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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

16
Mar20

Bolsonaro apoia protestos no Twitter e em Brasília em meio à crise do coronavírus

Talis Andrade

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BBC

Embora esteja em monitoramento recomendado pelo ministério da Saúde e ainda deva ser submetido a um segundo teste para a detecção do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro deixou a residência oficial do Palácio da Alvorada neste domingo (15) e interagiu com manifestantes que o esperavam do lado de fora do Palácio do Planalto.
Bolsonaro estava separado de seus apoiadores por uma grade e cercado por integrantes de sua equipe. Ele esticou o braço para tocar nos manifestantes e manuseou o celular de alguns deles para fazer 'selfies'.

O presidente está sendo monitorado mesmo depois de seu teste para o coronavírus ter dado negativo. Seu secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, foi diagnosticado com o novo vírus depois de participar da comitiva do governo que viajou nesta semana para a Flórida, nos Estados Unidos, para uma série de compromissos. Ele viajou junto com o presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a TV Globo, a recomendação de fazer um novo teste foi feita pelo próprio ministro da Saúde no dia 13 de março, um dia depois de o primeiro teste a que Bolsonaro foi submetido dar resultado negativo. "Monitora-se contatos de acordo com os sintomas. Se tiver febre etc, desloca-se à unidade de saúde", afirmou o ministro, na ocasião.

Bolsonaro deve refazer o teste nesta semana. O protocolo prevê que esse exame seja realizado em até sete dias e antecipado se surgirem sintomas.

Na semana passada, em uma transmissão pela internet na quinta-feira (12), Bolsonaro apareceu de máscara ao lado de Mandetta e afirmmou que seus apoiadores deveriam repensar as manifestações deste domingo, por causa do coronavírus. "Nossa saúde e de nossos familiares devem ser preservadas", afirmou ele na transmissão.

Na sexta-feira (13), o Ministério da Saúde recomendou o cancelamento ou adiamento de eventos com grande participação de pessoas, em orientação que foi apresentada junto com um conjunto de medidas a gestores estaduais e municipais de saúde em reunião virtual. Outra recomendação contrariada pelo presidente é que pessoas acima de 60 anos evitem contato social.

De acordo com o órgão, as autoridades locais devem estimular que eventos — sejam eles, governamentais, artísticos, científicos ou comerciais — não ocorram nesse período. Caso não seja possível cancelar o evento, a recomendação é que não haja público.
Depois de interagir com os manifestantes pessoalmente em frente ao Planalto, Bolsonaro saiu de carro e passou pelo ponto onde ocorria o ato, no Eixo Monumental. Ele não parou o carro nem desceu para a rua, segundo o portal G1.

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Presidente vê "histeria" e "neurose"


Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro comentou sua participação nas manifestações. "O povo se aglomerou na frente e eu fui conversar com o povo", disse, acrescentando que sabe que as aglomerações criam um risco "seríssimo" de transmissão do vírus. "Agora é uma realidade: você vê os metrôs cheios, os ônibus cheios, estádios de futebol. O carnaval foi uma coisa inacreditável o que aconteceu. É um vírus que você vai ter que enfrentar mais cedo ou mais tarde. Temo pelo pior sim. Mas não porque alguns querem irresponsavelmente colocar a culpa em mim", disse, em referência indireta às críticas que recebeu do presidente do Congresso Nacional, David Alcolumbre.

Em nota, Alcolumbre disse ser inconsequente estimular aglomerações de pessoas na ruas, cobrou responsabilidade do presidente e disse que convocar manifestações contra o Congresso é confrontar a democracia. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também criticou a atitude do presidente. "O que nos preocupa, o que nos deixa em perplexidade é o presidente participando desses atos. Num momento onde se pediu, na sexta-feira, que não houvesse aglomerações, o próprio presidente desautoriza o seu ministro da Saúde", declarou à TV Globo.

Bolsonaro, em resposta, disse na entrevista que gostaria que os dois saíssem às ruas como ele. "Devemos ser quase que escravos da vontade popular. Respeito os dois, espero que não queiram partir para algo belicoso depois dessas minhas palavras aqui. Agora, prezados, saiam às ruas e vejam como são recebidos. Os acordos não têm que ser entre nós em gabinetes, têm que ser entre nós e o povo", afirmou.

O presidente minimizou o efeito de sua saída do monitoramento. "Muitos pegarão isso independente dos cuidados que tomem, isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde. Não podemos entrar em uma neurose como se fosse o fim do mundo. Outros vírus mais perigosos aconteceram no passado e não tivemos essa crise toda. Com toda certeza há um interesse econômico nisso tudo para que se chegue a essa histeria". Transcrevi trechos 

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16
Mar20

‘Achei que tinha sido infectada ao atender paciente’: a rotina de profissionais de saúde que cuidam de casos de coronavírus no Brasil

Talis Andrade

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No dia 4 de março, a infectologista Fernanda* dava plantão no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo (SP), quando atendeu um paciente com suspeita de coronavírus. O homem, que tem por volta de 40 anos, tinha febre e tosse intensa. Ele era considerado caso suspeito, pois havia mantido contato com o empresário paulista de 61 anos, primeiro caso diagnosticado no Brasil com a covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
Para atender o paciente, ela seguiu as orientações dadas pelo Ministério da Saúde aos profissionais da saúde e usou equipamentos de proteção individual: gorro, máscara N95, luvas, aventais descartáveis e óculos protetores. Com os aparatos, seguiu para uma sala de isolamento com pressão negativa, onde costumam ser atendidos pacientes com doenças virais, para evitar a propagação.

Com experiência em outras pandemias — ela fez atendimentos durante a explosão de casos de H1N1 em 2009 —, Fernanda ficou receosa em relação ao paciente. "Mesmo com o material de proteção adequado, me senti temerosa e totalmente vulnerável. O vírus pode ser transmitido por gotículas e eu tive de ficar extremamente próxima a ele para examiná-lo", diz à BBC News Brasil.

"O paciente tossia muito e tinha os sintomas da covid-19. Ele estava com a garganta com muita secreção", diz. "Uma coisa que me deixou muito preocupada foi o fato de que caiu uma gotícula da tosse dele em meu rosto, mesmo com a máscara, durante o atendimento", revela.
Uma enfermeira do Emílio Ribas, que recebeu instruções para conduzir casos de pandemias como o coronavírus, colheu o material genético do paciente e encaminhou para o Instituto Adolfo Lutz, referência nos testes do vírus. O resultado saiu cinco dias depois: positivo.

Fernanda, que tem 42 anos, viveu um dos momentos mais tensos de sua profissão ao receber o resultado do paciente. Um dia antes, ela havia começado a ter febre e tosse intensa. "Achei que tivesse contraído o vírus ao atendê-lo. Isso me deixou extremamente preocupada, porque eu fiquei pensando nos pacientes em situação vulnerável, com outras enfermidades, que atendi dias depois e poderiam ter contraído o vírus de mim", relata a médica.

Ela decidiu fazer o exame para descobrir se havia sido infectada pelo coronavírus. Para Fernanda, o seu caso representa o despreparo que pode acontecer em outras unidades de saúde pelo Brasil. "Não é mistério pra ninguém que enfrentamos dificuldades no sistema público de saúde, como falta de material e de insumos. Eu tive que ficar muito próxima ao paciente, enquanto o atendia, pois a sala de isolamento estava com a luz muito fraca e porque o estetoscópio era muito antigo", declara.
Os profissionais de saúde e o coronavírus no Brasil
Situações como a vivida por Fernanda trazem à tona a rotina de profissionais de saúde e de trabalhadores responsáveis pela limpeza em hospitais no contexto da pandemia do novo coronavírus. Transcrevi trechos. Leia mais 

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16
Mar20

A loucura autoritária do Planalto, em plena crise do coronavírus, ameaça o trabalho no Ministério da Saúde

Talis Andrade

Bolsonaro, que deveria estar em isolamento por ter tido contato com infectados com coronavírus, cumprimenta e toca apoiadores em Brasília.Bolsonaro, que deveria estar em isolamento por ter tido contato com infectados com coronavírus, cumprimenta e toca apoiadores em Brasília. SERGIO LIMA / AFP (AFP)

 

Jornal El País: Quem vai pará-lo? Estamos num filme B, onde o presidente faz questão de dar uma banana para a saúde pública. Recuo sobre veto a cruzeiros é alerta vermelho

 

 

Jair Bolsonaro dá uma banana para saúde pública em plena crise mundial do coronavírus e ameaça o trabalho do Ministério da Saúde. E o pior de tudo é que nada ou ninguém, na atual conjuntura política, parece capaz de pará-lo antes que seja tarde. Enquanto a pasta de Luiz Henrique Mandetta tenta conduzir o país com alguma serenidade rumo aos dias difíceis que provavelmente virão, o presidente faz o jogo dos sete erros na pandemia.

O auge do delírio autoritário que nos acomete acontece neste domingo. Mesmo com a expressa determinação do Ministério da Saúde para evitar aglomerações, especialmente no Rio e em São Paulo, o presidente endossa e estimula a realização de manifestações pelo país de sua base mais fiel. As imagens de seus seguidores mais aguerridos —centenares, diga-se, nada das multidões contra Dilma Rousseff— desfilam nas redes sociais do presidente. Todos dispostos a gritar “mito” e levar, sem qualquer constrangimento, palavras de ordem contra os outros poderes e a democracia.

Já é um escândalo, feito sob medida para esse novo modelo de governo voltado a uma minoria, mas nosso filme B vai muito além. A marcha imparável da boçalidade levou Bolsonaro a participar ele mesmo do protesto, mesmo tendo indicação de ficar em isolamento social após ter contato direto com meia dúzia de pessoas que comprovadamente contraíram coronavírus. Sem máscara, ele foi cumprimentar seguidores em Brasília, tocou neles, agarrou celulares. Tudo é absurdo e, ao mesmo tempo, tão coerente com a miríada de fake newssobre o país e a doença que sua máquina no WhatsApp estimula: o vírus não é de nada, é uma “fantasia”, como o presidente mesmo disse.

Não é difícil enquadrar, mais uma vez, a conduta de Bolsonaro como crime de responsabilidade passível de impeachment. Para começar, por ferir a dignidade, a honra e o decoro do cargo, pondo em risco seus governados. Depois, a depender de como evoluir a situação da pandemia no país, ele pode ser acusado de cometer um crime contra a segurança interna, estimulando a desobediência a medidas determinadas por órgãos técnicos.

A conduta criminosa não acontece só pelo domingo, mas também pela quinta-feira, quando ele, num dos lances mais claramente chavistas deste Governo, usou uma cadeia nacional de rádio e TV, ou seja, dinheiro público, para promover e chamar de legítimos os atos que ele participa. Isso não é “servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder”?

Choca a normalidade com que os demais poderes e a elite do país, inclusive a empresarial e financeira, encara, dia a dia, esse esgarçamento da democracia. Parte desses atores é cúmplice confesso desde a campanha. Se há alguma coisa que não existe aqui é surpresa. No máximo, eles reagem com uma declaração de ultraje via Twitter, uma nota de repúdio enviado a uma coluna de jornal ou um diligente cientista político engravatado para amaciar o ego da Faria Lima: as instituições estão funcionando.

O impeachment é um mecanismo de controle político, isso é sabido, e a leitura dos agentes agora no poder é que não vale a pena esse desgaste: ainda há apoio sólido do PIB a Bolsonaro, e há uma alta taxa de governismo no Congresso, alinhamento de pautas econômicas e anti-ambientais, especialmente. No Parlamento, ninguém quer mexer qualquer ficha, ainda mais com eleição municipal e enquanto a centro-direita não tiver um plano claro a futuro― de mais a mais, Lula está aí, livre, Bolsonaro alicia as polícias, Hamilton Mourão é uma esfinge... Seja como for, tudo se torna realmente impensável em meio a uma crise sem precedentes, sanitária e financeira. Na Europa, pelo menos desde 1945 não se vivia nada assim. Quem vai se meter a mexer nisso?

É neste panorama que Bolsonaro avança, fazendo estragos. Ele tem capacidade de complicar, e muito, uma situação já volátil. Chega a dar uma certa paz interior vendo o ministro da Saúde falar, honrando a tradição do nosso sólido sistema público. Quem conhece a fundo epidemiologia no Brasil garante que Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde da pasta, é um dos melhores quadros do país. Mas nem isso está assegurado. Fomos surpreendidos, neste sábado, com o Ministério da Saúde voltando atrás na proibição de cruzeiros que a própria pasta havia anunciado na sexta-feira. Segundo a Folha de S. Paulo, sofreram “pressão” para mudar a determinação. Quem vai parar Bolsonaro, quando vamos parar de fingir, em queda livre, que até aqui vai tudo bem?

16
Mar20

"Até quando Bolsonaro abusará da nossa paciência?", questiona Reinaldo Azevedo

Talis Andrade

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247 – O colunista Reinaldo Azevedo criticou Jair Bolsonaro por contribuir para a expansão do coronavírus no Brasil. "Internautas, pensem aí com seus botões: um político assim reúne as condições políticas, morais, éticas e mentais para ser presidente da República? É o mesmo líder que, na terça, atribuiu a exagero da "grande mídia" os receios provocados pelo coronavírus. Na quarta-feira, três membros de sua comitiva desembarcavam no país com a Covid-19 — Fábio Wajngarten, senador Nelsinho Trad e advogada Karina Kufa. Um quarto, Nestor Forster, futuro embaixador do Brasil em Washington, permaneceu, doente, nos EUA", escreveu ele, em sua coluna.

 

"Enquanto o mundo se organiza para enfrentar a pandemia, o irresponsável que ocupa a cadeira de presidente da República incentiva, na prática, a expansão do vírus. A pergunta que tem de ser feita: até quando um arruaceiro dessa espécie vai abusar da paciência da democracia?", questionou.

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16
Mar20

Um imbecil

Talis Andrade

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por Fernando Brito

Jair Bolsonaro perdeu o último dos limites: o do respeito à vida de seus próprios simpatizantes.

Leia o relato da Folha, agora há pouco, sobre seu comportamento, apesar e lhe ter sido determinado, pelo médicos, o isolamento até que se afastem ou confirmem as suspeitas de que ele possa ter contraído coronavírus na expedição-moléstia à Flórida, na qual já se confirmaram seis pessoas como portadoras do novo coronavírus:

Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada por volta do meio-dia e seguiu para a Esplanada dos Ministérios, onde um grupo de apoiadores realiza o ato. O presidente não desceu do comboio presidencial e, de carro, passou a ser seguido por veículos com simpatizantes.
O comboio percorreu diferentes pontos de Brasília até entrar no Palácio do Planalto, de onde, do alto da rampa e sob os gritos de ‘mito’, o presidente acenou aos manifestantes por volta das 13h.
O presidente desceu a rampa em seguida e passou a esticar o braço para tocar nos manifestantes, separados por uma grade. Havia cerca de cem simpatizantes diante do Planalto. O presidente também manuseou o celular de alguns manifestantes para fazer selfies. “Isso não tem preço”, disse, durante transmissão ao vivo em suas redes sociais.

Não, não tem preço expor a saúde alheia a risco. É inominável.

Jair Bolsonaro não tem de ser impichado, tem de ser interditado psiquiatricamente.

Queria saudar sua matilha? Mandasse para lá o palhaço que usou com os jornalistas, dava no mesmo.

Aquele nem de rir mata.

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