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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

30
Jun20

"Não há espaço para a convivência da histórica doutrina trabalhista que a família Gomes brande em público e sua união indissolúvel com os interesses do sen. Jereissati"

Talis Andrade

água Miguel Villalba Sánchez.jpg

 

II - Jereissati, PSDB, Cid, Ciro Gomes & CIA: devolvam a água para o Brasil

por Roberto Bueno

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Fugindo ao prévio acordo de não pautar projetos que não tivessem direta relação com a pandemia durante a sua duração, o Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, quebrou o acordo e pautou a votação do PL 4.162/2019, que resultou aprovado. O PL 4.162/2019 foi relatado pelo Sen. Tasso Jereissati, cujo interesse na matéria é indisfarçável, posto que é expressão política do grupo Calila Participações, que vem a ser a única acionista da empresa brasileira Solar, cuja dimensão econômica pode ser compreendida em sua posição no organograma econômico planetário da empresa transnacional norte-americana Coca-Cola, pois é dela uma das 20 maiores fabricantes.

O Sen. Tasso Jereissati pertence e não pertence ao povo brasileiro, pois se entre nós se encontra e aqui é nascido, por outro lado, já abandonou a sua pertença ao povo brasileiro por tornar-se um cidadão com interesses globais, os quais sobrepõem aos do povo brasileiro. É algo novo, veem a si mesmos como um novo tipo humano, espécie de “super-raça” identificada pela riqueza operante em escala planetária, altamente endinheirada, a quem tudo é dado e permitido para explorar os empobrecidos cidadãos nacionais. Aqui está posicionado o Sen. Jereissati assim como outros políticos como o Sen. José Serra, pertencentes ao restrito grupo que subloca forças políticas e lideranças de expressão nacional para avançar com seu projeto de expropriação. Estes são os representantes mais visíveis de terceira linha dos reais ordenadores políticos, BlackRock, J.P. Morgan, Goldman Sachs etc. cujos interesses são cruzados em escala global.

O Sen. Jereissati é representante-mor dos altos interesses da Coca-Cola no Brasil que interagem com estes altos poderes globais que tem interesses em energia mas em recursos hídricos, química como em vários minerais. O Sen. Jereissati é apoiador de Governo submetido a esta lógica neofascista global que está disposto a sufocar dezenas de milhares de indivíduos como ocorre no Brasil e agora apresenta sua outra face no PL 4.162/2019. O Sen. Jereissati foi o seu relator e fez aprová-lo no Senado Federal por expressiva maioria de 65 votos contra 13, permitindo alienar a água, bem de domínio público é propriedade estratégica e essencial para a vida humana e do povo brasileiro, riqueza cuja detenção é anunciada como vital no cenário das disputas geopolíticas que despontam no horizonte dos próximos 20 ou 30 anos.

As ações do Sen. Jereissati deixam entender que basta ter a força política para subjugar o povo brasileiro, e nesta toada, nada lhe impedirá e seus seguidores inescrupulosos de propor a eliminação completa de todo e qualquer direito social e político, quem sabe, de restaurar algum inovador modelo de escravidão devidamente encoberto juridicamente segundo o hábito tucano. O Sen. Jereissati é do mesmo nobre Ceará que os irmãos Gomes, Cid e Ciro, ambos notáveis personalidades que se apresentam e presumem de xerifes de botequim em chamas, estando o segundo deles habitualmente em posição de reclamar para si sapiência cujo resumo encontrou nas cadeiras de Harvard financiadas pelo grande capital transnacional do qual se apresenta não apenas como desvinculado como inimigo.

Após o verdadeiro crime contra os mais altos interesses do povo brasileiro ao aprovar a alienação das águas e do saneamento, eis então que a sapiência encarnada em Sobral, o iluminado Gomes vem a público causar vasta surpresa ao dizer desconhecer um tema público de relevância ao afirmar: “Não tenho posição formada, estou estudando a matéria”. Dono de vasta carreira política, não cansando de listar repetidas vezes ao público todos os cargos e mandatos que já deteve, e eis que após décadas percorrendo o país abordando toda sorte de temas Ciro Gomes diz desconhecer o tema da água, que precisará estudá-lo e, mais, o fará após o momento crucial da votação realizada neste último dia 24.06.2020.

Isto explicita qual é o real grau de compromisso da figura pública que se posta ao lado dos direitos populares e de intransigente defesa da soberania nacional etc. É ingenuidade supor que em matéria transcendente para o povo brasileiro, e do alto de sua alegada experiência e múltiplos conhecimentos técnicos, que Ciro Gomes venha a tomar conhecimento do PL 4.162/2019 tão somente após a sua aprovação no Senado Federal. Isto leva a recordar outro recente momento crucial da vida nacional, o das eleições presidenciais de 2018, quando no segundo turno o irmão Gomes optou por ausentar-se do debate público e, assim, fortaleceu as possibilidades do candidato de extrema-direita que estava à frente nas pesquisas e que venceu as eleições e hoje realiza com sobras a trágica previsão sobre a necessidade de matar pelo menos 30 mil brasileiros(as). [Continua]

 

 

 

 
30
Jun20

“Estigmatizar os velhos como os únicos atingidos pelo coronavírus é uma mentira que os dados no Brasil comprovam”

Talis Andrade

what_after_ coronavirus___mohamed_ajeg.jpg

 

 

II - “Lutar contra a velhofobia é lutar pela nossa própria velhice"

Julia Dolce entrevista Mirian Goldenberg

 

Você acredita que houve uma mudança no comportamento social em relação aos idosos nessa pandemia?

O que eu chamo de “velhofobia” são esses preconceitos, abusos psicológicos, estigma que os velhos sofrem desde sempre. Eu acabei de escrever um artigo dizendo que de acordo com o Disque 100, se multiplicou por cinco o abuso de idosos dentro de casa de março a maio [de 2020]. Isso, quem denuncia. Porque a maior parte não consegue denunciar por medo, por não querer falar que são os filhos que estão cometendo a violência, roubando o dinheiro da aposentadoria, destruindo os bens dos velhos.

Essa situação me apavora, porque isso já acontecia antes, e agora se agravou muito. Será que não está acontecendo um verdadeiro “velhocídio” dentro das casas? Isso do ponto de vista da violência física. Mas existe toda uma série de violências acontecendo que estamos testemunhando, horrorizadas. Discursos e comportamentos.

Acabou de ter uma autoridade dentro do Ministério da Economia que vazou um vídeo de uma mulher dizendo que vai ser bom para a Previdência ter esses velhos morrendo. E outros empresários falando “só vão morrer velhinhos doentes, vamos fazer a economia continuar”. Isso do lado mais gritante.

Mas também um monte de brincadeirinhas, memes, “velhinho teimoso”, velhinho saindo de casa, uma grande mentira, porque a maior parte dos velhos está se protegendo e cuidando não só deles mas também dos filhos e netos.

Obviamente existe, sim, uma reação bem evidente da maior parte da sociedade contra a velhofobia. Porque todos nós somos velhos, ou seremos amanhã, ou temos um velho que amamos. Então existe um horror da maior parte da sociedade em relação a esses discurso. Mas o que me preocupa é a quantidade de pessoas que realmente acredita que os velhos são descartáveis, inúteis, improdutivos e que podem morrer.

Não é uma doença de velhos, é uma doença que atinge todas as idades. Estigmatizar os velhos como os únicos atingidos por essa doença é uma mentira que os dados no Brasil comprovam diariamente. Estão morrendo velhos e doentes, mas também jovens, saudáveis e crianças.

E quem não está morrendo está sendo afetado pelo resto da vida, com sequelas, sem contar as sequelas psicológicas, da alma. Quantas pessoas não estão tendo problemas, infarto, depressão e até suicídio? Ou perdendo a vontade de viver em função dessa situação que é mundial mas que adquire contornos muito cruéis e desumanos aqui no Brasil.

 

Em uma de suas colunas, você escreveu que homens e mulheres mais velhos “já experimentam uma espécie de morte simbólica” sendo considerados “inúteis, desnecessários e invisíveis” pela sociedade. Como esse preconceito afeta os idosos e como podemos mudar essa visão?

Essa crueldade está influenciando mentalmente e emocionalmente todos os brasileiros que têm o mínimo de humanidade, sensibilidade e amor no coração. Alguém está totalmente alienado desse sofrimento e dessa crueldade?

O meu primeiro pânico e desespero era pensar no que ia acontecer com essas pessoas que eu amo tanto, todos nonagenários, saudáveis, ativos, produtivos, alegres, com projetos, e que todos os dias saíam, iam ao supermercado, ao banco, à farmácia encontrar os amigos.

O horizonte de vida delas, que são quase centenárias, não é o mesmo que o meu ou o seu. Para elas, cada dia é saboreado. Elas sabem que o horizonte delas não é tão longo.

E eu entrei em pânico pensando como eles iam viver dentro de casas, como uma prisão, ouvindo notícias, lendo e assistindo noticiários com essa carga de tragédia. E sem esperança, cada dia estão perdendo mais a esperança. Me ligam desesperados dizendo que só veem caixão, morte, me perguntando se isso vai terminar. Por que, para eles, será que vai terminar?

Acabei de ter um grande amigo meu de 97 anos que ficou 15 dias com a doença e já não tem mais o vírus, mas as sequelas físicas e emocionais são irreparáveis. Ele não tem mais vontade de viver assim como está vivendo.

Acho que é um trauma social, nossa geração vai ficar traumatizada com esse sofrimento. As pessoas falam de um “novo normal”, mas não acredito nessa possibilidade. Somos uma geração traumatizada por essa tragédia.

O que eu tenho tentado fazer é minimizar essas sequelas e esse sofrimento. Então todos os dias passo 10 horas do meu dia fazendo atividades com essas pessoas de mais de 90 anos. Eu escuto que elas estão sofrendo e busco com elas alternativas para elas passarem por tudo isso da melhor forma possível.

Não tem como não sofrer, não ter pânico, não ter depressão. Eu acho que a única saída que temos é tentar fazer alguma coisa construtiva para que as pessoas que a gente ama sobrevivam física e mentalmente. [Continua]

 

 

30
Jun20

Cristiano Zanin fala sobre caso do presidente Lula

Talis Andrade

lava jato abusos .jpeg

 

Para o advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fatos relacionados com a Operação Lava Jato que veem ocorrendo nos últimos meses apenas reforçam as teses defendidas por ele nos últimos anos. Em entrevista ao EL PAÍS nesta segunda-feira, Zanin falou sobre o processo de habeas corpus baseado na suspeição do ex-juiz Sergio Moro – a quem chama de “inimigo” e “adversário” - que pode ser retomado neste segundo semestre pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “O habeas corpus reúne uma série de atos praticados por Moro que mostram que Lula não teve um julgamento justo”, afirma. “Moro chegou ao cúmulo de autorizar a interceptação do nosso escritório. Isso é uma violência absoluta”, conta, sobre o episódio em que seu escritório ficou mais de 20 dias grampeado com autorização do então juiz, em 2016.

Segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, declarou à rede CNN recentemente, a expectativa é que o julgamento do habeas corpus seja retomado até setembro. Zanin explica que o pedido está relacionado ao caso conhecido como o do tríplex do Gurujá, mas que, caso seja reconhecida pelo Supremo a suspeição de Moro neste caso, que o entendimento seja estendido aos demais processos em que o ex-juiz atuou em relação ao petista. Se o STF entender que Moro de fato não tinha competência para julgar Lula, o caso volta à estaca zero, na primeira instância [Continua]

30
Jun20

Desdobramento do caso Marielle, operação mira 'escritório do crime'

Talis Andrade

leonardo mad.jpg

 

por Thayana Araújo e Luiza Muttoni/ CNN
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Equipes da Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagaram, na manhã desta terça-feira (30), a Operação Tânatos. Os agentes cumprem 20 mandados de busca e apreensão e 4 de prisão relacionados à investigação sobre o "escritório do crime". A operação de hoje é um desdobramento das investigações que apuram o assassinato da veredora Marielle Franco e do motorista dela Anderson Gomes.

Os mandados foram expedidos com base em inquéritos da DHC que apuram o homicídio de Marcelo Diotti da Mata, em março de 2018, e a tentativa de execução do PM reformado Anderson Cláudio da Silva ("Andinho"). A investigação apontou o envolvimento do grupo criminoso nos crimes. 

A operação desta terça é resultado de três denúncias apresentadas pelo Gaeco/MPRJ, que descrevem os crimes cometidos pelo "escritório do crime", o qual tinha ligação com Adriano Magalhães da Nóbrega ("Capitão Adriano"). Ele foi denunciado na Operação Intocáveis, em janeiro de 2019, e teve prisão decretada. Acabou morto por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do RJ no dia 9 de fevereiro de 2020, durante uma operação que visava capturá-lo.

Em uma das denúncias apresentadas, afirma-se que o grupo criminoso emprega uso ostensivo de armas de fogo de grosso calibre. A agressividade e destreza nas ações finais revelam um padrão de execução. Fortemente armados e com trajes que impedem identificação visual, como balaclava e roupas camufladas, os atiradores desembarcam do veículo e seguem até o alvo, executando-o sem chances de defesa. 

De acordo com o MPRJ, a organização possui estrutura ordenada e voltada principalmente para o planejamento e execução de homicídios encomendados mediante pagamento em dinheiro ou outra vantagem. Leonardo Gouvêa ocupa cargo de chefia e é encarregado da negociação, planejamento, operacionalização e coordenação quanto à divisão de tarefas. Já Leandro Gouvêa, irmão e homem de confiança de Leonardo, atua como motorista do grupo e é responsável pelo levantamento, vigilância e monitoramento das vítimas. 

Operação Submersus 2

No dia 10 de junho, a polícia do RJ prendeu mais um suspeito de participação no crime durante a Operação Submersus 2, que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em diversos endereços da capital fluminense. 

O sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, mais conhecido como Suel, foi preso num condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, onde a polícia também apreendeu uma BMW X6 avaliada em mais de R$ 170 mil. Seu salário na corporação é de cerca de R$ 6 mil por mês.

Ele é suspeito de ter ajudado a esconder armas dos acusados, entre elas, a que foi usada na emboscada contra a vereadora e o motorista dela. O militar já era investigado por agentes da Divisão de Homicídios da Capital e do Gaeco.

O nome de Maxwell apareceu nas investigações após a prisão de Ronnie Lessa e do ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, em março do ano passado.

Ronnie Lessa foi preso em março de 2019 suspeito de ser o homem que atirou na vereadora e no motorista Anderson Gomes, segundo denúncia do Ministério Público. Já o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, preso na mesma época, é suspeito de ter dirigido o Cobalt prata usado na emboscada contra Marielle. 

30
Jun20

Escritório do Crime cobrava até R$ 1,5 milhão por assassinato e usava drones para vigiar alvos, diz polícia

Talis Andrade

mad ou paraíba.jpg

 

 

Por Edivaldo Dondossola, Lilian Ribeiro e Márcia Brasil/ G1

As investigações da Polícia Civil indicam que o Escritório do Crime cobrava entre R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão por cada execução e que a vigilância das vítimas, que chegava a durar até sete meses, era feita com uso de drones, segundo o delegado Daniel Rosa, da Divisão de Homicídios da Capital.

A polícia acredita que as execuções por encomenda aconteçam há mais de 10 anos.

O grupo de matadores, formado por policiais, ex-policiais e milicianos, é alvo da Operação Tânatos, deflagrada pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) nesta terça-feira (30). Ao todo, foram expedidos 4 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão.

Os alvos são:

  1. Anderson de Souza Oliveira, o Mugão;
  2. Leandro Gouveia da Silva, o Tonhão, preso;
  3. Leonardo Gouveia da Silva, o Mad ou Paraíba, preso;
  4. João Luiz da Silva, o Gago.

Além dos dois homens já presos, um terceiro foi detido. Ele não era alvo da operação, mas tinha um mandado de prisão por homicídio, e estava na casa de Tonhão quando foi encontrado.

O MPRJ afirma que os denunciados possuíam ligação estreita com Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adrianomorto em confronto com a polícia em fevereiro deste ano, na Bahia.

A Polícia Civil sustenta que Mad assumiu o comando do Escritório do Crime com a morte de Adriano.

 
30
Jun20

Revista francesa de fotografia tem como tema Brasil vertiginoso

Talis Andrade

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Capa da revista bianual 6Mois, que traz três reportagens fotográficas sobre o Brasil 

30
Jun20

Delação de Tacla Durán acirra embate entre Aras e Lava Jato

Talis Andrade

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Por Caio Junqueira/ CNN  

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As negociações de uma delação premiada por parte da Procuradoria-Geral da República com o advogado Rodrigo Tacla Durán é um dos principais pontos de divergência entre a força-tarefa da Lava Jato de Curitiba e o procurador-geral, Augusto Aras.

Informações sobre o caso inclusive foram um dos pontos da discussão que a subprocuradora responsável pela Lava Jato, Lindôra Maria Araújo, teve com integrantes da operação em Curitiba na semana passada. Segundo fontes, ela disse não ter entendido porque eles ficaram incomodados com as negociações com o advogado. Os procuradores, então, relataram todo o histórico deles com o advogado.

Tacla Durán era advogado da Odebrecht, foi investigado pela Lava Jato e dentre outros motivos acusa ter feito pagamentos para evitar sua prisão. Por sua vez, a Lava Jato arrola diversos crimes cometidos por ele. 

Tanto que o procurador-chefe da Lava Jato no estado encaminhou dois ofícios nas últimas semanas a Brasília criticando Tacla Durán e a possibilidade de uma delação, visto por integrantes do MPF como uma retaliação de Aras. Para o entorno de Aras, porém, trata-se de uma maneira de fazer um pente-fino em eventuais abusos da operação. Interlocutores de Tacla Durán, contudo, garantem que ele não fará delação, amas que ajudará Aras apontando irregularidades na Lava Jato e na atuação de Sergio Moro.

O advogado de Tacla Durán, Sebastian Suarez, disse em nota que seu cliente "colaborou ampla e irrestritamente, de acordo com o interesse público com diversos países, e nunca sofreu qualquer condenação". "Infelizmente no caso do Brasil, isso não foi possível, até o momento, entretanto segue à disposição para colaborar com a justiça, de qualquer país, sempre que necessário", acrescentou.

O maior receio hoje do Paraná é quanto à não-renovação da força-tarefa prevista para ocorrer em setembro. Hoje, 14 procuradores atuam no estado. Brasília, porém, avalia que a operação já chegou ao seu fim e quer redistribuir os procuradores para fortalecer outros estados e outras apurações 

Há incômodo até mesmo com a insígnia de "força-tarefa da Lava Jato". Quem deixou claro isso foi o secretário-geral da PGR, Eitel Santiago, um dos principais aliados e amigo pessoal de Aras. Em uma ida a Curitiba em maio, ele disse por exemplo que "não existe a procuradoria da Lava Jato" e fez críticas ao modus operandi da operação, como prisões alongadas para extrair delações premiadas.

30
Jun20

Brasil ainda enfrenta "grande desafio" no combate ao coronavírus, diz OMS

Talis Andrade

 

29
Jun20

A Lava-Jato está rachadinha…

Talis Andrade

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por Fernando Brito

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A fumaça levantada pela incursão de uma representante do Procurador Geral da República aos intestinos da Operação Lava Jato já ateou um pequeno – por enquanto – incêndio no Ministério Público Federal, com o pedido de afastamento do grupo de procuradores que atuava na Lava Jato.

Só mesmo um quisto que se tornou “intocável” dentro do Ministério Público poderia se comportar assim diante de uma verificação – que deveria ser rotineira – da própria instituição. E que possam existir, em processos que são públicos, exceto quando os autos são, excepcionalmente, postos sob segredo de Justiça pelo juiz da ação, óbices ao conhecimento de como foram obtidas provas e informações pelos procuradores.

Dizem as notícias que os procuradores da Lava Jato suspeitam que a investigação de Brasília seja uma forma de tentar atingir Sergio Moro, agora que ele se tornou desafeto do bolsonarismo. Estranho: no processo penal, como é o caso, o Ministério Público é parte e, portanto, tem de guardar distância do juiz da causa e, claro, vice-versa.

Será medo de que haja provas – e não só indícios – de que houve promiscuidade entre promotores e juiz? Mais provas, aliás, porque os diálogos do The Intercept mostram que a associação para condenar, ali, era total.

 

 

29
Jun20

Embaixo do tapete da ditadura militar

Talis Andrade

simanca ditadura .jpg

 

 

III - ‘Julia’, um ficção que traz memórias reais sobre o sequestro de crianças pela ditadura no Brasil

por EDUARDO REINA/ EL PAÍS

- - -

A ditadura militar foi vista e difundida por parte da literatura e da mídia como um período histórico que trouxe benesses aos brasileiros e ao país. Mas que varreu para debaixo do tapete muita sujeira e corrupção e tornou invisíveis as histórias desses brasileiros sequestrados pelos militares logo ao nascer ou durante a infância.

Um crime que foi registrado em vários países na América do Sul. Na Argentina, foram 500 as vítimas. Também houve situação semelhante no Chile, no Uruguai, no Paraguai, na Bolívia. Governos de alguns desses países apuraram responsabilidades dos envolvidos, sendo que na Argentina ex-presidente da República, Jorge Rafael Videla, e toda cadeia de comando militar, foram presos e responsabilizados por este crime.

Além da privação de identidade de cidadãos brasileiros, o sequestro e apropriação dessas pessoas tinham muitos objetivos. O primeiro era colocar em prática os ensinamentos da guerra antirrevolucionária, aprendida nas escolas da França, Inglaterra e Estados Unidos. Pregavam a necessidade de exterminar os inimigos.

Nas décadas de 1960 e 1970, as forças militares que deram o golpe em abril de 1964 acreditavam – a semelhança com o país hoje – que o comunismo iria tomar o poder, tomar Brasília e transformar o território nacional numa Cuba, num Vietnã. Para “evitar” que isso ocorresse, declararam inimigos todos aquelas pessoas e instituições contrárias ao pensamento defendido pelos militares (note outra coincidência atual).

Exterminar o inimigo era, então, mais do que necessário. Iam além. Precisavam acabar com toda e qualquer pessoa/situação que estivesse agregada aos inimigos. No caso, seus filhos e até amigos. Assim que o golpe foi dado no Brasil, os militares ditadores declararam guerra contra os cidadãos envolvidos, ou que presumidamente estivessem envolvidos, nas mais variadas atividades políticas.

Também condenaram ao esquecimento a memória dessas vítimas, forçaram medidas de censura e invisibilidade. Criaram preconceito negativo e de crueldade a qualquer brasileiro que pensasse diferente aos preceitos por eles idealizados.

A vida dessas pessoas de carne e osso, e da ficcional Julia, está intimamente vinculada à violência e à dor. Suas histórias permaneceram escondidas, pois se não se fala o que dói, a violência silencia.

 

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