V - As malas e os malas da política brasileira
Foi noticiado pela chamada grande imprensa que as malas da propina, guardadas no bunker do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e encontradas pela Polícia Federal, pegaram sumiço por artes de malabaristas.
A Polícia Federal um departamento como outro qualquer do Ministério da Justiça. O diretor nomeado pelo ministro da Justiça nomeado por Temer.
As malas estavam recheadas de grana das propinas. De cédulas de reais, de euro, de dólar.
Que malas desapareceram? Nem precisa perguntar: As de euro, as de dólar.
Talvez para entrega ao verdadeiro dono. Talvez. Que essa mágica é comum na Polícia Federal.
Na ditadura militar de 64, presos políticos desapareceram para todo sempre. Do mesmo jeito que os pacotes de pasta de coca são incinerados... Do mesmo jeito que virou fumaça a meia tonelada de droga do helicoca de Perrella, um da não santíssima trindade de senadores de Minas Gerais.
Se o dinheiro era de Temer, justo que um funcionário mais fiel entregasse a César o que é de César.
Um escrivão consignou a falta de duas malas. Eis o documento.
Hoje a Polícia Federal conta a seguinte esfarrapada e pobre estória para desmentir o escrivão. Que cometeu um equívoco ao deixar de verificar duas malas pequenas que estavam dentro de outras duas malas maiores.
Publica o Jornal do País:
Portanto, o erro foi corrigido e publicado no site da justiça. Porém, o interessante, é que a forma como o escrivão descreveu o recebimento, fica um tanto difícil considerar a correção.
“Certifico que, quando do recebimento do material encaminhado pela SR/PF/BA, referente a Operação Tesouro Perdido, através dos memorandos nº 3530/2017, 3531/2017 e 3532/2017, foi constatado a presença de somente 7 malas, sendo 6 grandes e 1 pequena, quando no auto de apreensão relaciona 9 malas, sendo 6 grandes e 3 pequenas”.
Também desapareceu a mala com R$ 500 mil de dinheiro da JBS recebida pelo deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
O parlamentar foi filmado pela Polícia Federal em uma ação controlada (planejada para flagrar delitos) carregando a bolsa ao sair de uma pizzaria em São Paulo às pressas.