100.000 vidas roubadas pela covid-19, um retrato da pandemia no Brasil à prova de negacionistas
Mapa e ondas de mortes pelo coronavírus no país exaltam desigualdades históricas. Indígenas, negros e pessoas com baixa escolaridade estão entre os mais vulneráveis
Com 100.000 vidas perdidas para a covid-19, o Brasil vê a pandemia do novo coronavírus desenhar no seu território um retrato doloroso. É cerca de uma morte a cada dois minutos durante quase cinco meses, se considerarmos o intervalo entre a confirmação do primeiro óbito ― em março ― e esta sexta-feira (7). Um resultado que não pode ser descolado de um cenário em que a polarização e o negacionismo de autoridades minaram políticas de controle da epidemia. O vírus chegou primeiro em grandes capitais, depois começou a avançar pelo interior, onde agora ganha corpo. Em um território tão grande e tão diverso como o brasileiro, ganhou velocidades distintas em cada região. Exaltou desigualdades históricas ― especialmente as de acesso ao sistema de saúde, levando ao colapso regiões menos estruturadas, como Manaus e Fortaleza. A incidência das mortes, considerando a densidade populacional, também é forte em Belém, Recife e Rio de Janeiro. Já tem mais de cinco meses que o vírus avança pelo país ― e não há nada de concreto que aponte quando as mortes causadas por ele vão cessar. Chegamos a 100.000 falecimentos, com um terço dessas vidas perdidas somente no último mês. Leia mais no El País. Reportagem de Beatriz Jucá e Jorge Galindo