponto de vista ideológico. Existe um grupo de caminhoneiros bolsonaristas, outros que são partidários de uma intervenção militar, outros pedem Diretas Já e Lula Livre. Ou seja, é um movimento canalizado principalmente, pela insatisfação em relação ao preço do Diesel.

3) Em função da grande complexidade e fragilidade das lideranças sindicais de autônomos, o movimento carece de uma representatividade que possa assegurar as demandas da classe trabalhadora, bem como que possa evitar o crescimento dos discursos conservadores e das práticas autoritárias. Enquanto isso, os sindicatos patronais acabam por exercer maior influência, determinando os caminhos da negociação e o teor das reivindicações.

4) Isso se faz notar, por exemplo, no tipo de reivindicação expressada por grande parte dos caminhoneiros que é a redução da tributação em cima do preço do combustível. Ora, todos nós sabemos que o cerne do problema é a nova política de preços adotada pelo governo Temer e pela Petrobras, que atualmente é presidida por Pedro Parente.

5) Novo parênteses sobre o tema: desde o ano passado, a Petrobras adotou uma nova política de preços, determinando o preço do petróleo em relação à oscilação internacional do dólar. Na época, esse tipo de política foi aplaudida pelo mercado internacional, que viu grande vantagem na venda do combustível refinado para o Brasil. Aqui dentro, segundo relatório da Associação de Engenheiros da Petrobras, a nova política de preços revela o entreguismo da atual presidência da empresa e governo Temer, que busca sucatear as refinarias nacionais dando prioridade para a importação do combustível. Tudo isso foi justificado na época com o argumento que era necessário ajustar as contas da Petrobras e passar confiança aos investidores internacionais.

6) É verdade, portanto, que o movimento em si tem uma percepção um pouco equivocada da principal razão do aumento dos combustíveis, mas isso não significa que toda classe dos caminhoneiros não faça essa relação clara entre o problema da política de preços da Petrobras e o aumento dos combustíveis.

7) De fato, portanto, o grande problema nesse momento é saber quem serão as pessoas a sentar nas mesas de negociação. De um lado, existe uma legítima expressão da classe trabalhadora em defesa das suas condições de trabalho e dos seus meios de produção. O aumento do Diesel é um duro golpe entre os caminhoneiros autônomos e a reivindicação da sua redução, seja pela eliminação dos tributos, seja pelo questionamento da política de preços da Petrobras, é legítima e deve ser comemorada.

8) A questão fundamental agora é saber o que o governo vai barganhar na negociação. Retomo, então, a questão da reoneração da folha de pagamento. O governo já disse que haverá uma reoneração da folha e esse é um dos meios de captação de recursos caso haja fim do Pis/Cofins incidindo sobre os combustíveis. Na prática, porem, a reoneração pode ter um impacto sobre os empregos dos próprios caminhoneiros, resultando em demissões.

9) Se houver o fim da tributação no Diesel, conforme inclusão do relator, Orlando Silva (PCdoB/SP), na Medida Provisória, de parágrafo que exclui a tributação, a classe trabalhadora e toda sociedade serão impactadas. Afinal de contas, com redução de receita, haverá, consequentemente, um corte no repasse da verba para a seguridade social, previdência, saúde, etc.

Considerando tudo o que foi dito, expresso meu incomodo com análises e percepções simplistas da esquerda, ou de pessoas que se dizem da esquerda, sobre o movimento. Locaute virou doce na boca dos analistas de facebook. Porque não atende à nossa noção de “movimento” ideal, os caminhoneiros que legitimamente se mobilizaram em nome da redução do preço do diesel estão sendo taxados de vendidos e cooptados, como uma massa amorfa preparada para ser manipulada.

Os “puristas” não entendem a complexidade da categoria, e tampouco atentam para a dificuldade que é promover a mobilização ampla desses trabalhadores, tendo em vista não só a precarização extrema à qual estão sujeitos, mas também à realidade itinerante de seu trabalho. Soma-se a isso o duro golpe que atualmente foi proferido contra as entidades sindicais menores de autônomos, com o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. Sinto dizer aos colegas acadêmicos, portanto, que nem sempre nossos modelos de análise social se aplicam a realidade. Não se trata de uma disputa entre o bem e o mau; nem de um movimento totalmente cooptável e ilegítimo; uma massa manipulável e “bobinha”. Por outro lado, também não é um movimento cujos protagonistas tem uma consciência enquanto classe, enquanto categoria. Não é unificado, as pautas são heterogêneas e também voláteis. Por tudo isso, parte desses trabalhadores expressam reações conservadores e, alguns grupos, visões extremistas sobre a política e suas estratégias de luta.

Nada disso, ao meu ver, torna ilegítima a mobilização. Pelo contrário, é um convite para que busquemos entender mais das categorias sociais e para que aceitemos que as mobilizações sociais nem sempre atendem ao nosso critério idealizado de pauta, objetivo e organização.

 

 

 

16
Mai18

Moro em NY: o bom filho à casa torna, por Aline Piva

Talis Andrade

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Sérgio Moro foi alvo de protestos nesta terça-feira, 15, em Nova York, contra sua premiação como "Pessoa do Ano" pela Câmara do Comércio Brasil-EUA; organizados pelo coletivo BRADO-NY, dezenas de brasileiros e norte-americanos que levaram cartazes que denunciam o golpe parlamentar no Brasil e a perseguição política ao ex-presidente Lula; em um dos cartazes, Moro é descrito como "criminal of the year" (criminoso do ano) e uma faixa em frente ao Museu de História Natural em Manhattan pedia Lula Livre; "Moro pratica lawfare", diz outro cartaz

 

 

O GRITO DAS RUAS. Sergio Moro foi recebido por sindicalistas dos Estados Unidos aos gritos de "golpista", "vergonha", "Moro salafrário", "juiz partidário", com faixas com os dizeres "Lula livre"

 

 

 

O juiz de primeira instância Sérgio Moro foi agraciado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos com o prêmio “Homem do Ano 2018”, ao lado do ex-prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg. Os participantes desembolsaram de US$ 1.200 a US$ 26.000 por um lugar no jantar de gala.

 

Bloomberg é um dos homens mais ricos dos Estados Unidos. Agora, o que justifica que um juizinho de uma cidade relativamente insignificante do ponto de vista do comércio entre Brasil e Estados Unidos receba tal prêmio? Segundo Alexandre Bettamio, presidente da BrazilCham e de um dos maiores bancos dos Estados Unidos, Moro e Bloomberg foram escolhidos por sua “coragem, determinação e capacidade de mudar a vida das pessoas” e também por não diferenciar seus cidadãos “na aplicação da Justiça”.

 

Pois bem. Bloomberg foi prefeito de Nova Iorque por três mandatos consecutivos. Nesse período, ele aprofundou a chamada política de “tolerância zero” instituída por seu antecessor. Essa política essencialmente incentiva o combate intensivo de pequenos crimes como meio de prevenir crimes maiores. Isso levou com que os policiais começassem a parar e revistar qualquer pessoa que eles considerassem suspeitos – ou as “pessoas certas”, como a Polícia de Nova Iorque gosta de descrever. Na prática, o alvo era claro: jovens negros e latinos. Somente em 2013, depois que mais de 5 milhões de jovens de minorias raciais foram revistados sem nenhuma justificativa, é que essa política ilegal e discriminatória foi considerada inconstitucional.

 

Se é absurdo afirmar que Bloomberg não diferencia seus cidadãos “na aplicação da Justiça”, isso chega a beirar o ridículo quando se trata de Moro. À frente de uma operação ilegal desde sua origem, Moro não só empreende uma verdadeira cruzada contra seus inimigos políticos, mas também ataca frontalmente o Estado Democrático de Direito ao cooperar com os Estados Unidos “informalmente”. O caso contra Lula seria, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, um exemplo de sucesso dessa prática, repito, ilegal. Não por acaso, vemos Moro uma e outra vez impor ações e entendimentos típicos da legislação estadunidense, à revelia da nossa própria Constituição.

 

Moro foi recebido em Nova York com protestos que contaram com a participação dos principais sindicatos dos Estados Unidos, além de ativistas e representantes da sociedade civil estadunidense. Mas retomo a pergunta inicial: porque uma Câmara de Comércio homenagearia Moro? A Lava Jato abriu as portas não só para o desmonte da nossa incipiente indústria nacional, mas também para a derrocada da nossa soberania. Se é certo que ainda não sabemos a real extensão da participação dos Estados Unidos no golpe de 2016, a história nos mostra que a ascensão de regimes fantoches beneficia amplamente os interesses políticos e econômicos de Washington. E talvez seja isso que tenha sido realmente homenageado pela BrazilCham nessa semana, na figura de Sergio Moro.

 

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16
Mai18

Câmara de Comércio homenageia Moro pelos serviços prestados aos Estados Unidos

Talis Andrade

Sindicatos dos empregados estão com Lula

 

Sindicatos americanos se unirão ao Comitê Defend Democracy in Brazil em Manhattan hoje para protestar contra a comemoração do juiz que investigou, processou, condenou e sentenciou o popular presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula. 

 

 

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Lula está apelando a condenação e sentença de 12 anos de prisão. Apesar de sua prisão, ele está buscando candidatar-se a presidência como líder do Partido dos Trabalhadores, onde ele é o primeiro colocado. Durante os dois mandatos do presidente Lula, a economia do Brasil disparou, tirando 40 milhões da pobreza, concentrando-se nas necessidades dos pobres e dos trabalhadores.

 

"A situação no Brasil agora reflete o que pode acontecer quando você tem pessoas em posições de poder com a intenção de oprimir qualquer movimento para melhorar a vida dos trabalhadores", disse o vice-presidente da USW International, Fred Redmond.

 

A AFL-CIO (Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais), o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos (USW), o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Automobilística, Aeroespacial e Agrícola dos Estados Unidos (UAW), o Sindicato dos Trabalhadores de Alimentos e sua Comercialização (UFCW), o Sindicato do Varejo, Atacado e Lojas de Departamentos (RWSDU) e o Comitê Defend Democracy in Brazil se manifestarão contra a Câmara de Comércio Brasileiro-Americana, que nomeou o juiz Sérgio Moro como um dos dois “Homens do Ano” (ao lado do ex-prefeito de NY, Michael Bloomberg) e o celebrando em um evento no Museu Americano de História Natural, em Nova York.

 

Como Presidente, Lula apoiou fortemente os direitos dos trabalhadores, assim como sua sucessora, Dilma Rousseff, também membro do Partido dos Trabalhadores. No início de sua carreira, Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Brasil da região do ABC e tem o apoio da equivalente à AFL-CIO no Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

 

Dilma foi impugnada com acusações questionáveis ??em 2016, e o vice-presidente Michel Temer, um membro da elite brasileira e uma figura profundamente impopular, assumiu em um golpe legislativo. Depois disso, o juiz Moro investigou, processou, julgou, condenou e sentenciou Lula por acusações sem mérito envolvendo propinas não comprovadas.

 

"Moro estava buscando uma mudança de regime no Brasil, não justiça", disse Redmond. A longa sentença que Moro impôs a Lula foi uma tentativa politicamente motivada de desqualificá-lo como candidato a presidente nas eleições de outono. Temer, cujo apoio é de apenas um dígito, reviu as leis trabalhistas para enfraquecer os sindicatos e passou grande parte do ano passado defendendo as acusações criminais de corrupção e obstrução da justiça.

 

Os partidários de Lula querem que sua condenação seja revogada e centenas estabeleceram um acampamento permanente fora da prisão da Polícia Federal em Curitiba, Paraná, desde que o popular ex-presidente foi colocado em confinamento solitário no dia 7 de abril.

 

 

30
Mar18

A morte anunciada do Diário de Pernambuco

Talis Andrade

 

 

Incompetência transforma jornal histórico em velhaco e profissionais arcam com a conta

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Ilustração Alfredo Martirena 



O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam veementemente o extremo desrespeito com que os sócios majoritários do Diario de Pernambuco, os irmãos Alexandre e Maurício Rands, procederam em relação ao desligamento de cerca de 30 jornalistas, nessa quarta-feira (28).

Três editorias foram praticamente extintas: Esportes, Fotografia e Viver (cultura). E isso no horário do fechamento das páginas. Enquanto alguns tentavam desatar o nó do travamento da edição, profissionais dispensados deixavam a redação sob aplausos merecidos. Para quem ficava restava a expectativa se teria o nome chamado e a certeza de que o DP se esvaziava de competências enquanto a ineficiência reinava na demolição de uma empresa histórica.

O que para a maioria da sociedade pode ser motivo de espanto, surpresa, para o meio da mídia e principalmente do Jornalismo é uma nefasta tradição. O DP vive a “crise extrema da vez”, como há décadas viveu o Jornal do Commercio (JC), recuperado após uma corajosa e histórica greve de jornalistas e gráficos. E, em muitos aspectos – atraso de salários e férias, falta de depósito de FGTS e de recolhimento de INSS – o quadro do DP se assemelha ao vivido há anos pela Folha de Pernambuco (FolhaPE). E isso para citar apenas o segmento de impressos, pois na radiodifusão campeiam arrendamentos e vendas de espaços de modo nebuloso, quase sempre ao arrepio da Lei.

Se há novidade no desmonte do DP é o fato de que, em tempos de Internet e novas alternativas de mídia, já não é tão definitiva uma frase muito conhecida na área da comunicação: “Nossa dor não sai no jornal!” Agora, em tempos de alternativas como a Marco Zero Conteúdo, em plena mediação na PRT6/MPT, o presidente do DP reafirmou perante o procurador Marcelo Crisanto que efetuaria dispensas sem quitar direitos previdenciários e trabalhistas. Pior, Alexandre Rands, se referiu à empresa, diante de profissionais presentes na mediação, como “porcaria”. Virou matéria da Marco Zero. Custou caro. Nossa dor saiu na Internet.

A forma desrespeitosa como o dono da empresa se referiu ao DP foi um extremo, mas não novidade. Profissionais jornalistas já vinham sofrendo constrangimentos em entrevistas e eventos, nos quais as palavras pejorativas partiam da própria direção contra a empresa e contra profissionais que, diferentemente, vestiam a camisa, se doíam, mas não se sentiam em condições de reagir. Esse, aliás, é um forte sintoma do tipo de gestão que assumiu o DP numa transação desastrosa, que, justiça de faça, foi apenas mais uma “bomba” a lhe comprometer a subsistência.

O DP sofria há décadas do esvaziamento financeiro por gestões inábeis. Mas é importante frisar que os erros dos irmãos Rands vão além dos que confessou Alexandre na PRT6/MPT, quais sejam: fazer uma aquisição de modo equivocado e não saber conduzir a empresa para uma regularização. Os erros dos Rands se mostram como possível pá de cal sobre o DP.

Dirigentes do Sinjope e da Fenaj e profissionais vinculados à empresa tentavam construir uma alternativa de salvação do DP e das vagas de trabalho numa mediação na PRT6/MPT. Alexandre Rands optou por quebrar a linha de entendimento, sonegar números e efetivar demissões em massa sem concluir o processo de mediação.

Ao Sinjope e à Fenaj resta fechar o cerco a esse tipo de abuso de modo contundente. Recorrer à PRT6/MPT, à Justiça do Trabalho e a todas as instância que sejam necessária para impor o peso que merecem arcaícos e retrógrados donos de empresas de comunicação. E, também, estimular a categoria a exercitar novas formas de modelos de negócio jornalísticos de fato, porque certamente o modelo tão caquético quanto velhaco devem ser sepultados junto com a incompetência dos que se abraçam com ele.

Sinjope e Fenaj

Recife, 29 de março de 2018

 

Um bando de jornalistas acuados em uma redação, esperando a hora de ir para a gilhotina. É uma vergonha

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Ilustração Juan Hervas 

"Ao Sinjope e à Fenaj resta fechar o cerco a esse tipo de abuso de modo contundente. Recorrer à PRT6/MPT, à Justiça do Trabalho". Cousa de crentes. Ainda existem ministério do trabalho e justiça do trabalho depois das reformas do golpistas Michel Temer?

No século passado vivi a profecia do que o aparecimento da televisão ia fechar os jornais impressos. Agora é a vez de espalhar o medo da internet.

O Diário de Pernambuco foi entregue pelos condôminos dos Associados e pela política partidária e provinciana a dois irmãos picaretas.

Teve muito dinheiro na jogada. Muito caixa 2. É um caso de polícia.

 

Da nota do frouxo Sinjope e dos pelegos da Fenaj: "Alexandre Rands se referiu à empresa, diante de profissionais presentes na mediação, como 'porcaria'.

A forma desrespeitosa como o dono da empresa se referiu ao DP foi um extremo".

Que nada. O DP nas mãos de Rands virou um porcaria. Tudo que Rands toca vira uma porcaria. Ele fez do mandato de deputado federal uma rendosa porcaria, quando renunciou.

Rands faz mágica: qualquer porcaria vira botija de ouro.

Quem rouba salário é o quê?

Rands paga o salário da fome e do medo. Foi um picareta na política e é um picareta na imprensa. Transformou o DP em um balcão de negócios.

Quanto o governo estadual despejou no DP? Quanto a prefeitura do Recife despejou no DP?

Quanta covardia. "Os irmãos Alexandre e Maurício Rands, procederam em relação ao desligamento de cerca de 30 jornalistas, nessa quarta-feira (28).

Três editorias foram praticamente extintas: Esportes, Fotografia e Viver (cultura). E isso no horário do fechamento das páginas. Enquanto alguns tentavam desatar o nó do travamento da edição, profissionais dispensados deixavam a redação sob aplausos merecidos. Para quem ficava restava a expectativa se teria o nome chamado". Isso é tortura. Isso é agonia. Esse sofrer tem nome. Os irmãos Rands humilham. Cousa de feitor. Da escravatura. "Para quem ficava restava a expectativa se teria o nome chamado"...

 

 

12
Nov17

Para receber o pior salário do globo, o trabalhador brasileiro conta com 35 partidos políticos e dez centrais sindicais

Talis Andrade

 

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 Os dirigentes sindicais brasileiros se eternizam no poder. Ilustração de Vladimir Kazanevsky

 

Com o fim do imposto sindical, determinado pela reforma trabalhista, que entrou em vigor neste sábado, mais de 3 mil sindicatos podem desaparecer. A afirmação foi feita pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

 

 

Imposto pago na marra pelo trabalhador, obrigado a contribuir, anualmente, com o equivalente a um dia de trabalho para o sindicato que o representa (o correspondente a 4,5% de um salário). Estima-se que o fim do imposto afetará 30% da receita dos sindicatos.

 

 

Os sindicatos que dependem do dinheiro da corrupção vão sumir e o trabalhador nem perceberá. São corporações para lavar dinheiro desviado do imposto sindical, para fabricar notas frias para a pseudo ajuda aos esportes amadores e obras culturais de quinta categoria, e realização de eventos artísticos bregas e fantasmas. Sindicatos como quadrilhas da sonegação.

 

O bom e necessário sindicato funciona, inclusive, na clandestinidade. Sindicalismo é luta do trabalhador por direitos trabalhistas. A luta começa pelo salário digno.

 

Não existe sindicalismo no Brasil.

 

Há um peleguismo obsceno que permitiu aprovar, sem luta, sem prisão de lideranças, sem greves, sem barricadas, sem sangue, as leis escravocratas da reforma trabalhista de Temer e de partidos da direita como o PSDB, principalmente o PMDB, criado por lei do ditador Castelo Branco, e que funcionava na ditadura com o consentimento dos marechais. O mesmo PMDB que criou um quadrilhão na Câmara dos Deputados, tendo Eduardo Cunha e Michel Temer como capos. O PMDB que também formou um quadrilhão no Senado Federal.

 

O sindicalismo brasileiro é tão corrupto, tão sujo, que mantem com um dos principais líderes Paulo Pereira da Silva, dono de uma central sindical e de um partido político, o Solidariedade. Tão simbólica figura do peleguismo escruto ganhou o apelido de Paulinho da Força, preso e condenado como ladrão safado e podre, podre de rico. Aqui a folha criminal. 


A central Força Sindical de Paulinho possui quase três mil sindicatos filiados.
São sindicatos fantasmas com quase três mil presidentes e mais de cem mil diretores de carne e ossos. A carne podre e ossos da caveira do trabalhador sempre enganado e expliado nos seus direitos humanos e trabalhistas.


A Força Sindical, para receber dinheiro, representa dez milhões de empregados. Dez milhões. Atualmente, cerca de 11,3 mil sindicatos representam os trabalhadores no país, filiados a inoperantes federações - não se sabe quantas - e centrais. 

 

Os trabalhadores desconhecem. No Brasil temos reconhecidas as seguintes centrais:

Central Única dos Trabalhadores - (CUT)
Força Sindical - (FS)
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - (CTB)
União Geral de Trabalhadores - (Brasil) - (UGT)
Nova Central Sindical dos Trabalhadores - (NCST)
Central dos Sindicatos Brasileiros - (CSB)


Duas centrais não são legalizadas: INTERSINDICAL - Central da Classe Trabalhadora e

Central Sindical e Popular Conlutas - (CSP CONLUTAS) antiga CONLUTAS.

 

Há ainda duas organizações que atuam como centrais, mas não se definem como tal:

Intersindical - Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora; e

Confederação Operária Brasileira - (COB-AIT). 

 

bandidos impeachment dilma aécio cunha paulinho p

 

 

 

Paulinho da Força liderou o impeachment de Dilma Rousseff, sendo miliciano da tropa de choque de Eduardo Cunha.

Ou melhor dito, cem milhões de trabalhadores apoiaram, sem ser consultados, o golpe de Temer. Não é surreal?  

 

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