Condenado pelos juízes Mauricio Fioroto e Afonso Celso da Silva a uma multa de R$ 5 mil em cada ação, Silva afirma ter prometido à prima e ao dentista custear seus gastos com advogados ao longo dos processos. Os dois foram excluídos da ação pela Justiça depois de provarem não ter ligação com a página criada por Silva – mas o processo desgastou suas relações pessoais. Questionado se poderia passar o contato da prima à reportagem, ele foi enfático: “Nem envolve mais minha família. Chega desse assunto, doutora, você vai me desculpar. Esse assunto já me causou problema demais na minha família.” Procurado, o dentista não retornou nossos contatos.

 

Dados vazados

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Conversa apresentada pela defesa da prima de Felipe nos dois processos a que responderam na Justiça Eleitoral.

 

 

Nessa caça às bruxas, houve até quem tivesse seus dados pessoais expostos sem nem saber disso. Ao se deparar com um IP da Câmara dos Deputados, a defesa tucana exigiu os dados de todos os servidores da casa que se conectaram ao Facebook por meio dele. O juiz Afonso Celso da Silva acatou rapidamente o pedido, e a Câmara tornou públicos dados de 12 funcionários, como nome, endereço, telefones, CPF e RG. No caso de seis deles, ainda foram incluídas fotos 3×4. Outros cinco tiveram seus dados bancários divulgados.

 

Nenhum deles foi incluído no processo. Mas, porque usaram o wifi da Câmara para dar aquela espiadinha nas redes sociais, todos tiveram seus dados mais sensíveis vazados. Procurados pelo Intercept, três funcionários confirmaram não ter conhecimento da existência do processo e da divulgação de seus dados. Os demais não retornaram nossos contatos.

*Nomes alterados a pedido das entrevistadas.