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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

29
Jul20

Rubens Novaes, do BB, um cidadão sem rabo preso, a não ser com o BTG

Talis Andrade

 

Sua saída deve-se a um episódio óbvio: a venda da carteira de R$ 1 bilhão de créditos de difícil recebimento do BB ao BTG-Pactual, com deságio de 90%. Entregou de graça, direto, sem sequer simular um leilão

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Um dos erros jornalísticos que cometi na vida foi ter assumido a defesa de Rubens Novaes, quando foi denunciado em matéria de capa da Veja por negócios feitos com o então Banco Pactual – que tinha como um dos sócios Paulo Guedes – na época dos escândalos Marka, Fonte Cindam. Não pela reportagem em si, um amontoado de teorias amalucadas – como o fato de Salvatore Cacciolla montar seus negócios em cima do grampo que fazia nos irmãos Bragança, supostos intermediários dos supostos insiders de Chico Lopes, então presidente do Banco Central. Mas pela carta lacrimejante de Novaes a vários jornalistas, apresentando-se como o sujeito humilde, probo, alcançado por uma notícia falsa e sem direito de defesa.

A reportagem o apresentava como um operador que trabalhava para André Esteves. Não o conhecia mas assumi sua defesa, principalmente tendo em vista as fantasias desenvolvidas pela revista. Não foi propriamente uma defesa dele, mas uma condenação das teorias amalucadas da revista.

Suas explicações para sua saída da presidência do Banco do Brasil tem o mesmo perfil da carta lacrimejante que distribuiu à mídia.

“O economista Rubem Novaes (foto), que pediu demissão da presidência do Banco do Brasil dias atrás, resume com a seguinte frase o ambiente político de Brasília, uma das razões que o fez pedir para sair: “Muita gente com rabo preso trocando proteção”. Para Novaes, a cultura política em Brasília piorou muito ao longo do tempo, mas ele não aceita citar casos concretos. Afirma apenas que tudo começou na reeleição do Fernando Henrique Cardoso “e piorou muito nos anos do PT com mensalões e petrolões”.

Ou seja, vale-se do álibi universal. Ele pediu demissão porque nos anos 90 FHC comprou a reeleição e o PT teve os mensalões. E porque os outros estavam “com o rabo preso”, não ele.

No BB, Novaes foi a mais serviçal dos funcionários de Bolsonaro e Guedes. O presidente arrotava um preconceito no Palácio para, imediatamente, Novaes dar uma resposta no BB – como o episódio da campanha publicitária que explorava a imagem de jovens alternativos. Qualquer tema levantado por Bolsonaro, econômico, social, moral, era imediatamente endossado por Novaes, mesmo não tendo nenhuma relação com sua função de presidente de banco. Inclusive acatando ordens de Carlos Bolsonaro, de voltar a anunciar em blogs ligados ao Gabinete do Ódio, mesmo depois do alerta do Tribunal de Contas da União (TCU).

Sua saída deve-se a um episódio óbvio: a venda da carteira de R$ 1 bilhão de créditos de difícil recebimento do BB ao BTG-Pactual, com deságio de 90%. Entregou de graça, direto, sem sequer simular um leilão.

A pressa de Novaes atropelou todos os procedimentos. Em geral, as grandes tacadas com o dinheiro público se fazem seguindo algumas formalidades, uma licitação dirigida, um projeto de lei mal ajambrado. Novaes se indispôs com o TCU e cometeu um estupro legal à luz do dia, em plena praça, beneficiando instituição de mercado à qual foi ligado no passado, talvez no presente.

Se teve endosso de alguma área técnica do banco, ou da diretoria, não se sabe. O que se sabe é que não haverá como o episódio não deflagrar um inquérito que apurará todas as responsabilidades – a responsabilidade óbvia dele, como presidente do banco, e de eventuais funcionários e/ou diretores que ajudaram a montar a operação.

PS – Toda defesa que faço do bem público, contra as investidas do BTG-Pactual, resulta em ações cíveis e criminais, movidas pelo banco, que é presidido pelo ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim. Cumpro com minha obrigação de jornalista em defesa do jornalismo, porque outros veículos, maiores, mais fortes, não tem a mesma disposição.

 
27
Jul20

ESCÂNDALO: Banco do Brasil é assaltado em operação com BTG Pactual

Talis Andrade

 

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Banco criado por Paulo Guedes comprou por R$ 370 milhões carteira de crédito do Banco do Brasil que vale R$ 3 bi...

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou seu pedido de renúncia ao cargo alegando cansaço  —  sabe lá de quê —  e disse a amigos que queria estar mais próximos dos netos. Antes da demissão, há duas semanas, Novaes aproveitou seu poder para “passar a boiada”, enquanto a imprensa se preocupava com a Covid-19.

 

Por Dacio Malta /Jornalistas Livres 

= = =

Ele vendeu, por míseros R$ 370 milhões, uma carteira de crédito do Banco do Brasil no valor de R$ 3 bilhões ao BTG Pactual  —  banco criado por Paulo Guedes.

Sabem qual foi a última vez que o Banco do Brasil fez operação parecida?

Nunca.

Tudo foi feito sem licitação, sem concorrência, sem absolutamente nada.

Por que só R$ 370 milhões também é um mistério.

Para João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), “a venda da carteira de crédito para o BTG Pactual, dita de vanguarda, é bastante suspeita ao beneficiar, pela primeira vez, um banco fora do conglomerado e que justamente foi criado pelo ministro bolsonarista. Como saber se o BB não está sendo usado para interesses escusos do Paulo Guedes?”.

Como quem entende de economia é o Posto Ipiranga, ele faz o que bem entende, já que o capitão não entende nada de nada.

E, mais pra frente, quem sabe se torne também beneficiário dessa transação. Ou assalto, se preferirem.

Há quem acredite que a mamata acabou.

 

 

19
Fev20

Sobrinha do ministro Sérgio Moro sofre sequestro relâmpago no interior do Paraná (vídeo)

Talis Andrade

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Uma sobrinha do ministro da Segurança PúblicaSérgio Moro, sofreu um sequestro relâmpago após um assalto em Maringá, cidade natal da família Moro, no noroeste do Paraná, na noite desta segunda- feira (17). 

Segundo informações, ela e o namorado estavam dentro de um veículo estacionado, em uma rua do Jardim Aclimação, quando foram surpreendidos por um casal de criminosos. Durante a ação, mesmo sem reagir, o rapaz de 18 anos foi retirado de dentro do veículo e agredido de forma brutal com socos e pontapés.

A vítima está com bastante lesões a nível de crânio, face, tórax e, principalmente, pescoço”, explicou Pedro Correia, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Na sequência, os bandidos roubaram o Renault Sandero, e a jovem foi levada como refém.

A cerca de quatro quadras de distância, o veículo entrou em alta velocidade em uma rua sem saída e bateu contra um barranco de terra. Sem ter como retirar o carro do local, eles roubaram os pertences da garota e fugiram. 

 

 

04
Mar19

Lava Jato cria fundação para desviar para si R$ 2,5 bi da Petrobrás

Talis Andrade

Então os supostamente honrados homens da Lava Jato perderam completamente o pudor? Viram tanta corrupção na Petrobrás que decidiram inventar sua própria corrupção? 

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por José Carlos de Assis

___

O princípio básico da homeopatia se traduz por uma frase em latim: “similia similubus curantur”. Em português, os semelhantes curam-se pelos semelhantes. Entende-se com isso que a doença é curada pelos agentes que a provocam. Foi provavelmente tendo isso em mente que a Lava Jato, isto é, os promotores e os juízes de Curitiba que avocaram a tarefa de limpar o Brasil de corrupção, querem se apossar pessoalmente de dinheiro de corrupção para combaterem a corrupção, com amplas possibilidades de se locupletarem no processo.

 

Para essa gigantesca operação de assalto a cofres públicos a Lava Jato criou uma fundação “de combate e de educação” contra a corrupção que receberá de doação da Petrobrás, já na primeira tacada, 2,5 bilhões de reais. É evidente que a Petrobrás e outras empresas seriam achacadas pelos promotores com ameaças de mais investigação. Por outro lado, nada impede que o resultado da extorsão vá por algum caminho tortuoso – palestras, por exemplo - para os bolsos de juízes e promotores. Quando li essa notícia, veiculada por Luís Nassif, fiquei estatelado. Então os supostamente honrados homens da Lava Jato perderam completamente o pudor? Viram tanta corrupção na Petrobrás que decidiram inventar sua própria corrupção? Isso à luz do dia, com a naturalidade de um punguista na 25 de março!

 

Quem propõe uma safadeza desse porte – 2,5 bilhões de reais é muito dinheiro! - ou está acometido por um delírio de poder ilimitado, incomensurável, ou tem na gaveta fatos comprometedores que mantêm a alta cúpula do Judiciário como refém, na esperança de que acoberte o assalto proposto contra o povo. Sim, porque dinheiro da Petrobrás, pelo menos a parte correspondente às ações do governo, é dinheiro público. E achaque de dinheiro privado não é crime menor. O fato é que de tanto falar em organização criminosa dos outros, os promotores e juízes de Curitiba decidiram estabelecer a sua, nas barbas da Nação.

 

É fato que essa insolência, essa verdadeira infâmia, só vale se passar pelo crivo dos órgãos superiores da Justiça. Entretanto, só o fato de ter sido pensada é um acinte contra o povo. Seus proponentes querem substituir os órgãos normais de investigação do Estado, assim como os de educação, a Polícia Federal e a própria Procuradoria Geral, as Corregedorias, etc, por sua infalível fundação, que será uma espécie de Estado paralelo ditatorial, pior do que uma ditadura comum porque revestido de legitimidade de apostilas e de diplomas.

 

Senti ânsias de vômito ao ler a notícia. É a isso que nos levou a dimensão espetacular, cheia de vícios, que a grande imprensa conferiu aos poderosos primatas jurídicos da Lava Jato, que derrubaram as fundações do direito objetivo, o habeas corpus, a presunção de inocência e o direito ao devido processo legal. Eles se apresentam agora, perante a Nação, como aquilo que são realmente, protótipos de ladrões comuns. E o pior é que todas as instituições da República estão derretidas ou falidas, portanto sem condição moral de reagir a essa pretensão infame. A nós, enquanto esperamos o desfecho desse esbulho, resta torcer para que haja verdadeiros juízes em Brasília. Ou temos que pedir licença às pessoas que estão na sala e sair para vomitar!

 

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02
Mar19

Lava Jato cria fundação para desviar para si R$ 2,5 bi da Petrobrás

Talis Andrade

Então os supostamente honrados homens da Lava Jato perderam completamente o pudor? Viram tanta corrupção na Petrobrás que decidiram inventar sua própria corrupção? 

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por José Carlos de Assis

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O princípio básico da homeopatia se traduz por uma frase em latim: “similia similubus curantur”. Em português, os semelhantes curam-se pelos semelhantes. Entende-se com isso que a doença é curada pelos agentes que a provocam. Foi provavelmente tendo isso em mente que a Lava Jato, isto é, os promotores e os juízes de Curitiba que avocaram a tarefa de limpar o Brasil de corrupção, querem se apossar pessoalmente de dinheiro de corrupção para combaterem a corrupção, com amplas possibilidades de se locupletarem no processo.

 

Para essa gigantesca operação de assalto a cofres públicos a Lava Jato criou uma fundação “de combate e de educação” contra a corrupção que receberá de doação da Petrobrás, já na primeira tacada, 2,5 bilhões de reais. É evidente que a Petrobrás e outras empresas seriam achacadas pelos promotores com ameaças de mais investigação. Por outro lado, nada impede que o resultado da extorsão vá por algum caminho tortuoso – palestras, por exemplo - para os bolsos de juízes e promotores. Quando li essa notícia, veiculada por Luís Nassif, fiquei estatelado. Então os supostamente honrados homens da Lava Jato perderam completamente o pudor? Viram tanta corrupção na Petrobrás que decidiram inventar sua própria corrupção? Isso à luz do dia, com a naturalidade de um punguista na 25 de março!

 

Quem propõe uma safadeza desse porte – 2,5 bilhões de reais é muito dinheiro! - ou está acometido por um delírio de poder ilimitado, incomensurável, ou tem na gaveta fatos comprometedores que mantêm a alta cúpula do Judiciário como refém, na esperança de que acoberte o assalto proposto contra o povo. Sim, porque dinheiro da Petrobrás, pelo menos a parte correspondente às ações do governo, é dinheiro público. E achaque de dinheiro privado não é crime menor. O fato é que de tanto falar em organização criminosa dos outros, os promotores e juízes de Curitiba decidiram estabelecer a sua, nas barbas da Nação.

 

É fato que essa insolência, essa verdadeira infâmia, só vale se passar pelo crivo dos órgãos superiores da Justiça. Entretanto, só o fato de ter sido pensada é um acinte contra o povo. Seus proponentes querem substituir os órgãos normais de investigação do Estado, assim como os de educação, a Polícia Federal e a própria Procuradoria Geral, as Corregedorias, etc, por sua infalível fundação, que será uma espécie de Estado paralelo ditatorial, pior do que uma ditadura comum porque revestido de legitimidade de apostilas e de diplomas.

 

Senti ânsias de vômito ao ler a notícia. É a isso que nos levou a dimensão espetacular, cheia de vícios, que a grande imprensa conferiu aos poderosos primatas jurídicos da Lava Jato, que derrubaram as fundações do direito objetivo, o habeas corpus, a presunção de inocência e o direito ao devido processo legal. Eles se apresentam agora, perante a Nação, como aquilo que são realmente, protótipos de ladrões comuns. E o pior é que todas as instituições da República estão derretidas ou falidas, portanto sem condição moral de reagir a essa pretensão infame. A nós, enquanto esperamos o desfecho desse esbulho, resta torcer para que haja verdadeiros juízes em Brasília. Ou temos que pedir licença às pessoas que estão na sala e sair para vomitar!

 

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08
Dez18

QUANDO O DINHEIRO VALE MAIS DO QUE UMA VIDA A polícia do Ceará mata 14 pessoas, inclusive cinco reféns de uma mesma família

Talis Andrade

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A operação policial que resultou na morte de 14 pessoas, entre elas, seis reféns, transformou o dia a dia da pacata cidade cearense. Manchas de sangue nas calçadas davam a dimensão do terror vivido na madrugada.

Por volta das 9h, a Prefeitura de Milagres lançou uma nota, divulgando a suspensão de todos os serviços nas repartições públicas municipais pelo resto do dia de ontem (7). Enquanto isso, dezenas de policiais percorriam suas ruas e estradas, além de municípios vizinhos, procurando os suspeitos da tentativa de assalto às duas agências bancárias. No céu, uma cena incomum: o helicóptero do Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) ajudava nas buscas aos criminosos.

Localizada a cerca de 475 quilômetros de Fortaleza, Milagres fica a pouco mais de uma hora de Juazeiro do Norte, principal cidade da região do Cariri, no Sul do Estado. Com aproximadamente 28 mil habitantes, o Município viveu noite e dia de terror.

"A gente nem imaginava tentarem assaltar aqui até pela logística", desabafa o agricultor Romão Tavares. A surpresa não é atoa, já que a sede do Município fica a 3 quilômetros, cerca de cinco minutos de carro, de um posto da Polícia Federal Rodoviária, localizado na BR-116. Além disso, uma outra unidade da Polícia Rodoviária Estadual fica a 14 quilômetros do centro da cidade. Apenas 17 minutos do palco da tragédia que culminou na morte de 14 pessoas. Inclusive duas crianças de 10 e 13 anos

 

 

13
Ago18

O STF e o MPF assaltam o povo e o Brasil

Talis Andrade

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por Aldo Fornazieri

 

A decisão do Supremo Tribunal Federal e do Conselho do Ministério Público Federal de aumentar os salários de juízes e procuradores em 16,38% é cruel, ignominiosa e criminosa. É um assalto contra o povo e contra o Brasil. O teto salarial subirá para R$ 39,2 mil ou 41 vezes o valor do salário mínimo e provocará um efeito cascada de R$ 4 bilhões por ano. Os salários atuais da elite estatal já são indecentes. Junto com juízes e procuradores estão os deputados, os senadores e o alto funcionalismo dos três poderes, civil, militar e policial. Muitos desses agentes públicos, incluindo os juízes, extrapolam o próprio teto salarial, numa violação descarada das leis. Mais do que isto: agridem o povo com uma série incontável de privilégios, a exemplo do auxilio moradia, que supera a renda de 90% da população.

 

 

Esses salários exorbitantes e privilégios das elites do poder público são cruéis porque também são causas da manutenção da pobreza e da miséria da imensa maioria do povo. A renda média dos brasileiros em 2017 foi de R$ 1.268. Cerca de 106 milhões das pessoas vivem com até um salário mínimo, sendo que dessas, 57 milhões vivem com cerca de R$ 387 mensais (linha da pobreza) e 15 milhões vivem com até R$ 100, abaixo da linha da pobreza. São mais de 13 milhões de desempregado e falta trabalho para 28 milhões de trabalhadores. A decisão do STF e do MPF, além de cruel contra esses brasileiros, ofende a consciência moral, agride a dignidade das pessoas e revela a insensibilidade gélida desses assaltantes do povo que chega a causar horror.

 

A decisão é ignominiosa porque causa vergonha a todos os que têm humanidade na alma e expõe a desavergonhada ousadia dessas elites do setor público em assaltar os cofres da nação. Esse Estado que está aí não tem nenhum sentido universal, característico dos Estados republicanos e democráticos. É um Estado fatiado entre os vários grupos particulares que sugam o sangue e os direitos do povo para enriquecer. Há um conluio sedicioso entre as várias organizações criminosas que controlam as partes do Estado e se apoderam do orçamento: elite do funcionalismo público, juízes, procuradores, deputados, senadores, banqueiros, ruralistas e empresários de vários ramos. Uns assaltam através de altos salários e de privilégios inescrupulosos. Outros assaltam através de incentivos, benefícios fiscais, isenções, corrupções, sonegações e juros escorchantes. Quem paga tudo isto é povo pobre e trabalhador.

 

A decisão é criminosa porque ofende a dignidade do povo brasileiro. A sociedade está mergulhada numa vasta tragédia de múltiplas dimensões: são quase 64 mil mortes violentas, ocupamos o sétimo lugar entre os países que mais matam jovens, o quinto lugar entre os que mais matam mulheres e estamos entre os 10 países mais desiguais do mundo. O narcotráfico e o crime organizado se espalharam por todo o território nacional e adentraram as portas o poder. O próprio poder se tornou uma forma de crime organizado. Com todo esse abismo e horror, os gasto sociais estão congelados por 20 anos. As pessoas pobres, hoje, não só não têm mais acesso aos hospitais, mas também não têm mais acesso a médicos. Morrem doentes, com câncer e com ouras doenças, sem ser tratadas e sem assistência médica. Há filas nos hospitais e há filas daqueles que sequer conseguem chegar aos hospitais. As elites do setor público e as elites predatórias do setor privado precisam sentar no banco dos réus para que sejam julgadas pelos seus crimes brutais. Essa ideia precisa ser propagada para que um dia se torne realidade. É preciso odiar e pregar o ódio contra os privilégios.

 

O argumento de Raquel Dodge, de que "o aumento da despesa (com o aumento salarial) no Orçamento da União é zero", ou do procurador José Robalinho, de que "não está se buscando um centavo a mais por conta do reajuste" revela o quanto é a desfaçatez desses servidores que deveriam servir o povo, mas que servem a si mesmos. Ora, o orçamento do MPF é orçamento público, orçamento da União. Se parte dele é deslocada, de forma inescrupulosa, para a apropriação privada dos procuradores, que já recebem salários e privilégios abusivos, isto significa que este dinheiro está deixando de ser colocado ao serviço do interesse público para atender a ganância de uma corporação. Alguns chegaram a argumentar que o MPF e o Judiciário recuperam dinheiro público combatendo a corrupção. Como já recebem de forma exorbitante querem trocar uma corrupção por outra, porque salários e privilégios abusivos também são uma forma de corrupção. Querem transformar o dever funcional em privilégio indecente.

 

No Brasil, o bem público, o bem estar social do povo e os direitos de cidadania estão mortos. O Brasil está morto, tomado por uma canalhocracia de terno e toga. As oposições, impotentes, quando não coniventes, estão mortas. Os sindicatos, burocratizados, acomodados e oligarquizados, estão mortos. Perderam o ânimo da luta. O povo está entregue ao seu próprio desalento e desesperança. As religiões se esmeram em vender pedaços do paraíso no além enquanto o povo de Deus definha no aquém. Até que ponto o povo brasileiro será oprimido e bestializado na sua passividade? Passividade que, aliás, é cevada, com raras exceções, pelos próprios progressistas, pelas esquerdas e pela intelectualidade universitária. Esta última, quando não serve de forma aberta à elite predatória, a serve com sua racionalização esquemática, aprisionada às lógicas vigentes de poder.

 

Não é mais possível aceitar que se diga que falta dinheiro para a saúde, educação, segurança e direitos sociais. Não é mais possível aceitar a incompetência dos governantes, que manipulam 35% do PIB e não conseguem atender as necessidades urgentes da população. Isto tudo só acontece porque o poder do dinheiro nunca foi tão grande, perverso, egoísta e criminoso. Poder que tudo compra e que tudo cala. Poder que corrompe e acovarda. Cala aqueles que deveriam gritar e amansa aqueles que deveriam lutar. Não podemos aceitar esta redução à covardia histórica a que estamos submetidos.

 

As condições de indignidade e pobreza a que o povo está submetido não podem ser aceitas porque degradam a sociedade dia após dia. Essas condições tem responsáveis políticos, econômicos e intelectuais que precisam ser denunciados. Precisamos desejar que todos, que cada um de nós, como nos ensinou Stéphane Hessel, tenhamos vários motivos de indignação. Somente a indignação poderá dar vida às nossas almas, gritos à nossa mudez, fúria à nossa passividade.

 

Precisamos ser capazes de resgatar os jovens prisioneiros da ideologia do consumismo. Precisamos ajudar os jovens a atear fogo na imaginação para a busca corajosa de um mundo melhor. Esta campanha eleitoral que está em curso não pode ser feita com a racionalidade fria sobre o cadáver de um país morto. Não vivemos em tempos normais. O povo brasileiro está cativo da injustiça, escravo da opressão, disperso e sem líder, pois o único líder de fato, está cativo como o próprio povo. Nesses tempos anormais e imorais é preciso uma política da desmedida, da ousadia criadora e da coragem. Em 1989 e em 2002, Lula despertou paixões, acendeu as fogueiras das esperanças no coração dos brasileiros. O fez porque ele era a desmedida, ele encarnava a força criadora de um povo. O fez porque ele era emoção feita vontade e potência. Se os líderes que estão em campanha quiserem fazer algo significativo para o povo e para o Brasil precisam ser algo a mais do que máscaras de Lula.

 

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11
Ago18

A lava jato imita a PM de São Paulo na fabricação de provas falsas. O massacre da família Pesseghini

Talis Andrade

Para polícia de Alckmin, menino de 13 anos matou a mãe, o pai, a avó, a tia-avó, foi assistir aula, e depois se suicidou. Cinco balas, cinco tiros mortais

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Escrito por Macelo  

 

 

 

 

Um menino de 13 anos roubou um revólver e, com tiros certeiros na nuca, matou a mãe cabo, o pai sargento, a avó materna, a tia-avó, pegou o carro e foi dirigindo para a escola assistir aula, voltou de carona, e depois com a mesma arma se suicidou. Detalhe: a mãe denunciou que tinha sido convidada, pelos companheiros de quartel, para ser parte de uma quadrilha de assaltantes de caixa eletrônicos em São Paulo. Leia sobre o caso aqui. Foi, para especialistas, uma absurda história de queima de arquivo. A Polícia Militar de São Paulo, no governo de Geraldo Alckmin, praticou, impunemente, todos os crimes possíveis. A corrução generalizada envolve, inclusive, comandos militares.   

 

Yahho noticia: Advogados dos avós paternos de Marcelo Pesseghini disseram ter procurado a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tentar reabrir o caso, cinco anos depois – o episódio aconteceu em 5 de agosto de 2013, na zona norte de São Paulo.

 

A investigação policial foi concluída em 2013. Nela, ficou entendido que Marcelinho, de 13 anos, baleou o pai e a mãe, ambos policiais militares, a avó materna e a tia-avó. Em seguida, ele se suicidou com um tiro na cabeça.

 

A arma usada foi uma pistola .40 da cabo Andreia Bovo Pesseghini. Todas as vítimas estavam dormindo, segundo a polícia. Os vizinhos, no entanto, disseram não ter ouvido os disparos que mataram o menino, Andrea, Luís Marcelo Pesseghini, sargento da Rota, a avó materna Benedita de Oliveira Bovo e a tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva.

 

O motivo do crime, segundo o laudo psiquiátrico, foi uma doença mental que levou Marcelinho a acreditar que era personagem de um game, um assassino profissional.

 

Em entrevista ao G1, no entanto, os avós não acreditam que tenha sido o neto. “Choro muito ainda. Ele jamais iria fazer isso com a mãe dele, o pai dele e os avós”, afirma Maria José Uliana Pesseghini, de 68 anos.

 

A advogada Roselle Soglio afirma que já encaminhou documentos à OEA que comprovariam a inocência de Marcelinho. “Nesses cinco anos que se passaram, a população toda sabe que houve uma injustiça em relação ao caso Pesseghini”, diz. 

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A avó Benedita Oliveira Bobo na cama em que foi assassinada

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Bernadete Oliveira da Silva, tia avó de Marcelo, no seu leito mortuário

 

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O QUE DIZ A POLÍCIA

A polícia informou ter depoimentos e laudos de balística que comprovam que o garoto matou a família e se suicidou. Após matar a família com a arma da mãe, Marcelinho pegou o carro dela e o dirigiu até a rua do colégio onde estudava. Câmeras de segurança gravaram o veículo chegando e o adolescente saindo dele.

 

Ele dormiu dentro do automóvel e então foi para a aula. Lá, contou para os amigos que havia matado a família, mas ninguém acreditou nele. Em seguida, pegou carona com um amigo e voltou para casa, onde se matou.

 

No entanto, a advogada da família alega que um perito particular aponta ter ocorrido “manipulação” em vídeo usado para culpar o menino pela chacina. Leia sobre a chacina da família Pesseghini pela quadrilha de PMs que assalta bancos. 

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08
Mai18

Moro e Youssef juntos no desvio de 134 bilhões de dólares para o exterior que beneficiaram os caixas 2 de Álvaro Dias, Lerner, Bornausen e Tv Globo

Talis Andrade

MORO E YOUSSEF: PERSONAGENS DE UMA LONGA HISTÓRIA 

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por Paulo Muzell, no Sul21

 

Os dois são paranaenses, quarentões. Sérgio Moro de Maringá, Alberto Youssef de Londrina. O primeiro vem de uma família de classe média alta, filho de professor universitário, formou-se cedo em direito, fez pós-graduação, tornou-se juiz federal, estudou no exterior. O segundo, o Youssef não teve a mesma sorte. Filho de imigrantes libaneses pobres, aos nove anos já vendia pastéis nas ruas de Londrina. Muito esperto, ainda guri, pré-adolescente, já era um ativo sacoleiro. Precoce, antes de completar 18 anos já pilotava monoplanos o que lhe possibilitou uma mudança de escala, um considerável avanço nas suas atividades de contrabandista e doleiro. Com menos de trinta anos tornara-se um bem sucedido “homem de negócios”, dono de poderosa casa de câmbio, especialista em lavagem de dinheiro e remessa ilegal de dólares para o exterior. Em meados dos anos noventa operava em grande escala repassando recursos que “engordavam” o caixa 2 das campanhas de políticos importantes do Paraná e de Santa Catarina, dentre eles Álvaro Dias, Jayme Lerner e Jorge Bornhausen.

 

Alberto Youssef foi, também, figura central na transferência ilegal de bilhões de dólares oriundos de atividades criminosas e de recursos desviados na farra das privatizações do governo FHC.

 

Cr$ 500 bilhões desviados

mais 42 bilhões de prejuízo

com o leilão do BanEstado

 

 

 

Em novembro de 2015, o jornalista Henrique Berangê publicou na revista Carta Capital uma instigante matéria com o seguinte parágrafo inicial: “O juiz Sérgio Moro coordena uma operação que investiga sonegação de impostos, lavagem de dinheiro, evasão de divisas intermediadas por doleiros paranaenses. Foram indiciados 631 suspeitos e remetidos para o exterior 134 bilhões de dólares, cerca de 500 bilhões de reais.” Operação Lava Jato, 2014? Não, ele se referia ao escândalo do Banestado ocorrido no final dos anos 90. A privatização desse banco estatal comprado pelo Itaú segundo estimativas trouxe um prejuízo de no mínimo 42 bilhões de reais aos cofres públicos do país. Mas antes do banco ser vendido, sua agência em Nova York foi o porto seguro dos recursos bilionários para lá transferidos pelos fraudadores.

 

Moro lento complacente no

maior episódio de corrupção

da história da bandidagem 

 

Na segunda metade dos anos noventa através das contas CC5 o então presidente do Banco Central Gustavo Franco escancarou as portas para uma sangria de recursos que daqui migraram para engordar as polpudas reservas de empresários, políticos, grupos de mídia no exterior. Sem dúvida o maior episódio de corrupção da história do país.

 

Foi aberta uma CPI no Congresso, virou pizza; o Banco Central boicotou as investigações e a imprensa silenciou. Só a Globo enviou 1,6 bilhões de dólares, mais de 5 bilhões de reais. Além das grandes empreiteiras na lista dos fraudadores lá estavam também outros grupos da mídia: a editora Abril, o Correio Brasiliense, a TVA, o SBT, dentre outros. A justiça foi convenientemente lenta, os crimes prescreveram, só foram punidos alguns integrantes da “arraia miúda”. Ironias da história: a corporação Globo, futura “madrinha” de Moro cometeu os mesmos ilícitos que mais tarde seriam por ele denunciados na operação Lava Jato. Desta vez, porém, as diligências policiais e ações judiciais não foram arquivadas e Moro pôde posar de “campeão na luta contra a corrupção, herói nacional.” (Continua)

 

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