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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

01
Dez17

V - As malas e os malas da política brasileira

Talis Andrade

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Foi noticiado pela chamada grande imprensa que as malas da propina, guardadas no bunker do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e encontradas pela Polícia Federal, pegaram sumiço por artes de malabaristas.

 

A Polícia Federal um departamento como outro qualquer do Ministério da Justiça. O diretor nomeado pelo ministro da Justiça nomeado por Temer. 

 

As malas estavam recheadas de grana das propinas. De cédulas de reais, de euro, de dólar.

 

Que malas desapareceram? Nem precisa perguntar: As de euro, as de dólar.

 

Talvez para entrega ao verdadeiro dono. Talvez. Que essa mágica é comum na Polícia Federal.

 

Na ditadura militar de 64, presos políticos desapareceram para todo sempre. Do mesmo jeito que os pacotes de pasta de coca são incinerados... Do mesmo jeito que virou fumaça a meia tonelada de droga do helicoca de Perrella, um da não santíssima trindade de senadores de Minas Gerais.

 

Se o dinheiro era de Temer, justo que um funcionário mais fiel entregasse a César o que é de César.

 

Um escrivão consignou a falta de duas malas. Eis o  documento.

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Hoje a Polícia Federal conta a seguinte esfarrapada e pobre estória para desmentir o escrivão. Que cometeu um equívoco ao deixar de verificar duas malas pequenas que estavam dentro de outras duas malas maiores.

 

 

Publica o Jornal do País: 

 

Portanto, o erro foi corrigido e publicado no site da justiça. Porém, o interessante, é que a forma como o escrivão descreveu o recebimento, fica um tanto difícil considerar a correção.

 

“Certifico que, quando do recebimento do material encaminhado pela SR/PF/BA, referente a Operação Tesouro Perdido, através dos memorandos nº 3530/2017, 3531/2017 e 3532/2017, foi constatado a presença de somente 7 malas, sendo 6 grandes e 1 pequena, quando no auto de apreensão relaciona 9 malas, sendo 6 grandes e 3 pequenas”.

 

Também desapareceu a mala com R$ 500 mil de dinheiro da JBS recebida pelo deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

O parlamentar foi filmado pela Polícia Federal em uma ação controlada (planejada para flagrar delitos) carregando a bolsa ao sair de uma pizzaria em São Paulo às pressas.

 

  

28
Nov17

IV - As malas e os malas da política brasileira

Talis Andrade

Tem mês que um togado, para receber seu salário em dinheiro vivo, tem que levar uma mala. Caso do juiz Mirko Vincenzo Giannotte do Mato Grosso. Ficaram famosas as malas de propinas da JBS, que tinha como conselheiro o atual ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

 

Políticos, ministros de Estado, são conhecidos como carregadores de malas do presidente Temer.

 

OLIVEIRA- temer .jpg

DukeMalas.jpg

 

PF-prende-Rocha-Loures.jpg

 

mala geddel .jpg

 

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27
Nov17

III - As malas e os malas da política brasileira

Talis Andrade

Malas-da-Corrupcao.jpg

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O mala sempre existiu. Ademar de Barros, interventor e governador de São Paulo, foi candidato a presidente do Brasil, em 1960, com o slogan "rouba, mas faz". Outro candidato a presidente, e também líder civil da didatura militar, Paulo Maluf.

 

Para citar outro da política de São Paulo, Delfim Neto, o pai da correção monetária dos governos militares, que ainda persiste na justiça, que faz parir gordos precatórios que, para ser pagos, precisa da assinatura de um presidente de tribunal.

 

Para acabar com a corrupção, o Brasil fez uma Revolução em Trinta, a campanha presidencial da vassoura de Jânio em 1960, e instalou uma ditadura militar em 64.

 

O incrível, que a única medida eficaz que até hoje existe contra a corrupcão, tenha sido de Fernando Collor, presidente em 1990. 

 

O fim do cheque ao portador, que é aquele em que não foi definido o beneficiário. Que pode ser sacado por qualquer pessoa ou depositado em qualquer conta bancária, criou a necessidade da mala, que nenhum ladrão vai querer receber uma propina paga com cheque nominal ou cruzado.

1907.jpg

 

Quando o valor a ser pago é acima de cem reais, utiliza-se o cheque nominal. Nele, o nome do beneficiário é escrito por extenso no local adequado da folha. Dessa maneira, ao contrário do cheque ao portador, ele só poderá ser sacado pelo beneficiário ou depositado em sua conta.

 

Assim sendo, a propina passou a ser paga em dinheiro vivo. Teve governador que colocou o dinheiro nas meias. Deputado na cueca. Deputada, na calcinha, no sutiã.

Treme-Temer.jpg

temer mala.jpg

 

 

 

 

26
Nov17

II - As malas e os malas da política brasileira

Talis Andrade

Era costume no Sertão, com a morte de ricos avarentos, a família cavar salas e quartos a procura de botijas de ouro e prata enterradas.

 

No Brasil hoje, a Polícia Federal procura dinheiro nos apartamentos de funcionários do legislativo e do executivo. Nada de procurar nas residências dos cortesãos dos palácios da justiça, porque possuem anistia antecipada para todos os crimes. A máxima condenação para um juiz, um desembargador: o prêmio de uma aposentadoria antecipada. 

 

Achar dinheiro é fácil. Na Operação Tesouro Perdido, a Polícia Federal encontrou malas e mais malas no apartamento de Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) em Salvador. 

 

A reação do presidente Michel Temer foi imediata. Trocou o sofá da sala, isto é, nomeou Fernando Segóvia diretor da Polícia Federal, que questionou:  Mala com R$ 500 mil "talvez" seja insuficiente para provar crime.

Uma-mala-nao-basta.jpg

Acontece que são várias malas. 

dinheiro-geddel.jpg

 O ministro Geddel é conhecido como um dos carregadores de malas do presidente Temer. 

 

Para Segóvia, o papel de Temer no crime apontado pela Procuradoria Geral da República "é um ponto de interrogação que está no imaginário popular". 

 

Rodrigo Janot que era o chefe da PGR, e também substituído por Temer, não demorou na resposta. Chamou Segóvia de "pau mandado". E questionou:"A pergunta que não quer calar é: ele se inteirou disso ou está falando por ordem de alguém?"

geddel pmdb .jpg

 

 

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